Depois do meu encontro com Luna na floresta, voltei ao dormitório para me deitar e tentar dormir logo e dessa vez, meu sonho foi um pouco diferente...
Eu estava andando em um lugar com paredes escuras e que refletiam a minha imagem, olhei para o lado e o reflexo que vi não era meu e sim de Voldemort. Peguei a varinha e lancei um feitiço, que acabou matando alguém. Não entendi como porque o lugar estava vazio, mas um corpo caiu no chão e quando me aproximei para ver, era o meu. Harry Potter. Ouvi um barulho do elevador chegando e eu [ou Voldemort, não sei] fiquei com a varinha em punho. Os portões do elevador se abriram e Luna saiu de lá. "Não, Luna, corra!" O meu corpo que tecnicamente estava morto gritou. Olhei para ele [ou Voldemort olhou para mim, não sei bem, no sonho eu estava no corpo do lord das trevas] incrédulo e depois para frente de novo, Luna não estava com a aparência inocente de sempre ela parecia sombria. Seus olhos estavam mais escuros. Ela tomou a varinha de minha mão [da mão de Voldemort] e apontou para a frente. "Avada Kedavra!" Ela gritou o feitiço. Em seguida uma luz verde me atingiu e minha consciência voltou ao meu verdadeiro corpo. Eu acordei.
Não consegui entender o significado desse pesadelo mas eu precisava ver Luna e ter certeza de que ela estava bem.
Me troquei correndo e fui direto à torre da Corvinal, sem avisar Rony e nem ninguém.
Alguns minutos se passaram comigo discutindo com o quadro que guardava a passagem, nem eu afirmando que era caso de vida ou morte o quadro não me deixou entrar. Derrepente a passagem de abriu e lá de dentro saiu Cho Chang.
"Harry? O que faz aqui?" Ela disse surpresa.
"Luna, eu preciso vê-la" eu disse tentando passar por Cho e entrar no salão comunal.
"Luna não está aqui Harry" Cho me barrou com as mãos e com uma expressão desconfiada. "Ela saiu bem cedo, assim que acordou."
"Obrigado Cho" eu disse já correndo para longe.
Onde será que Luna estaria? Será que ela estava em apuros? Será que Voldemort havia a pegado?
Fui para o salão das refeições para perguntar à alguém se ela havia estado ali mas não foi preciso. Ela estava sentada na mesa da Corvinal, saboreando um pedaço de pudim de abóbora, olhos sonhadores com os pensamentos muito longe daqui. Ela usava uma blusa e calça brancos, o mesmo casaco de lã azul e calçava tênis vermelhos (all-star). Os cachos loiros estavam emaranhados e presos em um rabo de cavalo baixo, de tão longos tocavam o joelho da garota.
A varinha dela estava pousada na mesa mas seus pensamentos faziam nevar sobre a cabeça dela mesmo não utilizando a magia propositalmente.
"Luna!" Exclamei perto dela, a arrancando de seu próprio mundo.
"Oh, olá Harry." Ela me encarou.
"Você está bem?"
"Um pouco cansada" ela respondeu sincera. "Passei grande parte da manhã tentando produzir um patrono mas não consigo".
"Ah, e você quer ajuda?"
"Obrigada pela gentileza mas eu não quero atrapalhar você"
"Oh não de jeito nenhum estaria me atrapalhando" sentei ao lado dela "Entendo sua dificuldade em produzir o patrono. Ultimamente ninguém tem tido muitas lembranças boas mesmo"
"Tudo bem Harry. Não precisa perder seu tempo." Algo nela estava diferente. Não sei como mas percebi isso.
"Não Luna eu quero ajudar. Estou ajudando todos da armada de Dumbledore que estão com dificuldade em algum feitiço e não será diferente com você." Insisti.
"Tudo bem então" ela disse meio cabisbaixa. "Nos vemos por aí". Luna saiu e me deixou ali, na mesa Corvinal olhando para ela indo embora segurando a varinha fortemente. Por algum motivo, eu queria estar perto dela a todo tempo. Talvez porque a presença dela me traz paz. Mas nessa manhã percebi que ela não estava bem e tive uma imensa vontade de cuidar dela.
O restante do dia passou e me obrigou a tirá-la da cabeça já que, como sempre, foi um dia problemático. Dolores estava cada vez mais pegando no meu pé, e fui expulso da aula dela levando uma advertência por citar o nome de Voldemort de novo.
Fui até a floresta, ver se encontrava Luna mas ela não estava lá. E nem os testrálios. Andei até uma das estufas de herbologia e percebi que alguns alunos de Sonserina e Corvinal estavam tendo aula juntos. Parei do lado de fora e procurei Luna com os olhos. Ela estava lá sentada. E do outro lado da grande mesa, de frente para ela, Draco Malfoy e seus ‘comandados’ [já que obedecem a tudo que ele diz]. Malfoy estava fazendo feitiços que deixavam Luna constrangida e também atrapalhando o desempenho dela na aula. Trocando vidros de poções, fazendo o trabalho dela explodir e matar a planta, roubando pertences dela e a chamando de Di-Lua. Ele e seus colegas estavam rindo enquanto Luna ficava triste. Senti uma grande raiva de Malfoy, mais do que eu já sentia normalmente.
