Testrálios

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Depois que cheguei em Hogwarts, o caos se instalou de novo em minha mente.
Rony e Hermione, tentavam a todo custo serem prestativos mas eles não entendiam nada do que eu estava sentindo. Os pesadelos que tinha toda noite, Rony sempre acordava e ficava me observando da cama dele, com uma expressão de pena com preocupação. Já Hermione, estava sempre com uma expressão de preocupação. Depois de ser expulso da aula de poções do professor Snape, decidi visitar Hagrid mas só quando cheguei a cabana e bati na porta, é que eu me lembrei de que ele não estava mais por aqui a uns tempos. Tirei do bolso um pergaminho, uma pena é um pouco de tinta.

Caro almofadinhas,
aqui em Hogwarts as coisas vão péssimas para mim. Meus amigos não me entendem. Hagrid está sumido e o professor Dumbledore nunca aparece também. Snape continua me odiando e a nova professora de DCAT, Dolores Umbrigde, é um pesadelo. Me sinto mais sozinho do que nunca, além dos pesadelos de Voldemort me assombraram todas as noites.
O inverno congelante está chegando, hoje é o dia mais frio até agora, apesar de não haver neve, está praticamente impossível ficar do lado de fora [onde estou agora] mas é ainda mais suportável o frio congelante do que o lado de dentro do castelo, que deveria ser acolhedor, nunca esteve tão sombrio e desconvidativo. Espero que esteja bem, com carinho do seu afilhado,

Harry Potter.”

Assobiei para Edwiges, e em pouco tempo ela pousou ao meu lado.
"Entregue ao Sirius" ordenei e ela voou com a carta presa as patas.
Por um instante desejei ser uma coruja como Edwiges, livre, poder voar e cruzar os céus de Hogwarts, sobrevoar a floresta proibida e não ter responsabilidades ou preocupações, não ser perseguido pelo ministério da magia e pelos meus próprios professores, que não acreditavam em mim. Além é claro, de você-sabe-quem.
Resolvi caminhar um pouco pela floresta perto dali, entrei mais na mata e vi alguns dos animais estranhos das carruagens, e logo a frente, fazendo carinho em um, Luna Lovegood. Descalça, com um vestido longo e de mangas longas com um tipo de casaco de lã azul com apenas um botão fechado, passando delicadamente a mão na cabeça de um dos animais. Os longos e cacheados cabelos loiros esvoaçantes estavam soltos e um pouco bagunçados.
Ela não parecia notar a minha presença, caminhei mais para perto, e ela não se afastou, muito menos se virou, apenas disse:
"Olá Harry Potter." me surpreendendo completamente.
"Luna, seus pés. Não estão frios?"
"Um pouquinho. Infelizmente meus sapatos desapareceram. Acho que foram os narguilés"
Ela falou a última parte sussurrando para mim, como se contasse um segredo.
Senti um pouco de pena. Era bem verdade que os outros alunos caçoavam de Luna, roubando e escondendo suas coisas.
Ela voltou a admirar os seres em nossa frente.
"Oque eles são?" falei me referindo aos animais.
"São testrálios. São como cavalos magros com asas, mas com cabeça de dragão." Luna disse sem tirar os olhos de um. "São gentis mas as pessoas os evitam por serem...-"
"Diferentes" completei.
"É"
"Porque os outros não podem ver?"
"Testrálios só podem ser vistos por alguém que já viu a morte."
"Conhece alguém que morreu?"
"Minha mãe" ela olhou para mim "Ela era uma bruxa extraordinária, mas gostava de fazer experiências, e um dia um feitiço deu errado."
"Eu sinto muito" foi a única coisa que eu pude dizer.
"Eu também. As vezes eu fico realmente triste por isso. Eu tinha uns 9 anos, e quando ela se foi, grande parte da alegria da casa também foi junto. Mas eu ao menos ainda tenho meu pai."
Ela olhou pra mim, um olhar reconfortante.
"Nós acreditamos em você Harry. Acreditamos que você-sabe-quem voltou, matou Cedrico, lutou com você e que o ministério e o profeta diário conspiram contra você, mas eu e meu pai acreditamos em você."
"Obrigado Luna. Vocês parecem os únicos." Eu disse cabisbaixo.
Luna tentava alimentar um filhote de testrálio com uma maçã mas ele recusou, então ela ofereceu um pedaço de carne, e ele aceitou com prazer.
"Acho que não é o caso. Você sabe, isso é o que ele quer que você pense."
"Como assim?" Ela estava me confundindo.
"Se eu fosse você-sabe-quem, iria querer que se sentisse sozinho, isolado, porque quando você não tem aliados, é fraco e não uma ameaça de verdade."
"Brilhante" disse olhando para a garota.
"Mas você não é sozinho, tem amigos." Ela sorriu.
"Luna, não gostaria de sentar comigo e meus amigos hoje durante o jantar, na mesa da grifinória?"
"Desculpe mas eu marquei um encontro com a fantasma da torre Corvinal hoje. Falando em jantar, eu quero pudim. Tchau Harry."
Luna disse e simplismente saiu andando em direção ao castelo. Olhar sonhador, pés descalços, cabelos esvoaçantes. O perfume da inocência de Luna deixava o ambiente mais leve e agradável. Agora eu a observava sair, e levar junto com ela toda a minha paz.

lovegood potter {Huna/Harry e Luna} concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora