The nerd and the popular [editando]

Capitulo 18

Abro a porta do banheiro para ter certeza de que Milla ainda está dormindo, após me certificar de que minha irmã está bem, volto minha atenção ao celular em minhas mãos

- minha querida, não consigo imaginar por tudo que está passando, onde você está? Em algum hotel imagino- meu pai parece desesperado, dou um meio sorriso ao perceber que não estou mais sozinha, mas afinal eu não estive sozinha em momento algum, tive minhas amigas ao meu lado me apoiando e me ajudando em todas as dificuldades e agora também tenho James, que se tornou em tão pouco tempo, um amigo extremamente valioso

- estou na casa de um amigo, mais especificamente, no vizinho, nós estudamos na mesma escola e nos tornamos grandes amigos, ele se ofereceu para abrigar a mim e a Milla por um tempo, estamos bem aqui,não se preocupe- me sento no chão frio tocando o aparelho em minhas mãos sem acreditar ainda em como é possível estar nesse momento falando com o meu pai

- como Milla está? Imagino que deve ser uma menina linda igual a irmã- sua voz parece orgulhosa, percebo a ansiedade dele ao falar da minha irmã

-no momento ela está dormido como um anjo na cama, depois que você se foi, nossa situação se tornou complicada- conto tudo para o meu pai, com todos os mínimos detalhes, ele merece saber toda a verdade e tudo o que perdeu em todos esses anos afastado de nós

- não posso acreditar que sua mãe deixou vocês duas passarem por todas essas dificuldades, como ela é orgulhosa, mandei dinheiro para vocês todo o mês, e quantias maiores em seus aniversários, o que você vai fazer? Contará para Milla que eu sou o pai dela?- começo a pensar essa é uma ótima pergunta

- provavelmente sim, ela merece saber, Milla sentiu tanto sua falta quanto eu, sempre contei histórias sobre você, sabia que o ursinho rosa que você comprou assim que descobriu que teria uma menina, é a única coisa que consegue fazer minha irmã parar de chorar?- meu pai começa a chorar do outro lado da linha, deve ser muita emoção saber como ele nunca foi esquecido pelas filhas- mas será difícil para sua cabecinha de 6 anos entender como o pai voltou dos mortos, ela provavelmente também vai achar que somos um casal, Milla não sabe discernir que pais e mães não estão necessariamente juntos, será estranho, ela me vê como mãe e por mais que eu tente explicar que sou apenas a irmã mais velha, Milla não entende e eu não quero mentir sobre você, é o pai dela e merece ser reconhecido com tal- digo com convicção de que esse será o certo a se fazer

- quando minha menina virou adulta? Você se tornou uma mulher tão forte filha, tenho orgulho de ser seu pai- meu peito se enche de alegria, sempre imaginei se ele em qualquer lugar que estivesse teria orgulho de quem eu me tornei e é reconfortante saber que sim- quero me encontrar com vocês logo, por favor- seu tom parece ansioso para nos ver, imagino como deve ser para ele descobrir toda a verdade mas não estou pronta, pelo menos não ainda

- preciso de tempo, para o luto, para digerir tudo isso e também para contar a Milla a verdade, acho que esse será o mais difícil- me levanto do chão gelado e caminho até o quarto

- eu entendo filha, você tem o tempo que precisar, respeitarei o seu espaço mas por favor não demore muito, acho melhor desligarmos, está ficando tarde e você passou por muita coisa em um só dia, vá dormir meu amor, boa noite- me despeço do meu pai e desligo o celular, me aconchego nas cobertas e puxo o corpinho da minha irmã para mais perto, preciso cuidar dela, não a deixarei sofrer, serei forte, por ela.

Acordo sentindo a cama fria, resolvo abrir meu olhos e não vejo Milla ao meu lado, levanto rapidamente mas logo me arrependo ao ficar tonta, espero a vertigem passar, calço minhas pantufas e ponho um casaco, o dia está frio, faço minhas higienes matinais e desço as escadas quase que correndo, devo estar atrasada para a escola, ao chegar na cozinha, apenas James se encontra tomando café, seu olhar cruza com o meu e um lindo sorriso preenche seu rosto