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Narrador.

Quais são as chances de um estranho querer ajudar outro estranho? Lauren não tinha a mínima ideia, ela era boa com os números de sua empresa, planejar casas e não com a bondade de outras pessoas. Ela poderia jurar que a dela estava sendo testada naquele momento, naquele lugar e com aquela pessoa.

— Tem algumas pessoas nos olhando. Não prefere ir para outro lugar? - Lauren esperou por uma resposta, mas Camila não respondeu. Já tinha um tempo que ela não falava nada. - Digo. Só para continuar a nossa conversa com mais tranquilidade. Tudo bem se não quiser ir para outro lugar.

— Não conheço muitos lugares por aqui, na verdade eu nem sei como cheguei nesse bar. Acho que o choro me desligou totalmente do caminho.

— Também não conheço nada por aqui e também não sei como cheguei. Eu pensei que estava só alguns minutos de São Paulo, mas estou horas de distância.

Camila parecia pensar enquanto saía dos braços de Lauren, ela parecia não precisar mais daquele abraço que lhe acolhia até segundos atrás, mesmo com algumas lágrimas teimosas. Ao contrário de Camila, Lauren não queria soltá-la. Ela não sabia o que Camila estava sentindo além da dor daquele dia e mesmo assim Lauren queria mantê-la a salvo de tudo e de todas as suas dores, se fosse possível.

— Eu poderia te levar lá em casa, mas eu não sei se você é uma psicopata disfarçada, sabe. Apesar de tudo, eu tenho amor na minha vida.

— Eu deveria levar isso como um insulto? - Camila sorriu quando encontrou o rosto de Lauren. Ela tinha o semblante meio duvidoso sobre as palavras que tinha acabado de escutar.

— Não deveria. - Lauren tinha suas sobrancelhas arqueadas, fazendo o choro de Camila parar por completo naquele instante. - Mas saiba que tenho o número da polícia como chamada de emergência, você não teria muito tempo para correr.

— Minha chamada de emergência tem o nome da Dinah. - Lauren sorriu ao lembrar da amiga porque ela corria de qualquer lugar quando Lauren precisava. Era uma coisa que Dinah não deixava para depois, um dos motivos das três morarem juntas atualmente.

— Dinah? - O sorriso de Lauren se desfez. Ela saiu falando que buscaria os exames e simplesmente não voltou, seu celular deveria ter várias ligações perdidas com muitos gritos de Dinah. Camila não entendeu o motivo de um sorriso tão bonito se desfazer tão rápido, então achou melhor não insistir em uma resposta. Se colocou de pé sendo seguida por Lauren. - Eu vou pagar a água que comprei.

— É... Não vai ser preciso... - Lauren estava sem graça de falar que já tinha pago a simples água que Camila tinha tomado e nem sabia o porque. - Não precisa.

— Como não? - Camila parou de puxar sua carteira para fora da mochila e esperou Lauren responder.

— O cara do balcão me disse que era por conta da casa quando sai de lá. - Camila tinha seus olhos cerrados e uma nova duvida. Lauren estava falando dela antes de chegar em sua mesa?

Lauren se sentiu envergonhada por ter mentido, mas Camila não precisava saber o que ela tinha feito, até porque era só uma garrafinha de água. Camila também não precisava saber que Lauren a observava chorar de longe, lá onde o insensível dava sua opinião. A pequena mentira não parecia ser grave, então Lauren deixaria daquele jeito.

Camila e Lauren foram caminhando juntas até a saída do bar, lá fora o dia parecia ótimo para andar de bicicleta com a família ou com amigos, senão fosse algumas nuvens escuras se aproximando. Lauren sempre olhava como as famílias e amigos tinham a oportunidade de estarem juntos, sempre felizes.

Ela sempre quis ter a oportunidade de fazer o mesmo, mas seus pais, como sempre, nunca tinham tempo para "besteiras". Dinah e Normani até tentaram levá-la, mas ela sempre dizia que não estava com vontade quando na verdade ela não sabia andar, ninguém havia lhe ensinado como deveria ficar sobre a bicicleta ou como ter equilíbrio.

Let Me Love You Until The End? - (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora