Victória

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Sábado, 2h45 da manhã.

Me encontro sentada no chão da sala, no meio de uma festa, completamente bêbada.

Estou do jeito que eu mais gosto de estar, fazendo a coisa que eu mais gosto de fazer.

É incrível estar nesse tipo de festa, já reparou quantos tipos de pessoa tem por aqui? Mesmo meio tonta e não entendendo muito do que acontece, procuro observar cada detalhe, essa é minha parte favorita.

Minha segunda parte favorita é poder estar em quase todos os grupos que eu desejar, meus amigos saíram deles, e acabamos nos encontrando por convenção do destino, formando essa ótima mistura que somos. 

O tempo passa rápido e logo percebemos que está na hora de voltarmos para nossas respectivas casas. Todos moramos muito próximos uns dos outros, por esse motivo quase sempre voltamos juntos e a pé, até porque poucos de nós tem carteira de motorista e depois das festas que frequentamos, nenhum de nós tem condição de conduzir um veiculo. Não nego que nossas caminhadas de volta são divertidas, sempre estamos dando risadas e cantando músicas por todo o caminho, muitas vezes com os copos e garrafas ainda em mãos.

Finalmente chego em casa, todos já estão dormindo, vou direto para o quarto, estou exausta, tiro os sapatos e me deito, nem me importo em tirar as roupas já amassadas depois de um dia intenso.
Uma das coisas que mais gosto em estar bêbada é que eu durmo logo, não tenho tempo para ficar pensando nos meus problemas e criando mais paranoias, assim não me desespero. As vezes eu sei que tem algo de errado com a minha cabeça, mas tenho medo que alguém confirme isso.

Acordo cedo no outro dia, minha cabeça dói, estou toda torta na cama, olho para mim e vejo que ainda estou com as roupas do dia anterior, ainda mais amassadas agora, passo a mão sob os olhos tentando despertar um pouco, uma enorme mancha preta surge nos meus dedos, parece que não me importei em tirar a maquiagem também,o  celular vibra notificando uma mensagem, abro.

"Na casa da Helo".

É assim que funcionamos, nos vemos quase todos os dias, para nada especifico na verdade, é apenas um hábito que adquirimos com o passar do tempo.

Termino de me levantar e vou ao banheiro, no espelho vejo minha cara de cansaço, os olhos borrados da maquiagem que havia deixado de tirar, os cabelos completamente bagunçados, posso jurar que sentia o cheiro e o gosto do álcool ingerido anteriormente, definitivamente eu precisava de um banho, faço minha higiene matinal e me troco, desço, pego uma maça e grito que estou saindo, sigo para casa da Heloá.

Todos já chegaram, eu sou a ultima, nenhuma surpresa até aí. Seus rostos cansados revelam que tiveram uma noite tão boa ou até melhor que a minha, fico feliz por isso, aparentemente eles também deixaram de pensar um pouco em seus problemas. Aceno para todos e me dirijo a um puff encostado no canto de uma parede, todos estão contando suas historias de ontem a noite, eu prefiro apenas ouvi-los.

Sinto-me realizada toda vez que lembro que eu sou a responsável por essa união, olhando para eles consigo lembrar perfeitamente como conheci cada um...

Good GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora