Eu me lembro da forte luz branca.
Eu me lembro das vozes pedindo para permanecer acordada.
Eu me lembro da dormência.
Eu me lembro da rua e do meu ato de demência.
Aquela era uma noite de festa.
Dançávamos e cantávamos à beça.
Vivíamos em meio a um sonho.
Uma realidade paralela onde nada poderia dar errado.
Mas deu.
Eu estava bêbada demais.
Renato estava bêbado demais.
Joana estava bêbada demais.
Alana estava bêbada demais.
Julia, Lucia, Patrik, João, Guilherme.
Maria, Yasmin, Marcelo, Samuel, Kaique.
Catarina, Maiara, Alice, Ana.
Pegamos no volante.
Deixamos aquele sentimento de euforia nos tomar.
Éramos os reis do mundo, nada podia nos derrotar.
Aquilo não iria nos matar...
Mas matou.
Eu não quero mais me lembrar.
Eu não quero mais me culpar.
Eu não tenho mais o que inventar.
Eu não tenho mais como fugir desta dor que insiste em me atormentar.

YOU ARE READING
Life
PoetryDurante boa parte da minha vida, achei que para ser feliz precisava de alguém ao meu lado, seja um amigo, um namorado ou algum ente querido. Durante boa parte da minha vida, achei que as relações durariam para sempre, que nada no mundo poderia s...