you fade away

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A u r o r a

Enjoada, com náuseas e com uma dor de cabeça enorme causada por excesso de pensamentos. Era assim que me encontrava depois da tal mensagem, não sabia o que fazer nem qual caminho seguir, tinha medo de realmente ter chegado ao ápice de minha loucura, minha cabeça tentava formular frases e explicações mas tudo o que vinha eram momentos, flashes de momentos onde Zayn arrancava o melhor sorriso que tinha guardado dentro de mim, momentos em que eu encarava aquele sorriso que me fazia matar e morrer pelo mesmo. Quando finalmente cheguei ao meu destino, ajoelhoei na frente do túmulo com as letras tão bem gravadas "RIP - Zayn Javadd Malik 1993-2014", a dor que sentia com as pedras machucando meu joelho não era nada comparada a dor que sentia em meu coração, me perguntava se todo esse tempo tinha sido feita de idiota, se ele realmente não estava dentro daquela porcaria de terra e estava vivendo por ai como uma pessoa comum. Senti as lágrimas escorrendo como uma torneira de meus olhos, definitivamente não conseguia chegar em nenhuma explicação racional pra tudo o que estava acontecendo, como ele poderia ser capaz de me deixar por dois tão longos anos fazendo-me pensar que estivera morto e aparecer de uma hora pra outra fazendo piadinhas? Isso era impossível, meu Zayn, NUNCA faria isso comigo, nunca!

Encarei a lápide por mais alguns instantes, não saberia como reagiria se Zayn realmente não estivesse morto. Parte de mim suplicava por isso, queria ter ele por perto e sentir seu toque nem que fosse por mais uma única vez, e outra parte, a maior, sentia uma raiva enorme que parecia me consumir, se ele realmente tivesse sido capaz de fazer isso, não sabia do que seria capaz de fazer.

Como se algum gênio da lâmpada estivesse ouvindo minhas súplicas e dúvidas, senti uma mão tocar meu ombro e a carga de energia liberada naquele toque fez todo meu corpo entrar em estado de êxtase. Fechei os olhou tendo certeza que aquilo não era real, mas queria apreciar meu momento de loucura, queria sentir o toque daquelas mãos que conhecia tão bem. O que aconteceu em seguida, entretanto, me fez arregalar os olhos e virar bruscamente pra entender que porra estava acontecendo

- Senti tanto a sua falta, princesa- aquela voz tão suave que mais pareciam a de um cantor de rock pornô invadiram mdus ouvidos como uma melodia suave- pare de chorar, você sempre soube que eu não tinha morrido merda nenhuma- revirou os olhos passando os dedos gélidos pelas minhas bochechas e eu o encarava atônita

- Eu morri?- perguntei segurando o rosto que a tanto tempo desejava poder tocar novamente- isso é loucura

- Sempre fomos loucos meu amor- ele sorriu de forma diabólica e juntou seus lábios aos meus como nunca havia feito antes- eu não deveria, mas estou de volta, estava ficando fodidamente irritado por você ser tão inocente ao ponto de achar mesmo que morri, e eu ainda estou bravo com toda aquela porra de dança com o tal do bastardo da festa

Eu não conseguia tirar os olhos do rapaz a minha frente, tive medo de desviar o olhar e ele não estar mais ali me encarando com seu tom castanho mel contrastando com o verde intenso dos meus próprios olhos. Afastei a mão do rosto de Zayn e com força lhe dei um tapa na face esquerda, e um soco em seu peito, e mais outros pontapés tentando afastar aquela assombração da minha frente

- QUE PORRA VOCÊ TA FAZENDO AURORA?- aquela voz que meus ouvidos conheciam tão bem gritou, e eu congelei ainda mais, isso não podia estar acontecendo

- Zayn- eu disse quase sem forças e segurei em seu ombro- acho que vou desmaiar

- Com..

...

Acordei com a luz clara do sol entrando e iluminando todo o quarto, odiava acordar com muita luz. Assim que levantei para me sentar na cama, lembrei de tudo o que tinha acontecido na noite anterior, olhei ao redor do quarto e não encontrei nada que provasse que Zayn estivera ali. Foi tudo uma alucinação?

- Achei que fosse dormir pra sempre- a porta abriu e Zayn entrou no quarto segurando uma bandeja com café da manha

Olhei pra ele como se ele fosse algum tipo de alien e pisquei várias vezes até observar ele bufar e vir em minha direção, me fazendo dar um pulo e recuar

- Aurora, sou eu- esticou a mão para tocar meu rosto mas eu me afastei ainda mais, abraçando meu joelho na cama- QUE MERDA! Vai fugir de mim agora, princesa?- deu um soco no travesseiro fazendo a bandeja pular na cama- Temos muito pra conversar, coma logo

Encarei novamente seus olhos e ele me encarava na mesma intensidade, estiquei minha mão para pegar o copo com suco verde que ele, e só ele, sabia que era meu preferido. Ele esticou o lábio em um sorriso de canto satisfeito, mas o sorriso se desfez quando eu despejei o conteúdo do copo no colchão e taquei o copo em sua direção, e o filho da mãe por sorte conseguiu desviar

- QUE PORRA VOCÊ ACHA QUE ESTA FAZENDO AURORA- ele me encarava com certo ódio no olhar

- SAI DAQUI SEU FILHO DA PUTA- gritei me levantando e indo em sua direção para abrir a porta que estava atrás dele - Demorou dois anos pra lembrar a porra do meu endereço Malik?- ME RESPONDE QUE MERDA VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO AQUI, PORRA- gritei novamente enquanto ele me olhava com ainda mais raiva, droga, era ele mesmo

- EU ESTOU NA PORRA DA MINHA CASA AURORA, VOLTEI POR CAUSA DE VOCÊ E DAQUELA CHORAÇÃO DO CARALHO QUE VOCÊ FAZIA TODO DIA- gritou as palavras fazendo com que cada ferida ainda em processo de cicatrização abrisse novamente no meu coração- puta que pariu Aurora, eu tinha planejado outra coisa pra hoje, mas você continua na mesma merda de sempre, querendo estragar a porra toda

- Não fui eu que sumi por dois anos Zayn, DOIS ANOS. Você me enganou esse tempo todo- segurei meus cabelos com força enquanto tentava não encarar o rosto do Malik- sai daqui, sai daqui agora- soltou as palavras que eu mesmo não imaginara um dia sequer que sairia de minha boca- volte amanhã ou quem sabe daqui mais dois anos, mas some da minha frente agora- passei por ele abrindo a porta do quarto e apontando pra fora- não vou repetir, sai daqui, agora.

Zayn fechou a mão com força e encarou meu rosto, deu um soco em um quadro fazendo o mesmo cair no chão

- Espero que saiba o que está fazendo Aurora- me encarou uma última vez antes de sair do quarto.

Assim que ouvi o elevador do apartamento ser chamado, senti uma pontada de arrependimento ao me dar conta do que tinha acabado de fazer, mas mandei o arrependimento pra longe ao lembrar o quão tinha sido feita de idiota esse tempo todo. Me tranquei no banheiro a procura de algo que me relaxasse e enchi a banheira entrando na mesma logo depois.

Não entendia tudo o que estava acontecendo, mas tinha uma única certeza dentro de mim: por mais que amasse Zayn com todas as forças existentes em meu corpo, não o deixaria me fazer de idiota, nunca mais.

Aurora » Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora