Sei que me chamam de menino especial
Por não ser igual aos outros que conheço
Com eles pareço e aqui do meu pedestal
Não lhes desejo mal por pagar o meu preço
Quisera poder escapar dessa minha prisão
Sem tocar o chão, numa cadeira estou preso
Minhas pernas são o peso que levo sem direção
Querendo escapar da visão desse frio azulejo
Existe alguém que cuida sempre de mim
Não sei se é Serafim, Arcanjo ou outro ser
Ele me fez entender que minha vida é ruim
Mas que algo assim não se pode escolher
Através dele descobri porque sou desse jeito
Foi o meu pai o sujeito que selou meu destino
Se hoje sou um menino de um horizonte estreito
Agradeçam-lhe o feito e perdoem seu desatino
Quando ainda eu era apenas um simples feto
Por um mero desafeto veio dele a agressão
Existe uma explicação para o seu ato incorreto
Pois a cachaça por certo lhe moveu a mão
Quem sou eu pra julgar o que é certo e errado
Só mais um coitado que nem sabe ao menos falar
Vivo silenciosamente a orar, pago o meu pecado
Por estar nesse estado e tantas tristezas gerar
O que me anima é saber que talvez um dia
Dessa minha agonia posso vir a me libertar
E vou poder então voar e até quem sabe eu ria
Ao ouvir a doce melodia dos anjos a tocar
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Este poema escrito por mim foi baseado numa história real, um personagem real, uma vida real, uma esperança indecifrável num olhar que não sei dizer se é perdido ou angustiado ou vazio. Quem poderia dizer não o pode hoje, quem sabe amanhã, quem sabe nunca, quem sabe?
Com esta poesia eu ganhei o XI Concurso Literário JI/ AEPTI em 2011.
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Meu EU Poético!
PoesíaEm algum momento todos poetizamos, seja devido a uma alegria ou uma tristeza que nos invade. Eu acredito que meus melhores escritos deste gênero sejam de cunho dramático, inclusive o primeiro prêmio que ganhei foi em referência à poesia triste que c...