Algum tempo depois, acordei tendo uma sensação estranha, como se algo estivesse errado. Ao abrir os olhos, esse pequeno sentimento se transformou em certeza ao ver onde e como me encontrava. E para ser sincera, levei alguns segundos até meu cérebro assimilar aquela cena, pois nada parecia fazer sentido. Primeiro, as minhas roupas e todo o resto, haviam desaparecido e no lugar, surgido um avental branco – como aqueles de hospitais. Segundo, toda a sala era tomada por um tipo almofadado em tom claro, a não ser pela porta que era visivelmente reforçada.
Um dos meus primeiros pensamentos foi que eu estava sonhando ou que tivessem me confundido com alguém, pois não havia motivo de eu estar ali.
Em busca de respostas, fui até a porta e com força, comecei a soca-la, enquanto aos berros, pedia por ajuda. No entanto, após longos minutos, ninguém surgiu e logo, tive apenas o silêncio como amiga.
Peguei no sono sem me dar conta e só acordei quando ouvi um barulho vindo da porta e homens surgindo em vestes negras. Antes que pudesse reagir de alguma forma, eles puseram um capuz em meu rosto e em minhas mãos, algemas. E em seguida, me arrastaram pelos corredores daquele lugar.
— O que está acontecendo? Porque estou aqui? – perguntei, assustada, mas nenhum deles disse qualquer coisa.
Após um longo percurso, eles tiraram a minha venda e sem qualquer cuidado, me jogaram no chão. Levantei o mais rápido que pude, mas antes que eu ficasse de pé, eles fecharam a porta e me trancaram dentro de uma sala escura.
— Ei, o que tá acontecendo? Eu quero sair daqui!
— Parece assustada, Melissa – falou uma voz masculina.
— Quem é você?! – olhei para os lados, mas a escuridão me cegava.
— A pergunta é... – de repente, uma luz se acendeu, revelando um homem sentado em frente a uma mesa, no centro daquele lugar. — Quem é você?
— Eu sou Melissa, mas vocês já devem saber disso, não é?
— Disso e muito mais.
— Ótimo, então devem saber que não tenho porque estar aqui. Afinal, o que está acontecendo? Porque me prenderam? Quem são vocês? E...
— Vejo que tem muitas perguntas. Porque não se senta para conversarmos melhor?
— Não temos o que conversar, eu já disse que não tenho...
— Melissa Ferreira, dezenove anos, nascida no ano de 1998. Filha de Cida Alves Ferreira, pai não identificado – ele lia um arquivo envolto por uma pasta marrom clara. Na capa, destacado em vermelho, estava escrito: confidencial.
— Como conseguiu essas informações?
— Sabe o que senti falta nesse arquivo, Melissa? – ignorou minha pergunta. — O fato de não mencionar uma das características mais importantes em você.
— Do que você está falando?
— Acredito que saiba muito bem do que estou falando.
— Se eu soubesse, acha que estaria perguntando?
— Talvez sim, se quisesse contornar a situação.
— Mas não é o caso, entendeu? Eu só quero sair daqui!
— Ok. Então já que "não sabe de nada", talvez isso lhe refresque a memória – dito isso, ele acendeu o tablet que estava posicionado sobre a mesa e em seguida, um vídeo começou a rodar. — Ele foi gravado por uma câmera de segurança próxima ao local.
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Caos [EM REVISÃO]
Short Story[CONTO ESTÁ SENDO REESCRITO PARA REVISÃO, RETORNANDO PARA O WATTPAD COM CAPA E TEXTOS NOVOS] Melissa jamais pensou que sua vida poderia mudar daquela maneira e nem sequer que teria que tomar uma grande decisão: viver na luz ou se entregar as trevas...