Stephen

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-Como assim são 35 prados!?- me espantei com o preço das maçãs de Haun.
O comerciante tentou se explicar.
-Desculpe Sr. Csak- ele apontou para a placa que mostrava o preço. –Com os ataques de Krivas nos campos de Houkin, as exportações para Elemek estão ficando cada vez difícil.
Eu não havia entendido nada do que ele havia falado.
-Krivas?- pegando os últimos prados restantes de dentro do bolso do meu casaco e o entregando. –O que é isso? Um animal não catalogado?
O comerciante forçou um sorriso para mim.
-Vejo que você não conhece os gêmeos espadachins Krivas e Krayeus.
Não se lembrava disso da explicação que meu pai me falou.
-Percebo que minha pessoa não tenha nenhum conhecimento sobre tal assunto.
Ele sorriu e me entregou as maçãs.
-Do jeito que as coisas são- ele começou as organizas suas frutas. –Você vai acabar se encontrando com ele...
Tentei prosseguir com a conversa, mas percebi que a mesma não teria resposta que eu queria ouvir. Então eu me via andando ao longo dos caminhos de tijolos no meio das quitandas.
-Emi vai ficar bem brava porque gastei o dinheiro todo- olhei para a minha mochila cheia de comidas e algumas coisas a mais que minha tia me mandou comprar.
Nos últimos dois meses, o que me pareceu dois anos, eu treinei na arena paralela de Citriusin, aquilo, quer dizer, meu treinamento me ajudou a melhorar o que eu já sabia e o estranho é que Silas não me atacou nesses anos e agora acabo de saber de um cara que está destruindo as plantações do outro reino.
-Saia daqui, eu vim de muito longe para ser roubada por vocês- a voz vinha de um beco à minha frente.
Eu fiz meu cetro surgir e fui até o local onde três sujeitos estavam equipados com espadas cercando uma garota de cabelos azuis, parecia que eles queriam roubar ela.
-Vamos garota- o sujeito da esquerda estava se aproximando dela rapidamente. –Se você nos entregar suas coisas, prometemos não lhe matar.
Eu iria ajudá-la, mas hesitei no momento que ela empunhou uma espada prateada.
-Eu não tenho medo de vocês- ele segurava firmemente a espada com as duas mãos.
Os sujeitos se aproximaram dela rapidamente.
-Pois devia.
Eles três atacaram juntos e ela aparou o golpe dos combatentes facilmente levantando as espadas deles para cima, aplicou um chute no guerreiro da esquerda e com um giro acertou o guerreiro da direita nas pernas o fazendo cair no chão, quando eu achei que o sujeito do meio iria acertar a garota com a espada, ela se ergueu e num salto acertou uma joelhada no queixo do guerreiro o fazendo cair desnorteado.
Com os sujeitos no chão, ela ergueu a cabeça e me olhou nos olhos.
-O que foi?- ela tirou a mecha loira de frente do seu rosto. –Nunca viu uma Zeneana se defendendo sozinha?
Aproximei-me devagar e peguei suas coisas no chão e a entreguei.
-Quem é você e por que veio parar em um beco?
Ela pegou as coisas e me olhou com uma expressão severa.
-Você não precisa saber garoto.
Nossa que rude.
-Desculpe se eu lhe fiz algo- estendi a mão. –Meu nome é Stephen Csak.
Ele me examinou com os olhos e fez uma expressão de repulsa.
-Eu imaginava que o filho do grande cavaleiro gélido seria mais bonito.
Senti-me ofendido, mas deixei passar.
-E quem é você para estar me julgando dessa forma?
Ela revirou os olhos e saiu andando.
-Você não precisa saber quem eu sou apenas considere o fato de que você não é belo. –Ela saiu andando sorrindo.
Quem era aquela garota, ainda mais uma Zeneana e o que ela estava fazendo aqui?
-Isso não importa Stephen- falei para mim mesmo. –Ela foi rude com você, agora esqueça ela e volte para o palácio.
Olhei para os lados me certificando de que não havia ninguém e como esperado não havia então toquei meu cetro no chão e me tele transportei para o palácio da ilha vulcânica.
-Stephen- Emi veio em minha direção. –Porque demorou tanto?
-Me desculpe tia- fiz o cetro sumir. –Eu vi uma garota em apuros e fui ajudar, mas ela conseguiu derrotar os ladrões.
-Você trouxe as coisas que eu lhe pedi?
Ela me olhava sorrindo, talvez rindo da expressão que eu esboçava em meu rosto.
-Ah sim comprei- entreguei a mochila. –Eu gastei o dinheiro todo que você me deu.
Encolhi-me esperando um soco em minha cabeça, mas só ouvi passos e quando abri os olhos vi Emi subindo as escadas.
-Tudo bem Stephen, era o objetivo mesmo.
E com isso ela desapareceu na primeira porta que entrou.
Alguns minutos mais tarde eu estava caminhando no pátio principal do castelo admirando as fontes de lava e as flores escuras, quando de repente o local ao meu redor se transformou.
Eu estava no mesmo deserto de antes, as ruinas ainda estavam intactas, mas já o altar dava a perceber que havia passado por mudanças, ele estava todo branco e brilhava com um líquido dourado.
-Então você deve ser o Stephen- disse uma voz acima de mim. –Onde sua irmã está?
Olhei para o pilar destroçado acima de mim e vi um guerreiro trajando uma armadura preta, ele me olhava enquanto passava sua katana em um ferro.
-Quem é você?- fiz meu cetro aparecer. –Onde Silas está?
Uma risada fria preencheu o ambiente, o guerreiro desapareceu com o vento e reaparecendo na minha frente com a ponta da sua lâmina em meu nariz.
-Você não sabe no que está se metendo garoto- ele sorria como um maníaco. – Não tenha medo de Katonai, isso é apenas uma ilusão eu não irei lhe ferir e você também não pode me ferir.
-Quem é você?- eu tentava me manter calmo.
-Eu?- ele jogou sua espada que caiu ereta no altar branco e desaparecendo novamente, surgiu se equilibrando com apenas um pé sobre o cabo da katana. –Eu me chamo Krivas, um dos gêmeos espadachins fundadores dessa ilha.
Uma aflição novamente tomou meu corpo.
-Silas está descansando no momento- ele continuou se equilibrando, mas agora estava de olhos fechados. –Eu vou me encarregar de matar você.
-Como assim? Eu não lhe fiz nada.
Ele balançou a cabeça em negação.
-Esse é o propósito Stephen- ele abriu os olhos e me encarou com uma expressão mortal. –Seus antepassados destruíram esse castelo e agora você irá pagar por eles...

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⏰ Última atualização: Jan 11, 2017 ⏰

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