Estrelinha

9 1 5
                                    

Louis Tomlinson, tinha vários problemas: autismo fraco, déficit de atenção, transtornos psicológicos e dislexia, tudo com sua pouca idade, e de acordo com os médicos, pioraria conforme sua desenvoltura. Sua mãe, Johannah, sofrera de uma forte depressão pós parto, sendo obrigada a tomar remédios, não podendo então, amamentar seu bebê, tornando-o ainda mais fraco e com resistência baixa.

Depois que a professora levou Harry dali, Louis caminhou até às palavras que seu novo amigo tinha escrito, e ficou observando com atenção por longos minutos.
- Louis? Vamos? O recreio acabou. O que acha de fazer um desenho?
- Tia... - disse se aproximando da mulher.
Na mesma hora, um vento forte bateu em seu rosto, embaralhando todas as letrinhas escritas por Harry na areia.
- Olha só o que Harry escreveu para mim! Eu até consegui ler!
- Quem é Harry, pequeno? - A professora sorria gentilmente.
- Ele é a estrelinha! - Louis puxa a cuidadora pela mão e a leva até onde segundos atras, estava escrito: Harry e Louis, acompanhado de uma estrela, mas agora? Agora era só areia.
- Louis? Você está bem? - Seu sorriso some ao observar a areia.
- Estava bem aqui, tia! Ele tinha desenhado uma estrelinha para mim, ele também escreveu o nome dele e o meu... - Ele começa a procurar confuso.
- Louis. Pare com isso, não tem nada aí, você está me assustando! Vamos para lá. - Ela pega o menino pelo braço e sai andando para longe do jardim, a florzinha que estava atrás de sua orelha, cai levemente, até atingir o chão atras de si.
- Me solta! Louis não quer sair daqui! Harry vai voltar!

- Sra. Tomlinson? É melhor você vir buscar seu filho. - A professora encarregada de cuidar dos alunos com problemas especiais tinha a expressão preocupada.
- O que houve!? - A voz do outro lado da linha responde quase em um grito.
- Ele precisa de cuidados mais que especiais, está tendo alucinações, sinto muito, senhora.
Johannah saiu do trabalho às pressas, chegou na escola em menos de quinze minutos, para pegar seu Louis.
-Lou, o que houve, meu amor? - Ela pega seu filho nos braços, se despedindo das professoras e voltando ao carro.
- Eu conheci um menino hoje no jardim e...
- Louis... - Ela interrompe olhando séria para Louis.
- Ele é dono das estrelinhas! Acredite em mim! - O pequeno tinha os olhos marejados.
- Vamos ver a Doutora Sarah agora, tudo bem? - Johannah coloca o cinto de segurança em ambos e dirige a caminho da clínica.
Depois que a mãe de Louis explica tudo o que ela sabia, a Doutora escuta tudo o que Louis tinha a dizer, chegando à conclusão, errada, que o menino estaria tendo alucinações. Sarah receita remédios fortíssimos para o pequeno garoto, que seriam tomados de seis em seis horas. Johannah se despede, voltando para casa com seu filho, disposta a cumprir todos os horários.

Harry estava ansioso para voltar para escola, para poder ver seu novo e único amiguinho, Louis. Chegou em casa animado, contando para sua mãe, que havia feito um novo amigo, e o quão ele era legal. Antes de dormir, o menino de olhos verdes fez um lindo e caprichado desenho, desenhou ele e Louis, em um campo com várias flores, nomeando cada um, bem encima de cada cabeça, fez também, várias estrelas no céu e uma linda flor cor de rosa na orelha do menor. Dobrou o papel várias vezes e guardou em sua mochilinha, ajoelhando perto de sua cama antes de finalmente deitar para dormir.
- Papai do céu, obrigado por enviar Lou para poder brincar com Harry. Prometo nunca fazer ele ficar triste ou zangado. Eu gostaria de pedir ao senhor, que não deixe Louis fazer Harry ficar triste ou zangado assim como eu. Amém.
Em um impulso, ele sobe em sua cama, se aconchegando e adormecendo rapidamente com um sorriso e duas covinhas formadas no pequeno rostinho.
Na hora de ir para escola, Anne arrumou-o e dirigiu, deixando o pequeno na escola. Os olhos dele brilhavam ao lembrar que agora, tinha um amigo. Entrou correndo na escola, ignorando todas as brincadeiras de mal gosto de seus colegas e adentrando a sala. Tudo que ele queria era que o intervalo chegasse.
Quando finalmente o sinal bate, Harry pega a cartinha em sua mochila e corre até o jardim, parando logo enfrente e sentindo um aperto no coração, ao encontrar o local totalmente vazio. O garoto observa cada cantinho dali, com esperança que ele estivesse escondido, mas não havia ninguém. Seus olhos começam a lacrimejar. Seu coração estava estranho, de acordo com o mesmo. Ele queria entregar o desenho para seu novo melhor amigo, aliás, Louis gostava de seus pontinhos brilhantes. Observando aquele lugar, Harry avista uma florzinha caída no chão, idêntica à que o menino de olhos azuis usava ontem.
- Oh... Você perdeu sua florzinha, Lou Lou... - Ele sussurra sozinho, pegando a flor que antigamente, habitava a parte de trás de uma das orelhinhas de Louis. - Vou guardar para você, amanhã eu entrego.
E assim o pequeno Styles volta no outro dia, e no outro, e no outro, mas parecia que seu amigo tinha sido apenas um sonho.

***

Os anos se passaram, Louis tinha 15 anos e a saúde dele estava de mal a pior, ele não voltou para escola desde o ocorrido, tinha somente aulas particulares e não parava de chamar por Harry, ou de pedir estrelinhas como as dele.
- Mamãe, você pode trazer Harry para mim? Eu gostaria de ver suas estrelinhas. Me deixe ter pontinhos brilhantes como os dele. Ele é meu melhor amigo. Traga-o para mim. - Ele chorava.
Sua mãe tinha olheiras arroxeadas debaixo dos olhos, suspirava a cada cinco minutos, não aguentava mais tentar lidar com isso, seu filho não dormia, não comia, visitava o hospital e a Doutora Sarah todos os dias, ela estava fraca e sem esperança.
- Eu não sei mais o que fazer, Doutora, me ajude, por favor. - Joahannah chorava compulsivamente.
- Sra. Tomlinson, sinto muito ter que dizer isso, mas só temos uma opção, a qual a senhora sabe. - Dr. Sarah se aproxima da mulher de aparência esgotada, segurando seu ombro, tentando transmitir conforto.
- Vamos fazer isso. Se for ajudar, eu finalmente aceito. Vamos internar, meu pequeno Tomlinson.

Cry BabyWhere stories live. Discover now