Apenas mais uma paixão

capítulo 1

Beatrice

Aqui estou eu mais uma vez em um aeroporto, depois que o meu pai sumiu, minha mae se casou novamente, achei que isso seria bom para ela, pois a mesma não saia mais de casa, ficava trancada no seu quarto, e eu com apenas 13 anos não sabia o que fazer, até que um dia o James foi em casa, ele era o policial responsável por investigar o sumiço do meu pai; naquele dia os dois passaram horas conversando e a partir daí, sua visita era frequente, minha mãe voltou a sair de casa, se arrumava e tinha um sorriso radiante no rosto, 2 anos depois eles se casaram e foi ai que minha vida virou do avesso.
James foi promovido e parte do seu trabalho era viver em cidades diferentes, em 2 anos já morei em mais de 30 cidades diferentes, diversos países e Estados, pessoas, culturas e modos diferentes, já me acostumei a entrar em uma escola, quando faço uma amiga, vem a notícia, nos mudaremos de novo, já me apaixonei diversas vezes, mas escondo meus sentimentos pois tenho medo de me entregar e depois ser obrigada a ir embora, entramos no avião e a mamãe senta ao meu lado
-dessa vez acho que será permanente querida- ela diz com um sorriso consolador no rosto
- você sempre diz a mesma coisa- digo colocando meu fone, mas sinto ela tirar do meu ouvido
-Eu estou pensando em voltar para a revista- sim, minha mãe era a editora chefe de uma revista e depois que meu pai sumiu ela não trabalha mais
-Pra Que? Na hora que você estiver ser acostumando, teremos que nos mudar de novo- ela abre a boca para falar algo mas a fecha em seguida, repete isso mais uma vez, ate que eu digo- eu quero dormir posso?- ela assente, volto meu fone no meu ouvido e começo a olhar aquela pequena janela. Acordo e o avião já está pousando
-você se sente assim mesmo?- pergunta minha mãe e eu não entendo muito bem, então ela continua- quando finalmente consegue se acostumar com a cidade o James precisa viajar de novo?
-mais ou menos- falei sincera- não consigo ter amigas como qualquer outra garota na minha idade, nem um namorado, pois tenho medo de sofrer depois....- ela me interrompe
-querida- ela me puxa para mais perto dela- não posso te prometer nada, mas posso falar com o James, ele tenta mudar de cargo e então você terá amigas maravilhosas e um namorado lindo, ta bom? - eu concordo mesmo sabendo que são apenas palavras e que daqui a pouco iremos embora novamente O restante do caminho ninguém falou nada, chegamos na nova casa e eu fui procurar meu quarto
- Bea, querida, está na hora de acordar- ouço a voz do James me chamar
-deixa eu dormir mais um pouco-falo colocando o travesseiro na cabeça
- já são uma da tarde, a Maria quer guardar o almoço- duas notícias boas em uma única frase, acho que ainda não acordei
- a Maria veio?- pergunto animada e ele assenti- já tem comida? - ele sorri
-ela fez lasanha para você- não posso acreditar, lasanha é minha comida favorita vou em direção a porta e dou um abraço em jay
-jay, você é o melhor padrasto do mundo- digo, apesar do james não ser meu pai, temos uma relaçao de pai e filha, vou para a cozinha, assim que termino de comer minha mãe aparece
-você vai junto conhecer a nova escola?- ela pergunta
-Eu acho que prefira dar uma volta por aqui, posso?
-pode- ela diz
-mas cuidado hein!-James completa- e se algum rapazinho vir com gracinha me avise que eu mesmo dou um jeito nele, ninguém encosta um dedo na minha filhinha - ele diz em tom autoritário e eu Caio na gargalhada
-pare com isso amor-diz a mamãe e em seguida da um selinho nele
-vamos parar com a pouca vergonha que tem inocentes aqui!?- falo brincando e mamãe mostra a língua para mim, eu retribuo o gesto de subo pra trocar de roupa
Coloco uma calça e um casaco por conta do frio de Nova Iorque e começo a andar pelas ruas sem destino....
Ah respirar o ar puro após passar horas dentro de um avião é a melhor coisa do universo, estou distraída quando sinto algo trombar em mim, não consigo me equilibrar e acabo caindo
-não olha por onde anda não filho da puta!?- digo tentando me levantar
-você que deveria prestar mais atenção ao invés de ficar parada aí garota- ele diz vendo seu celular que também caiu
-da pra pelo menos me ajudar a levantar imbecil?- ele olha e estica a mão para me ajudar, eu seguro sua mao e ele me puxa, então encontro seu olhos, são azuis, brilhantes, hipnotizantes... então percebi que ele também me olha, me solto dele e vou andando
-nunca te vi por aqui- ele diz vindo atrás de mim
-talvez por que eu acabei de me mudar?- pergunto como se fosse uma coisa óbvia, na verdade, é obivio
-onde você mora? Posso te levar até sua casa- a não, merda, eu saí andando e não faço a menor ideia de como voltar para a casa, penso em perguntar como faço pra voltar, mas eu não sei nem o número da rua...
-você pode ser um assassino, não vou sair andando por aí com você- eu digo e ele sorri, meu Deus, que sorriso, acho que estou enlouquecendo
-ei, eu não sou um assassino- diz se defendendo- olha pra mim, eu sou lindo, não um assassino
-convencido também- digo e ele da uma gargalhada
-não sou convencido, apenas digo a verdade, tenho um espelho em casa, e diversas meninas me dizem isso o tempo todo- e minha vez de rir, esse cara deve ter problema- e para você ver que não sou assassino, essa é minha carteirinha da escola-diz pegando a carteirinha e me entregando -viu só!? -leio a carteirinha e tenho uma ideia que pode salvar minha vida
-Então Benjamin...- começo e ele interrompe
-Ben por favor
-então Benjamin -digo dando ênfase ao nome- pode me emprestar seu celular?
-pra Que? -pra mim ligar para a minha mãe e dizer que estou Perdida em Nova Iorque com um completo estranho penso
-preciso ligar para uma pessoa- digo fazendo uma cara de fofa
-ok- ele diz e eu dou um sorriso- mas antes vc tem que admitir que o ben aqui é lindo e gostoso