Capítulo 1

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Alexis Marshall


– EU NÃO VOU! – gritei.

– AH, MAS VOCÊ VAI SIM! – minha mãe grita de volta – Olha aqui Alexis, se você não for para esse colégio, eu cancelo todas as suas viagens deste ano, TODAS! Agora vai já arrumar as suas malas! – diz com voz firme.

Bufei e comecei a subir as escadas.

– QUE MERDA! – grito batendo a porta do meu quarto e pegando uma mala preta jogando-a na cama.

Não acredito que ela teve coragem de fazer isso comigo! Eu definitivamente estou puta com ela. AI QUE RAIVA!

Saio jogando tudo na mala. Blusas, calças, shorts, bonés, etc. Se for pra ir pra esse lugar infernal, tenho que fazer umas brincadeirinhas também! Abro a caixa que eu deixo escondida no meu closet e sorrio vendo o que tem dentro. Pó de mico, tinta, bombinhas, e mais algumas coisas. Haha, me aguardem! Joguei quase tudo na mala, escondendo atrás das roupas.
Coloco mais algumas coisas na outra mala e fecho as duas.
Olho pra minha roupa atravéz do grande espelho do meu quarto e bem... Um short jeans desbotado, um moletom preto grande (roubei do meu irmão) e um all star preto. Eu diria que estou apresentável, não vou mudar minha roupa só pra agradar as pessoas, não me importo com a opinião alheia.

Saio do quarto deixando as malas no mesmo lugar e desço as escadas encontrando minha mãe e meu irmão na sala de estar. Ela estava falando ao telefone e Felipe estava mexendo em seu celular. Me joguei ao seu lado e puxei o celular de suas mãos.

– Devolve Alexis! – resmungou tentando pegar o celular de volta, mas eu empurrei ele e olhei pra tela do iPhone onde estava aberta uma página bem masculina.

– Você é hétero? – pergunto a ele.

– Claro que sou! – diz começando a se irritar.

– Jura? Pensei que você era gay. – e eu ri.

– Me dá isso aqui. – puxou o celular de minha mão e colocou no bolso da calça irritado. Eu só ria da sua cara.

– O motorista já está esperando vocês lá fora, as malas já estão no carro. Vão logo ou vão se atrasar para o colégio. – diz minha mãe depois de desligar o telefone – Não quero saber de brigas ou de qualquer confusão que faça o diretor me chamar para resolver, ou então podem dizer adeus às férias em Cancún. Entenderam? – disse firme olhando para nós – Principalmente você, Alexis. – diz e revirei os olhos.

– Tá, tá bom dona Paula, vou tentar me comportar! – ou não! Hahaha!

Me levantei indo para o carro me sentando no banco de trás onde meu irmão já estava sentado. Fui a viagem toda brigando com o Felipe pra ele desligar a música irritante que passava em seu celular antes que eu o jogasse pela janela. Mas graças aos céus chegamos ao colégio.

– Olha só, a partir de agora é cada um pro seu lado e vê se não faz merda. – disse Felipe antes de sair do carro e entrar no colégio.

Saio do carro e pego minhas malas no porta-malas e, antes de caminhar pra dentro daquele inferno, vejo um homem alto de cabelos grisalhos se aproximar ao lado de uma garota um pouco mais baixa que eu.

– Boa tarde, você deve ser Alexis. Eu sou Jonas, o diretor do Internato Williams Morgan e essa aqui é a Lauren, ela vai lhe mostrar seus aposentos. – diz o cabeça cinza.

– Okay, okay. Me poupe de apresentações. Só quero saber onde é meu quarto. – digo sem nenhuma paciência.

– Vem, vou te mostrar o seu quarto. – diz a tal da Lauren.

Passamos por vários corredores até chegar em um cheio de portas e com uma listra vermelha por toda a parede. O caminho todo ela foi falando as direções em que ficavam os outros lugares do colégio, mas eu liguei o modo surda e não ouvi mais nada.

Ela abriu uma porta onde havia escrito dois nomes: Alexis Marshall e Lauren McCall. Ah só me faltava essa. Ela é minha colega de quarto!

Entramos no cômodo onde haviam duas camas, um guarda-roupas enorme com um grande espelho ao lado, uma mesa de estudos e uma estante com alguns livros e um bom espaço vazio. Havia uma outra porta e supus ser o banheiro.

Joguei minha mala na cama que ficava mais longe da porta de entrada e abri jogando tudo no guarda-roupas. Lauren fazia o mesmo, só que ela dobrava tudo com a maior paciência do mundo, coisa que eu não tenho. Me jogo na cama depois de ter colocado a mala em um lugar qualquer e... Poxa, mal cheguei e já estou no maior tédio! Acho que vou dar uma volta pra conhecer o lugar onde farei minhas pegadinhas haha.

Levantei-me da cama e abri a porta do quarto.

– Aonde vai, Alexis? – pergunta a tal Lauren.

– Não te interessa. – bato a porta assim que saio do quarto.

Passo por vários corredores até achar o refeitório. Eu tô com fome! Entro no lugar que é todo de vidro e vou direto pro balcão onde tem uma moça entregando um salgado pra uma garota.

– E aí, tia! Me dá uma coxinha de frango e um refrigerante. – ela assente.

– Claro minha querida! – diz dócil – É nova no colégio? – pergunta enquanto pega a coxinha numa espécie de estufa que fica em cima do balcão.

– Sim e não pretendo ficar muito tempo. – respondi e ela me entregou a coxinha.

– Por que? Não gostou daqui? – perguntou e pegou um refrigerante.

– Na verdade não. Minha mãe me obrigou a vir pra cá. – me sentei no banquinho em frente ao balcão e fiquei conversando com a tia, que agora sei que se chama Luzia, enquanto comia meu lanche. Ela é um amor de pessoa, gostei muito dela.

Quando estava indo pro meu quarto, esbarro em uma menina loira oxigenada que faz cara de nojo ao me ver.

– Que foi garota? – pergunto já irritada com ela me olhando assim.

– Iiih garota, você esbarra em mim e ainda fica irritada? – disse ela com sua voz irritantemente fina.

– Olha aqui, sai da minha frente que eu tenho mais o que fazer. – empurrei ela pro lado e passei indo pro meu quarto.

Encontrei Lauren saindo do banho vestida com um pijama de ursinho e começo a rir.

– Qual é a graça? – ela pergunta se sentando na cama.

– É sério isso? – rio. – seu pijama é ridículo! – apontei pro pijama dela e ela olhou tentando achar algum defeito nele. – É muito infantil, não acha?

– Não, só é fofo. – sorriu abraçando o próprio corpo.

– Aaai, me poupe de fofura. Eca!

Fui direto pro banheiro e tomei um banho vestindo uma roupa confortável e me joguei na cama em seguida.

– Será que tem alguma coisa divertida pra se fazer nessa droga de lugar?! – disse alto e com total tédio na voz.

– Bom, tem a sala de jogos que fica aberta até às 20h para os alunos. Quer ir pra lá? – pergunta Lauren sentada em sua cama.

– Quero. Qualquer coisa é melhor do que ficar aqui sem fazer nada. – sentei-me na cama. – Mas, por favor, vai trocar essa roupa ridícula que você não sai daqui assim. – falei pra ela que sorriu e se levantou indo até o guarda roupas.

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Colégio Interno (IWM)Onde histórias criam vida. Descubra agora