Sara

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-Você não me ouviu? Eu estou grávida!
-Ora, mulher, não sou surdo, estou feliz sim. Você sabe que terá que parar com a bebida não é?
-E você, só durante estes meses pare de chegar tarde e de trazer essas piranhas para nossa cama, isso me deixará extressada e não posso me extressar em condição de gravidez, muito menos beber.
-Sendo assim, terá que me ajudar também não acha? - ele a abraça pale cintura, a beija e a deita na cama.
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"Finalmente, eu estou aqui, mamãe me tem em seu ventre, estou tão feliz.... ué, o quê é isso entrando na minha casinha? Mamãe, o quê está acontecendo com você aí fora?"
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-Ela não é linda? - comenta a mulher.
-Sim, é a minha cara. - ele diz sem tanta animação.
-E os olhos são meus. - ela rebate sorrindo.
Os pais olham para a filha rescém-nascida no berço, a pequena babulciava e mexia os bracinhos e as perninhas alegremente.

Os pais olham para a filha rescém-nascida no berço, a pequena babulciava e mexia os bracinhos e as perninhas alegremente

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-Como vamos chamá-la? - pergunta a mãe.
-Não faço ideia.... pode cuidar disso sozinha? Tenho que voltar aos meus negócios, se não tiver ideias te ajudo quando voltar. - ele se despede e sai caminhando tranquilamente.
-Negócios né? Mas é um safado mesmo! Acaba de se tornar pai e já vai caçar vadias por aí? - ela fala em um tom revoltado.
-Vê se não cai na bebida enquanto eu estiver fora, você tem que amamentar a Sara e não pode beber. - ele rebateu.
-Sara?!
-Esse nome é bom? Posso ir? Significa princesa, ela não é a nossa princesinha?
-Adorei esse nome combina com ela, nossa princesa. - ela disse gostando de como soa o nome.
-De nada e tchau. - ele vai embora sem dizer mais nada.
A mulher vai para a janela e vê o carro de luxo dando a volta no jardim do casarão e saindo pelo portão e sumindo da vista dela. Ajoelhou-se no chão do quarto rosa de bebê e chorou, lamentou, bagunçou seus cabelos. Sabia muito bem que seu marido a traía com todas as prostitutas da cidade, o mesmo não tem medo de esconder isso dela, mas sim de outras pessoas por ser dono da empresa mais famosa e lucrativa da cidade. Tinha uma reputação a zelar como homem importante, por isso levava várias mulheres para sua casa à noite. Ela não fazia nada a respeito, além de cair na bebida na cozinha fechada do casarão, e esquecer de sua infidelidade.
Ela também tinha uma reputação a zelar; era a mulher mais bela e bem sucedida entre as mulheres da cidade, também uma grande estilista, desenhava lindos vestidos para mulheres importantes. Usava as mais belas, valiosas e caras jóias, deixava as outras encantadas. Achavam que ela tinha a vida perfeita, a casa perfeita, o marido perfeito e em breve, a filha perfeita. A única coisa perfeita que ela pode afirmar que tem agora é sua filha, Sara, sua princesa.
Ela sentiu dores nos seus braços e pernas, onde estavam marcas roxas das agreções dele quando chegava bêbado em casa, ele não bebia tanto quanto ela, mas só dois copos podiam deixá-lo fora de si a ponto de agredí-la.
-Maldito! Você que ouse tocar na Sara.... - ela disse com os dentes serrados, sentiu aquela maldita vontade de se embebedar até desmaiar e esquecer de tudo -Não! Eu não vou beber! A Sara precisa de mim.
Então Sara começa a chorar, ela se levanta e pega a filha nos braços, ainda chorava enquanto acalmava sua a bebê.
-Shhhhh, tudo bem, Sarinha, a mamãe está aqui e sempre estará. Se algum dia quando seu pai estiver com outra na cama da mamãe e eu largada no chão de algum canto da casa desmaiada de bêbada, não se preocupe porque eu irei acordar e ficar com você, meu amor. - ela disse entre soluços e a voz fina de Sara chorando, sabia que ela nãe entendia o quê dizia mas que conforme crescesse era o quê iria presenciar.

 - ela disse entre soluços e a voz fina de Sara chorando, sabia que ela nãe entendia o quê dizia mas que conforme crescesse era o quê iria presenciar

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Uma semana depois, a casa estava em festa, várias amigas da mulher foram dar as boas vindas à pequena Sara. As mulheres, todas ricas, lotaram vários cantos com pacotes embrulhados em papéis de presente lindos, outras levaram bonecas, ursos e outras pelúcias, além de vários enchováis com roupas lindas. Todas estavam ao redor do bercinho que foi posto na sala de visitas onde Sara estava deitada enquanto todas a paparicavam.
-Ela é tão linda, Valéria! O cabelo nem se fala, vai poder fazer vários penteados nela. - exclamou uma.
-É uma menina de sorte, filha dos pais mais ricos desta cidade. - comenta outra.
-Obrigada pelos presentes, meninas, a Sara vai adorar, não é Sara? - Valéria diz se referindo à neném que mantinha os olhos fechados, ainda se acostumando com os arredores do ambiente, também estava cançada de ter tantas mulherer olhudas em cima dela, a passando de mão em mão e apertando suas bochechas.

-Obrigada pelos presentes, meninas, a Sara vai adorar, não é Sara? - Valéria diz se referindo à neném que mantinha os olhos fechados, ainda se acostumando com os arredores do ambiente, também estava cançada de ter tantas mulherer olhudas em cima d...

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-Nossa, esse seu colar é lindo, deve ter custado uma fortuna! - uma comenta adimirandoo colar de pérolas prateadas em seu pescoso.
-Meu marido não me daria um igual nem em nosso aniversário de casamento. - diz outra com inveja.
-Ah parem! - ela disse sendo modesta.
-E onde comprou esse vestido? É tão charmoso!
E assim elas foram se afastando do berço e voltaram suas atenções para Valéria, com todos os elogios do mundo, dando um descanço para Sara. Mas é claro que logo voltaram a mimá-la novamente, afinal, a festa era dela.

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As horas passaram, as amigas foram indo embora e cada uma para suas casas, deixando Valéria, Sara e seu pai sozinhos no casarão novamente. A campainha toca, o marido atende, uma mulher de roupas coladas e curtas entra já o abraçando pelo pescoso e ele a agarrando. Valéria, do andar de cima, ouviu os barulhos já frequentes lá embaixo na escuridão da sala de estar, no sofá. Para evitar começar a beber ela se trancou no quarto de Sara e manteve-se ocupada organizando os presentes, em seus devidos lugares enquanto Sara dormia de novo. Enquanto dobrava as roupinhas rosas ela chorava em desgosto, quando Sara acordou e ela amamentou a menina ela se sentiu feliz de novo e faria de tudo para mantê-la feliz naquela casa hostil cheia de mentiras e falsidades.

Memórias de Uma Menina SofredoraOnde histórias criam vida. Descubra agora