02

95 4 8
                                    


Alicea Dallas

O despertador me acorda e dou um leve tapa na hora desejando dormir por mais algumas horas, fecho os olhos e suspiro, levanto rapidamente antes que o sono bata novamente e eu não consiga resistir. Tomo um banho quente e rápido que me relaxa, visto uma calça jeans e uma blusa branca justa e o meu casaco grande e confortável, Nova York parece que sempre faz frio e eu parecia que nunca iria me acostumar. Acabo fazendo um coque em meu cabelo por conta da preguiça de arrumar, pego as minhas coisas e saio e meu telefone começa a tocar na hora.

- Bom dia, jornalista Dallas. - A voz de Nick na outra linha me faz sorrir
- Bom dia Nick.

Falo apertando o botão chamando o elevador.

- Pronta para o seu primeiro dia?
- Por incrível que pareça sim, ansiosa.
- Normal, vamos nós sair bem, lutamos muito por isso.

Suspiro e sorrio com as palavras de motivação dele. Meu melhor amigo desde a faculdade e agora vamos começar a trabalhar juntos, anos de estudos e agora finalmente vamos poder seguir nossos sonhos.

- Já sai de casa, te encontro na porta da cafeteria.
- Ok.

Desligo e saio do elevador depressa, o tempo passou voando e eu mal notei que já estava atrasada, me despeço do porteiro que deve ver minha correria diariamente. O ar gelado bate em meu rosto me fazendo encolher no meu casaco. Ando depressa e em minutos já estava na porta da cafeteria e percebo que meu cabelo havia soltado do coque mal feito que fiz. Procuro Nick e nada dele, entro e olho para todos os lados do local até que encontro um par de olhos azuis vindo em minha direção.

- Estava muito frio lá fora, então entrei, você demora demais.

Ele fala rindo e me entrega o meu café. Nick estava usando uma calça preta comportada demais e uma de suas famosas camisas pollo e um casaco grande preto um pouco parecido com o meu mas da sessão masculina.

- Eu nem demorei tanto. - bufo e sento em uma das mesas e dando um gole em meu café

"Outra vítima e seu nome era Amanda Single, vista por último em uma cafeteria perto do Central Park, felizmente sem sinais de estupro, não sabemos se foi a mesma pessoa ou se foi apenas coincidência mas mesmo assim o maníaco deixa sua marca novamente, até onde isso vai parar? Harry Styles, sem identificações e apenas seu suposto nome como pista, pode ser qualquer um, tomem cuidado mulheres."

- Como alguém pode ser capaz de fazer isso? - Nick fala dando outro gole em seu café
- Eu não sei, só alguém muito perturbado mesmo.
- Acho que vamos bem falar sobre caras tipo ele hoje, na palestra.
- Na palestra de iniciação?

Quase cuspo meu café, Nick olha para mim com uma cara surpresa com a minha reação e tira um panfleto do bolso de seu casaco.

- Sim, você não viu? Contrataram até um especialista.
- Eu não tive tempo de ler nada desse panfleto.

Falo pegando o pedaço de papel e lendo. Caras como ele não merecia ser estudado, nem falado em uma palestra importante como a minha de iniciação da minha carreira, Harry Styles como todos que fazem mal a mulheres, um mal terrível, merecia desprezo completo, as pessoas estão o tornando famoso por crimes e eu aposto que ele adora isso.

- Que desrespeito, eu não quero saber nada desse homem. - Continuo falando
- Talvez nos mandem até fazer algo interessante, como descobrir como ele é, ou quem é. - Nick fala mexendo na tampa de seu café

A idéia aciona a minha curiosidade jornalística, descobrir quem seria esse traste me daria uma boa grana e eu subiria na minha carreira de uma forma gigantesca.

- É, talvez. - Dou de ombros e escondo a minha animação

Levanto na hora e Nick faz o mesmo, jogo o que restou do café fora e vamos embora.


Harry

Saio do meu apartamento e estava pronto para dar uma volta na cidade, pronto também para ficar em um tédio total até porque conheço Nova York de cabeça para baixo. Paro na calçada encostado em um poste esperando um táxi e aproveito para acender um cigarro, trago e solto a fumaça quente e aquele vento frio se torna nada. Quando olho para o outro lado da calçada e meus olhos batem em cabelos louros, louros naturais, ela estava correndo, aparentemente apressada, consigo finalmente ver seu rosto e seus olhos azuis me dão boas vindas, boca levemente carnuda e muito bem desenhada, parecia que eu estava vendo um anjo. Jogo meu cigarro no chão e piso decidindo seguir ela. O modo como ela mexia no cabelo que caia em seu rosto e ignorava por estar aparentemente atrasada para algo.

Pego minha câmera e aponto para ela que ainda estava correndo apressada, até que a loura finalmente para no sinal e aparentava perdida em seus pensamentos e mal poderia imaginar que um estranho estaria tirando fotos suas e naquela hora, o estranho, eu, capto a melhor imagem. Seu cabelo atrás da orelha e seu rosto corado por causa da correria, quando o sinal abre e no caminho ela amarra novamente seus cabelos compridos me permitindo ver sua nuca e as pintas perdidas que ali andavam, captei todo esse momento em fotos, ela conseguia ficar linda em todas.

Sua direção estava para uma cafeteria, sigo com meus olhos sem entrar e a vejo com um cara e eu seguro o riso quando vejo sua vestimenta mas seguro e eu iria focar nela, armo a minha câmera e novamente tiro fotos de todas as suas expressões, até quando noto que estavam falando de mim no noticiário e sua expressão mudou e seu belo sorriso sumiu, devo admitir que fiquei ofendido mas ela tinha razão em ter essa reação ao escutar meu nome, eu era desprezível e ela linda.

Cruel Onde histórias criam vida. Descubra agora