Capítulo 22 (Bônus)

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Marisa narrando;

Com a Larissa tendo a emancipação dela, tudo vai ficar melhor pra mim e para o meu marido.

O Edgar não vai mais precisar bater nela, e eu não vou mais precisar ignora-la, afinal não é novidade que nós dois a odiamos.

Nunca quis ter essa menina, só fiz isso por um "acordo".

Eu conheci o pai dela em uma festa, nós acabamos nos conhecendo e tudo mais, comecei a gostar dele e ele de mim. Com isso nos casamos.

Ele sempre bebeu e me bateu. Até que descobri que ele queria ter um filho. E foi aí que surgiu nosso "acordo", se ele parasse de beber e de me bater, eu daria esse filho para ele.

Eu sempre soube que ele voltaria a beber, mas o problema é quando isso voltou. Foi durante o começo da minha gravidez indesejada, afinal só estava grávida pelo acordo. Nunca quis um filho.

Me aproveitei da situação e comecei a tentar abortar sem ele saber.

Essa peste nunca quis sair de mim, tentei de tudo que foi jeito, e ela sempre, sempre resistia.

Quando cheguei ao sexto mês de gestação, que até então não sabíamos se era menina ou menino porque nunca apareceu em nenhum ultrassom, bati com a barriga na parede e achei que finalmente fosse dar certo o processo abortivo.

Mas não.

Ela nasceu, prematura, cheia de defeitos e problemas.

Ah, olhar para ela me dava nojo e ódio.

Não sei como essas mães conseguem viver dizendo que amor de mãe é maior que tudo. Tudo o que eu sentia por ela era raiva, ódio, nojo... Eu a queria morta.

Os médicos diziam que ela não aguentaria e eu, eu fingia dor e sofrimento mas o que realmente queria era que ela morresse de vez.

Até que um ano depois ela teve alta, pode sair da UTI, eu como não a queria simplesmente sai do hospital, peguei um cesto de frutas e a larguei em frente a casa da avó dela.

Passaram-se anos, eu sempre me aproveitei da situação e sempre adorei quando o pai dela ia bater nas duas...

Isso sempre se repetia até a avó dela morrer. O que me deixou muito feliz. Afinal, nunca gostei daquela idiota.

Larissa voltou a morar conosco e sempre soube que não era desejada, eu sempre fiz questão de deixar isso claro.

O pai dela sempre bateu nela, teve vezes que ele quase a matou. Eu queria que tivesse matado mesmo...

A coisa boa de tudo, é que graças a Deus ela não está mais aqui. Espero nunca mais vê-la.

Soube que ela estava no hospital porque uma garota esfaqueou ela...

Poderia estar morta agora, realmente não iria fazer falta nenhuma.

Edgar narrando;

Eu nunca quis uma filha menina. Meu sonho era ter um garoto e essa imunda nasceu.

Sinceramente, Marisa pensa que eu não sei das tentativas de aborto, mas hoje desejo que houvessem dado certo.

Nunca senti tanta repulsa de alguém quanto sinto dessa menina.

Eu bebo desde criança, sempre tive gosto pelo ato. A vida é minha, a boca é minha, os problemas de saúde são meus!

Quando estava sóbrio eu não batia nela, apenas a tratava mal, já quando estava bêbado quase a matava.

Nunca tive coragem de fazer isso sóbrio, então fazia quando estava alcoolizado.

Não entendo o motivo de minha raiva, não entendo o motivo de minha repulsa. Apenas sinto e as deixo me levar.

A última vez que bati em Larissa, ela quase morreu. E não, eu não me arrependo nem um pouco.

Ela foi emancipada, o que acabou sendo um alívio para nós aqui em casa. Afinal, o ódio não toma mais conta do local.

Voltando ao ponto do início... Eu queria um menino como já havia dito, mas Marisa não queria filhos.

Então fizemos um combinado, se eu parasse de beber e bater nela, (sim eu batia nela) ela me daria um filho homem.

Aceitei o acordo mesmo sabendo que não aguentaria ficar sem a bebida por muito tempo.

Quando ela engravidou me aproveitei da situação pois achei que ela não faria nada. E ela começou tentar abortar, não fiz nada afinal ela achava que eu não sabia.

Com seis meses de gravidez ela bateu com a barriga na parede e entrou em trabalho de parto. Sempre me dizendo que aconteceu sem querer, que não foi intensão dela. E eu sempre ignorei.

Quando nasceu, descobrimos que era uma menina, porque até então nenhum dos ultrassons havia informado o sexo da criança.

Quando descobri que era uma menina, passei a desejar que as tentativas de aborto de Marisa tivessem dado certo.

Ela ficou na UTI, por ser prematura e ter vários problemas. E eu também desejei que ela não suportasse.

Os médicos diziam que ela não iria aguentar e isso sempre me deu um certo alívio, até que, eu já não queria mais saber de filho algum, principalmente por ser uma menina.

Mas não, depois de um ano ela pode sair de lá. Infelizmente estava bem o suficiente para ter alta.

A mãe dela e eu resolvemos deixa-la para minha mãe cuidar. Nunca gostei da minha mãe mesmo.

Marisa a colocou em um cesto e a deixou em frente a casa de minha mãe.

Ela sempre cuidou de Larissa, até sua morte.

Eu sempre ia bater nas duas e minha mulher se aproveitava da situação. Marisa é o amor de minha vida talvez por ser como eu...

Quando minha mãe morreu, o inferno se tornou real pois Larissa veio morar conosco.

Eu, como nunca gostei dela e Marisa também não, nós dois fizemos de tudo um pouco para tornar a vida dela a pior de todas.

O que me deixava mais enfezado era saber que a Larissa era feliz, mesmo com tudo isso. Como ela conseguia?
E isso fez com que eu quisesse sempre deixa-la mal, a vontade de vê-la sofrer era imensa, mas nunca adiantou.

Marisa nunca amou a filha, e eu também não, isso contribuiu para que a fizéssemos sofrer.

Eu batia, ela jogava na cara de Larissa que ela era um peso em nossas vidas.

Isso tudo acontecia até um tempo atrás, quando eu realmente bati nela e quase a matei.

Ela conseguiu a emancipação, eu recebi uma ordem para ficar longe dela e com isso estamos em paz. Eu e minha esposa finalmente estamos vivendo bem sem ela em nossas vidas.

Recebi a notícia que ela estava no hospital pois havia tomado uma facada no peito por uma garota. Isso me deu uma certa felicidade.

Se ela morrer, aí sim, todas as minhas tentativas terão sentido.

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*PS: não postei ontem pois o wattpad estava muito bugado.

Oiie, tudo bem com vocês? Espero que sim!

Obrigada por tudoooo isso!

Chegamos a mais de 15 mil views, tudo graças a vocês!

Eu amo vocês demais!

Já estamos na reta final, espero que estejam gostando do livro!

Esse aqui foi o bônus dos pais da Lari... Eles são realmente monstros não é!?

Bom é isso! Obrigada por tudo mesmo!
Amo vocês!

Até o próximo capítulo.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora