Tornei-me um clichê desde que comecei a gostar de você. Caminho a noite, ou seja, não durmo anoite como qualquer rapazinho apaixonado, sou um notívago, mesmo que essa palavra não seja o clichê para esse texto. Fumo cigarro, fumo com a diligência de quem já fumou mais de mil cigarros, ainda que esse seja o meu primeiro, ou segundo, ou terceiro? Se quer lembro como se conta depois que te conheci, até lembro, mas as lembranças ficam em uma batalha constante com a imagem da curva do seu rosto, ou melhor, serie ainda mais clichê com o "seu sorriso", se eu falasse dos olhos, seria ainda mais clichê? Guardo em uma botija botelhos de sentimentos, são todos variados e pequenos mas todos eu entrego pra você, não acha clichê? Então falarei quais são, o sentir do seu beijo, o aperto do seu abraço, o cheiro de suas roupas e o aroma de seus cabelos, todas partes pertencentes do grande clichê que tornou-se amar você, o clichê que me acorda de manhã fazendo pensar em seu sorriso e que me impede de deitar a noite fazendo pensar na sua voz, o clichê que me impede de ter equidade e tratar você como prioridade acima das outras coisas que deveriam parecer mais importantes dentro da minha mente, o clichê que me faz escrever pensando em você e nele, de novo, o clichê.