Pobre menina

27 1 2
                                    

-Por quê você não faz nada direito? - grita Jorje derrubando um prato no chão fazendo um grande barulho de vidro quebrando.
-E por que você é tão babaca? - Valéria rebateu furiosa pela ação do homem.
-Não têm o direito de falar assim comigo! Mora na minha casa, come a comida que eu compro e usa as roupas que compra com o meu dinheiro, sem falar na quantidade de jóias - ele gritou se aproximando do rosto dela, a fazendo virar o rosto com medo -Você não têm nada, Valéria! Não é nada sem mim, lembre-se disso quando se emebebedar na cozinha de novo.
Ela limpa uma lágrima que ameaçava descer de seu olho esquerdo e olhou para ele novamente com medo do quê poderia fazer a seguir.
-A Sara com certeza está ouvindo, por favor fale baixo. - ela pediu com a voz calma embora estivesse muito nervosa.
-EU FALO NO TOM QUE EU QUISER!!!!! - Jorge grita e a empurra no chão.
Ela cai com força no chão, deita o rosto nos braços e chora de dor.
..........
-Não ouvir, não sentir, não ouvir, não sentir. - repetia a pequena Sara enquanto tapava fortemente os ouvidos debeixo da coxa de sua cama.

Sara agora tinha cinco anos, era uma menina bonita e ingênua, mesmo já sabendo de várias coisas que não deveria saber com essa idade. Ela passava os dias em seu quarto trancada, raramente saía de dentro de casa, não tinha nehum amigo a não ser seus animais de pelúcia e suas bonecas, especialmente a sua boneca preferida na qual chamava de sua amiga. Sara levanta a cabeça da coxa quando não ouviu mais nehum barulho vindo lá de baixo. Saiu debaixo da coxa e sentou na cama olhando para baixo, tristemente, uma ponta de curiosidade bateu sua mente sobre por que tudo ficou tão silencioso de repente.
Sara pega a sua boneca em suas mãos e vai até a porta, hesitantemente ela ergue a mão para destrancar a porta.

-Acha que eu devo ir? - ela pergunta a sua boneca, na qual permaneceu calada, mas em sua imaginação a boneca podia falar e lhe dar os mais exelentes conselhos.

-"Bem, pode ir, mas vá com cautela." - disse a boneca.

A menina sorri e dá um terno beijo no rosto a boneca de pele um pouco escura, na qual chamava-se Mara. Sara abre a porta e olha para os dois lados do corredor, em seguida começa a andar com passos leves até a escadaria, como era muito nova ela tinha medo de descer as escadas que na sua visão imaginativa de criança pareciam descer mais e mais, como se fosse a escada para o centro da terra. Sentiu-se tonta de tanto ver a escada descer ela fecha os olhos e estremesse.

-"Não têm nada para se temer, é só uma escada que logo acabará." - assegurou Mara, deixando Sara mais tranquila.

Segurando no corrimão com uma mão, pois o outro braço estava segurando Mara firmemente, pondo um pé de cada vez em cada degrau, sempre atenta.

-"Isso, está indo bem." - dizia Mara mais uma vez, encorajando a menina.

Em poucos minutos Sara já estava lá em baixo, voltando a ser uma espiã ela começou a olhar a cozinha escondida quieta como um camundongo, notou bem no canto atrás do balcão que sua mãe estava caída, desacordada com uma garrafa de wisky na mão. Sara quis chorar ao ver sua mãe assim, queria ajudá-la, mas não podia fazer muita coisa. Então teve uma ideia: pegou da geladeira a água mais fresca que tinha e pôs em um copo, depois pegou um remédio ótimo para dor de cabeça que sua mãe tomava na noites de estresse, tirou o wisky da mão de sua mãe e substituiu pelo copo de água e o remédio. Viu sua mãe se mexer um pouco, ela acordaria logo com a mesma ressaca de sempre, mas dessa vez teria um remédio para impedir isso.
Sara dá um terno beijo na testa dela e vai à procura de seu pai, não sabia por quê, mas queria saber onde ele estava. Começou a olhar os outros cantos de lá mas não o encontrou.

-O quê faz aqui, pestinha??? - uma voz grossa e rígida que sempre soava em seu piores pesadelos, se virou e viu seu pai, muito enfurecido. -Eu lhe fiz uma pergunta, por que saiu de seu quarto??? Sabe que tenho visitas e quê você não pode estar por perto, afinal, por que você nasceu????

Antes que ela pudesse responder ele a pega puxando seus cabelos negros castanhos e a jogou no pé da escada, segurou o choro que ameaçava sair, com esforço ela correu para cima e voou para o seu quarto, trancando a porta em seguida. Sara se atira em sua cama e começa a chorar no travesseiro, depois colocou Mara sentada e se sentou também, elas começam a sua conversa.

-Eu odeio o papai, ele maltrata a mamãe e me faz sofrer todo dia, o papai do céu não gosta nada disso. - ela disse com a voz meio baixa com medo que seu pai ouvisse.

-"Ele é mesmo um homem muito mau, merecia uma lição, sabia???" - disse Mara revoltada.

-Mas o quê eu poderia fazer??? Ele manda em tudo aqui.

-"Não se preocupa, vemos isso mais tarde, vamos brincar em paz antes que os barulhos da cama comessem." - ela disse se referindo que uma das mulheres que seu pai convidava chegasse para brincarem juntos no quarto.

Sara estremesseu com nervoso de ter que ouvir tudo aquilo de novo, e de novo e de novo, é um paradoxo!!!!!!

-Okay, ai, sabe Mara, a minha vida é bem melhr com você. - ela disse olhando com felicidade para sua boneca.

 - ela disse olhando com felicidade para sua boneca

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Memórias de Uma Menina SofredoraOnde histórias criam vida. Descubra agora