O sumiço

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POV GUS

Entrei na sala de televisão e vi a katherine vendo um filme sozinha, já estava pronto pra me virar mas resolvi ir falar com ela. Eu ia ter que falar com ela em algum momento e sem falar que ficar longe dela ontem e hoje fez parecer que estava faltando alguma parte de mim, não sei que sentimento é esse mas eu não gosto disso nem um pouco, e lá no fundo eu sabia que tinha sido duro demais com ela, ela escondeu a morte da mãe porque não estava pronta pra falar sobre e eu forcei e fiz parecer que isso era um crime, tinha que fazer as pazes e pedir desculpas. Suspirei e revirei os olhos antes de me aproximar.

Gus: Katherine Brandão - disse o sobrenome dela pra me acostumar, e espero que ela tenha entendido que chegou a hora de conversar. Ela tomou um susto e se virou rápido demais mas quando viu que era eu ela relaxou.

Kath: Gustavo. O que você quer ? Ela perguntou fria.

Gus: Calma. Eu vim na paz - eu disse me aproximando e sentando no sofá com ela.

Kath: Como você pode dizer que veio "na paz" se chega dizendo meu sobrenome pra todo mundo ouvir - ela disse irritada e fazendo gestos demais com as mãos.

Gus: Não sei qual é o problema de descobrirem seu sobrenome.

Kath: Você sabe sim - era verdade, eu sabia, só tinha dito isso pra ganhar um tempo do que eu realmente precisava dizer, e observei enquanto ela virava a cara e fingia me ignorar.

Gus: Katherine.

Kath: O que é ?

Gus: Pode me escutar ? Eu realmente preciso falar com você.

Kath: Ta bom. Fala logo - Eu abri a boca pra falar mas logo ela me interrompeu de novo - mas se você veio brigar, ser grosso e dizer que não entende porque eu menti e bla bla está perdendo seu tempo.

Gus: Cara, você é muito teimosa. Me escuta. Eu vim pedir desculpas - assim que eu falei isso ela me olhou com aqueles olhos curiosos. Que eram lindos olhos... E eu senti uma necessidade enorme de falar isso, mas ignorei - Eu fui injusto, tá? Eu entendo você ter mentido sobre quem você é e sobre... sua mãe. Eu acho que eu fiquei chateado porque... eu e meus amigos não somos o tipo de pessoa que você tenta evitar, você já deveria ter percebido isso. Digo, estamos convivendo faz 2 meses.

Kath: Eu sei... Me desculpa, por tudo, pelas mentiras. Mas é que eu tenho muita vergonha.

Gus: Vergonha? - ela parou de me olhar e começou a olhar pra mesa de centro enquanto explicava melhor.

Kath: Você também é filho de pessoas importantes, só que seus pais, eu vi, eles se importam com você, eles te amam.

Gus: Seu pai também te ama. Ele sempre mostrava fotos suas pros meus pais e pra todo mundo, meus pais me contaram tudo depois - eu disse lembrando de que meus pais haviam me contado de como a mãe da Katherine havia falecido depois de lutar contra o câncer por meses.

Kath: Meu pai me ama, eu sei, mas ele não suporta mais olhar pra mim e pro meu irmão, porque nós o lembramos dela... - eu estava encarando ela sem acreditar no que ela estava dizendo, como um pai não poderia querer ficar perto dos filhos? - e ele não sabe, digo, ele ama o trabalho, ele trabalhava muito mesmo antes dela morrer, mas agora o trabalho é pra ele uma forma de escapar, de esquecer de tudo que aconteceu... Uma forma de esquecer que o amor da vida dele morreu.

Eu não sabia o que fazer, mas naquela hora me deu uma vontade enorme de abraça-la, não foi o que eu fiz, mas eu levei minha mão até a dela para cobri-la e mostrar que ela podia confiar em mim, ela olhou pras nossas mãos entrelaçadas e sorriu mesmo assim eu consegui ver a lagrima que escorreu do olho dela antes dela erguer a mão para limpar o rosto.

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