laços de diamante

Estilhaços da Madrugada

Tamir não podia acreditar no que estava lhe acontecendo, depois de um ano viajando, pesquisando e explorando o mundo que reya sempre lhe implorava para ver, ele finalmente estava na presença dela de novo.

Ela estava linda naquele vestido preto, e as únicas coisas que estragavam aquele cenário do baile eram o fato de que ela ainda o odiava e o desgraçado de cabelos vermelhos que a arrastava valsando pelo salão.

O dragão também havia refletido muito durante seu tempo sem a princesa por perto, chegou a muitas conclusões, ele poderia viver sem Reyana em sua vida, na verdade o fez durante um ano inteiro apenas para no final perceber que sem ela e os poucos amigos que fez, o mundo era apenas uma massa barulhenta, revoltada e egoísta.

Ele nunca se lembrou de um passado mais distante onde não conhecesse Reya, porém sempre teve um conhecimento perturbador sobre sua idade, ele sabia que tinha 10 anos quando acordou pela primeira vez e que era um dragão pequeno do tamanho de um humano, porém desde aquele momento Reyana sempre esteve lá. Muito embora no começo ele não tivesse a amado, ela lhe mostrou bondade, então amizade e ambos juntos superaram o medo que tinham um pelo outro através dos anos.

Porém agora tudo o que ele podia fazer era ser sincero com ela e ficar ao lado dela assim como ela o fez por ele desde que eles se conheceram. E era exatamente isso que ele faria, assim que destroçasse aquele humano que exalava arrogância.

Por um momento Tamir ficou lá fervendo enquanto o humano inclinava Reya e lhe beijava o pescoço, e então subitamente teve muita consciência de sua temperatura corporal ficando alta e de todos ao seu redor suando e se abanando. Forçou o calor para dentro de si enquanto se lembrava de seu treinamento para conter sua magia e quase riu daquela corte pomposa ao seu redor, agora totalmente encharcada de suor.

Ainda seguindo o homem de cabelos vermelhos com o olhar ele se lembrou que se perdesse o controle Reya certamente o mataria com aquele punhal negro, e com isso ele colocou mais uma pedra mental em sua magia para mante-lá inanimada. Não poderia falhar com ela de novo, e aparentemente teria que desistir do seu plano de esfolar aquele homem engomadinho, o que certamente teria lhe dado muita felicidade.

De repente o dragão olhou para Reya como se apenas a presença dela já exigisse sua atenção. Mesmo que ainda abraçada e gingando com o humano, ela parecia uma madrugada com toda a sua imponência, e lhe olhava preocupada como ele fosse uma bomba que ela mesma tivesse acionado. Ele não pode evitar se não sorrir para ela. A princesa não havia mudado nada, sempre se culpando por tudo e ao mesmo tempo que tentava consertar o mundo todo.

Ela seguiu rodopiando pelo salão com cada passo de seu salto no mármore ecoando no seu ouvido e pisoteando o seu coração, finalmente ele resolveu ir para outro lugar o que fez com que muitos dos nobres para quem ele estava servindo de sauna humana ficaram muito gratos.

***

No dia seguinte, Reyana se arrastou para ficar de pé e encarar suas responsabilidades, depois do banho ela foi para o café, onde ao chegar se pegou encarando o nariz quebrado de Arthur com um olho roxo para combinando com uma mistura de remorso e humor sombrio.talvez aquele tivesse sido o presente de Tamir para Arthur, Reyana não pode deixar de aprovar.

Ela não sabia como lidar com as palavras dele da noite passada, e os lábios dele queimavam como se tivessem sido queimadas a ferro nos seus lábios, o que a deixava se sentindo ainda menos culpada.

Ele parecia estar tentando chamar sua atenção, mas sinceramente ela tinha problemas mais sérios do que as frescuras dele e sua sedução. Não parava de pensar em Tamir, ela havia perdido o controle sobre si junto com sua sanidade mental, gostou do dragão por tempo demais para depois de tudo apenas esquecê-lo, porém depois de todo o mal que ele causou nenhuma justificativa poderia salvá-lo do fato de que era um monstro.