Let Me Love You Until The End? - (Concluída)

23.

Lauren.

Sabe quando alguém fala que viu sua vida passar diante de seus olhos na hora que tem tudo para dar errado e de repente tudo fica escuro? Não foi bem assim que eu vi, nada parecido com o que senti. No mesmo instante que vi o carro e a Camila no meio da rua, meu coração falhou várias vezes, gritei seu nome mais de uma vez e quando ela parou para me olhar, eu corri até ela.

Camila só se deu conta do que estava acontecendo quando me joguei por cima dela e o carro passou levantando toda a poeira da rua. O resultado foi nós duas caídas no chão, Camila por cima de mim, seu braço no meu pescoço, talvez fosse uma maneira dela não me deixar bater a cabeça em qualquer lugar e ela chorando. Sim, ela estava chorando.

— Por favor... Não faça isso outra vez. - Sussurrei apertando mais ainda seu corpo no meu, eu não queria soltar ela. - Meu coração quase saiu do lugar e você não.

— Me desculpa... - Camila escondeu seu rosto na curva do meu pescoço e ali ela chorou mais ainda. - Eu... Poderia ter sido atropelada e você também. Eu sinto muito. 

— Ei! Não fique assim, Camz. Não se culpe por causa daquele louco que só faltou levar o asfalto junto com ele. O importante é o agora e o agora você está aqui no chão comigo, viva. Só me diga que estava inteira ou eu vou ir atrás daquele filho da puta.

— Eu sinto todas as partes do meu corpo, Laur. - Meu corpo se arrepiou inteiro quando Camila riu com a boca encostada no meu pescoço. - Nada dói.

— Você fica melhor quando está rindo, lágrimas não combinam com você. E eu posso contar uma coisa? - "Uhum" foi a única coisa que ouvi dela. - Eu me jogaria na frente de um carro por você! Acho que não pode imaginar o tamanho do medo que senti quando o carro foi chegando mais perto e você não saiu do lugar.

— Não sei o que me deu, fiquei com medo, sei lá - Camila se levantou meio desajeitada, estendeu a mão para mim e puxou de volta antes mesmo da sua mão encostar na minha. - La-Lauren... - Camila me olhava com seus os olhos arregalados, eu não sabia o que ela estava olhando. Me sentei procurando por qualquer coisa de errado em mim, aparentemente eu estava inteira, mas o rosto de Camila não me dizia o mesmo. - Você...

— O que está quebrado em mim?

— Sua testa... Está sangrando. - Como os grandes idiotas fazem sempre que se machucam, eu tentei colocar a mão no machucado, mas Camila não deixou. - Pode ir parando por aí, não coloque a mão suja nesse corte.

— Estou toda ralada, mas ainda estou inteira. O corte na testa não é nada.

— Vamos passar em um médico, eu não sei falar se está fundo ou não. Vem. - Camila segurou meus braços com cuidado, me ajudando a ficar de pé. Péssima escolha, tudo doeu. - Acho que o corte foi fundo, precisamos ver seus joelhos e seus braços. Acho que me lembro aonde fica o hospital.

Não disse nada, apenas concordei com ela. Camila começou a procurar a chave do carro pela rua, corri meus olhos ali por perto e quando tentei me abaixar, senti pontadas em meu peito. Que merda, não era hora se sentir aquela dor.

Minhas pernas fraquejaram, Camila estava de costas para mim e não viu quando cai de joelhos no chão. Tenho certeza que fez um barulho estranho, já que Camila se virou na mesma hora. Eu não sabia o que estava doendo mais, tinha meu peito e meus joelhos agora mais machucados.

— Lauren? O que foi? O que você está sentindo? - Eu precisava só de alguns segundos e tudo estaria bem - Lauren, você está me assustando.

— Fica calma. - Respirei fundo, tratando de colocar um sorriso no rosto para disfarçar. - Estou bem, só foi uma tontura e a chave está na roda do carro.