Let Me Love You Until The End? - (Concluída)

1.

Narrador.

— Já te falei para ir procurar um médico, Lauren. Essas suas dores não são normais, ainda mais todos os dias. - Não era a primeira vez que Normani alertava sua amiga, mas Lauren sempre dava a desculpa de ter muito trabalho para ir atrás de um médico.

— É estresse do dia a dia, Mani. Sabe que depois passa. - Era mentira, Lauren sentia essa dor o dia todo, mas falava que passava para não deixar sua amiga mais preocupada ainda e no fundo, lá no fundo, ela sabia que não era só estresse do dia a dia.

— Passa e volta. Alguém já te falou que dor no peito não é normal? Muito menos acompanhado de dor nas costelas. - Era sempre Normani que comprava e fazia Lauren tomar os remédios para amenizar a dor. Tipo mãe e filha. - Essas dores te deixam sem ar, não é coisa boa, ainda mais quando você corre feito louca todas as manhãs, Lauren.

— É uma coisa que me deixa calma, eu preciso correr todas as manhãs. Com ou sem ar, eu preciso disso, Normani. - Ela pensava que precisava, mas só fazia isso para não ter tempo de pensar como sua vida era.

— Com ou sem ar? Me fala como vai correr sem ar, gênio? Me explica só isso e eu prometo me calar. - Normani mantinha os olhos em Lauren, ela sabia o motivo das corridas matinais da amiga que agora parecia uma criança teimosa. - Se você quer ficar calma, que tal uma namorada grudenta? Arruma uma, namora muito e fique calma, é simples.

— Namorar não é para mim, Normani. - Para Lauren nunca existiu amor, nem mesmo dos pais que toda sua vida passaram viajando o mundo todo. - Nunca será.

— Assim como amar uma mulher incrível, formar uma família gigante e ir ao médico, não é mesmo? - Normani conhecia Lauren como ninguém, assim como Dinah, sua esposa. Foi Lauren que apresentou as duas na época da escola e nunca mais se largaram. - Não sabe o que está perdendo.

— Sem drama, Mani. Nada disso... Nada... Disso... - O medo de Lauren estava vindo á tona, a falta de ar estava ficando forte e dessa vez ela não poderia esconder da amiga que estava em sua frente. - Eu... Eu...

— O que foi, Lauren? Você está ficando toda vermelha. Se for mais uma de suas brincadeiras, não tem graça. - Normani realmente não sabia se era brincadeira, Lauren sempre foi uma pessoa bem humorada e vivia brincando com coisas sérias. - Já pode parar, não tem graça.

— Ar... Preciso... De... Ar. - Desesperada e vendo que não era brincadeira de Lauren, Normani correu até ela e rasgou a gola de sua camiseta, mas não adiantou. - Ar...

— DINAH, CORRE AQUI. DINAH. - Os gritos de Normani poderiam ser ouvidos até do outro lado do mundo, assim fazendo Dinah não demorar para entrar na sala.

— Não grita, eu estava aqui na sala do lado. Você me assustou. - Dinah segurava alguns papéis que estava separando para Lauren assinar mais tarde, nem ao menos olhou para as outras duas. - O que foi, amor?

— Chama alguém, pede ajuda. Uma ambulância ou um carro, eu mesmo corro com a Lauren

— O que está acontecendo, Normani? - Dinah já tinha soltado todos os papéis no chão e corrido até a esposa e a amiga, se praguejando por não ter visto elas antes. - Fala alguma coisa, Normani.

— Lauren está sem ar, eu preciso de ajuda, Dinah. Ela não está conseguindo respirar direito, eu preciso de ajuda. 

— Mani... Ar. - Essa tinha sido a última lembrança que tinha ficado na cabeça de Lauren antes de cair e ficar tudo escuro, tudo em um completo silêncio, o que era impossível com Dinah e Normani ao seu lado todo dia e toda hora.

[...]

Lauren não conseguia ver uma luz sequer. Seu corpo estava dolorido, seu peito ainda queimava, mas não como antes. Suas costelas não estavam diferentes, tudo estava chatamente dolorido, até quando queria respirar fundo. Lauren tinha uma pergunta. O que estava acontecendo com ela?