Em pouco tempo, os alunos saíram da estufa e estavam voltando para o castelo. Me aproximei dos alunos da Sonserina.
"Ei, Malfoy!" Chamei e ele que estava rindo de Luna que estava atrapalhada em carregar seus pertences se virou para mim e no mesmo instante fechou a cara.
"Santo Potter! Veio salvar o dia?"
"Nunca mais se atreva a zombar da Luna!" Gritei realmente com raiva.
"De quem?" ele pareceu confuso.
"A corvina idiota" Pansy riu e apontou para ela.
"Não se atrevam" peguei minha varinha e apontei pra eles.
"Quer um duelo Potter?" Malfoy sorriu e sacou a varinha também.
"Expelliarmus!" Gritei e desarmei o meu adversário.
Draco pareceu assustado.
"Harry, não!" Luna apareceu. Os cabelos estavam soltos e caiam sobre a face, os olhos azuis tinham lágrimas, em uma das mãos a varinha e seus livros e acessórios engraçados estavam espalhados pelo chão que já estava coberto de neve [havia nevado durante a noite].
Eu não poderia negar um pedido dela nem se isso significasse desistir de um duelo de magia com o meu inimigo de Hogwarts. Atirei a varinha de Malfoy [que estava na minha mão pois o feitiço 'expelliarmus' trouxe a varinha dele para mim] nele que saiu em seguida acompanhado dos colegas sonserinos.
"Harry o que estava fazendo?"
"Eu só...senti que deveria proteger você"
"Você não precisa me proteger. Mas obrigada pela gentileza." Luna começou a recolher os pertences do chão.
"Eu sei que você não está bem"
Ela respirou fundo. "Vem comigo".
A corvina não hesitou e nem questionou, apenas apanhou o resto das coisas da neve e me seguiu até o lago.
Colocou as coisas no chão, ao lado do lago congelado. A vista estava bonita, o lago, no fundo a floresta proibida que tinha perdido seu tom verde escuro já que todas as folhas das árvores possuíam neve. E ao fundo montanhas também brancas. Tudo estava branco, e vazio.
"O que está acontecendo Luna?" Perguntei com ternura. Seus olhos azuis encontraram-se com os meus.
"Não sei Harry. Estou me sentindo muito confusa. Talvez sejam os zonzóbulos."
Ela disse com toda sua inocência porém tristeza também.
"Que tal tentármos o feitiço do patrono como eu havia lhe prometido ajudar?"
"Não acho que eu vá conseguir"
"Não fala assim, vai pega sua varinha" encorajei-a.
Ela pegou. "Expecto Patronum!" Luna disse e nada aconteceu. "Viu" ela olhou triste pra mim.
"Você não pode só dizer palavras. Tem que segurar a varinha firme e apontá-la para frente ou para cima. Mas a parte mais importante é a lembrança em que você esta pensando."
"Ultimamente tenho pensado muito em minha mãe"
"Não é porque ela se foi que todas as suas lembranças dela tem que se tornar tristes Luna. Quero que feche os olhos e pense nos olhos dela, nos olhos do seu pai e nos seus. Pense neles olhando para você, apenas um bebê e sorrindo. O sol bate no rosto deles e os cabelos de sua mãe voam com o vento. Eles estão andando num belo campo com grama verde, e é primavera. Pense neles te pegando bebê no colo e te abraçando. Lembre-se no som da risada deles. Concentre-se. Agora quero que diga. Agora!"
"Expecto Patronum!"
Luna disse com os olhos ainda fechados, apontando a varinha pro céu. E dela saiu uma luz prateada e formou o desenho de um coelho feito de energia que saiu logo pulando em volta de nós dois.
Ela abriu os olhos e lágrimas foram derramadas deles, deixando o tom azul mais forte e em contraste com o leve vermelho que sua esclerótica (a parte branca do olho) estava. Logo um leve sorriso tomou seus lábios ao ver o coelho pulando pelos ares ao seu redor.
"Como fez isso?" Ela perguntou.
"As memórias felizes podem ser induzidas por quem vai executar o feitiço. A minha por exemplo, eu nem sei se realmente aconteceu. Mas é a mais feliz que tenho."
Luna sorriu e pegou na minha mão.
"Obrigada" ela disse antes de pegar seus pertences e simplesmente sair me deixando ali parado e pensando no porque de eu estar sentindo aquelas sensações ao ficar perto dela ou então somente em pensar nela. Luna Lovegood estava mechendo comigo.
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lovegood potter {Huna/Harry e Luna} concluído.
Fiksi PenggemarSanidade e loucura. Caos e paz. Trevas e luz. Um menino e uma menina. Um grifinório e uma corvinal. Um romance entre Harry Potter e Luna Lovegood. {short-fic concluída Livre para todas as idades}