Eu encarava o teto do meu quarto, o lençol esticado até o queixo, e tentava entender tudo aquilo que aconteceu ontem. Não acredito que aceitei aquilo.
Pretendia dormir mais um pouco, mas meu celular começou a tocar na cabeceira, fazendo com que eu deixe a desânimo de lado e saia da cama. Indo direto para o banheiro dar um jeito no meu rosto, cobrindo todas as olheiras que estavam ali bem expostas, depois de amarrar meu cabelo em um coque e sair.
O dia até que estava quente, diferente de todos os outros e um sol passava pelas brechas da janela quebrada da sala.
Após abrir tudo, caminho direto para o quarto dos meus pais e toco na testa da minha mãe que ainda dormia. Sua febre passou, o que me alivia bastante. E meu pai já não estava ali do lado dormindo, como sempre.
Deixei ela dormir mais um pouco e fui preparar o café da manhã, nada tão pesado, pois não sou de tomar café, era mais pra minha mãe quando ela acordasse.
Preparando uma bela mesa, volto no meu quarto para pegar o celular e enviar mensagem ao Niall, perguntando se ainda iríamos estudar juntos. E me pego pensando no que ele fez ontem por mim.
Desde que conheço Niall, ele a todo momento fez coisas para me agradar. Sempre, ficando do meu lado e me dando os melhores conselhos que eu jamais saberia dar. Por mais que eu já tenha o evitado, ele sempre venho atrás de mim, perguntando se estou bem, e mesmo eu mentindo, dizendo estar bem sendo que não, Niall sentava do meu lado e me ajudava sem querer nada em troca.
Sorrio boba enquanto encaro a tela do celular e uma breve mensagem notifica.
"Claro! Estarei te esperando na porta"
Jogo o aparelho na cama e tiro a roupa que usei para dormir. Pondo um vestido florido bem folgado do meu quadril pra baixo, e apertado pra cima, deixando meu seio bem espremido e bonitos até.
Aproveitando que havia um bolso na lateral, enfio o celular dentro e volto pra sala, notando que meu pai chegava cansado. Parecia sem ar, parando no meio do caminho para se apoiar na parede e respirar fundo.
— Pai? — corro ao seu encontro, segurando-o bem na hora que ia cair no chão. — Oh meu Deus! O que houve com você?
Sua boca abria e fechava, querendo dizer algo, mas nada saia. Me deixando cada vez mais preocupada.
Acomodo seu corpo no sofá e vou pegar um copo de água na geladeira, fazendo com que o mesmo tome lentamente.
— Obrigado... — ele diz fraco. — Obrigado, princesa...
— Você andou correndo mais uma vez? — pergunto e ele abaixa a cabeça. — Pai!
Meu pai não nunca aceitou o fato de já não ser aquele jovem de antigamente. Por mais que exista muitos senhores aí cheios de saúde, papai não se inclui nisso. Seus ossos são muito frágeis, todos os dias dou suas vítimas para que possa andar pela casa, e até lá pelo quarteirão. Mas ele vê algumas pessoas correndo e tenta fazer o mesmo, chegando em casa nesse estado.
— Preciso curtir minha vida, Amélia — ele usa sua frase de sempre.— A vida é uma só. Não quero ficar tracado nessa casa o dia todo.
— Eu sei o quanto isso é chato, pai. Eu sei — coloco o copo de lado e acaricio seus fios brancos. — Mas o senhor tem que entender de uma vez que isso só vai te fazer mal. Por que não anda normalmente? Não precisa correr.
— Simon diz que você é exagerada, e eu concordo.
O jeito rude que ele diz isso, me faz engolir o seco e concordar com a cabeça. Ficando em pé.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu Preciso de Você.
FanfictionA vida de Amélia está um inferno! Seus pais a contaram que ela é adotada, o dono do apartamento em que ela mora com seus pais adotivos ameaça-a, forçando-a namorar seu único filho e o pior de tudo, fazendo Amélia dançar em sua boate noturna. Para...