Visões de um Ser Especial

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Sei que me chamam de menino especial

Por não ser igual aos outros que conheço

Com eles pareço e aqui do meu pedestal

Não lhes desejo mal por pagar o meu preço


Quisera poder escapar dessa minha prisão

Sem tocar o chão, numa cadeira estou preso

Minhas pernas são o peso que levo sem direção

Querendo escapar da visão desse frio azulejo


Existe alguém que cuida sempre de mim

Não sei se é Serafim, Arcanjo ou outro ser

Ele me fez entender que minha vida é ruim

Mas que algo assim não se pode escolher


Através dele descobri porque sou desse jeito

Foi o meu pai o sujeito que selou meu destino

Se hoje sou um menino de um horizonte estreito

Agradeçam-lhe o feito e perdoem seu desatino


Quando ainda eu era apenas um simples feto

Por um mero desafeto veio dele a agressão

Existe uma explicação para o seu ato incorreto

Pois a cachaça por certo lhe moveu a mão


Quem sou eu pra julgar o que é certo e errado

Só mais um coitado que nem sabe ao menos falar

Vivo silenciosamente a orar, pago o meu pecado

Por estar nesse estado e tantas tristezas gerar


O que me anima é saber que talvez um dia

Dessa minha agonia posso vir a me libertar

E vou poder então voar e até quem sabe eu ria

Ao ouvir a doce melodia dos anjos a tocar

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Este poema escrito por mim foi baseado numa história real, um personagem real, uma vida real, uma esperança indecifrável num olhar que não sei dizer se é perdido ou angustiado ou vazio. Quem poderia dizer não o pode hoje, quem sabe amanhã, quem sabe nunca, quem sabe? 

Com esta poesia eu ganhei o XI Concurso Literário JI/ AEPTI em 2011. 

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