Sangue-Gelatina | Pierrot Ruivo

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Eu acredito no abismo dos teus lábios

Agredindo-me com o éter pacífico

Leveza contra tiner, despedace-se

Através de greves, queimadas e infiltrações

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Eu vou, e tu ficas

Mas de brinde, deixo minhas crias

Que lhes expurgarão, assim como tu fizera

Veremos-nos no turvo inferno, como ração de Cérbero

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Lasca de Narciso

Ovaciona seus próprios ovários

Concebe personas que lhe idolatram

Pura paranoia após crises de existencialismo

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Eu desacredito no teu absinto

Amassando o pão aos teus irmãos

Fornecido por teu circo

Banhado no decreto do alvejante

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Pinta-me como uma de suas framboesas

Adocicada como o mel que desejara

Escorrendo em pós-morte aos convidados

Também batizados no doce da seiva de ferida

--

Ceia natalina na poupa de Carolina

Servidão na pompa de Coppola

Construindo tendências de consumo

Ao caput entediado de varanda

--

Seis, seis seis serás o meu nome

Arrotando hecatombes

Enquanto implora-me a fé sovada

Para calar-te dúvidas e fomes filosóficas

--

Para sempre meia-noite

Entre o meio termo e o festejo da cidade

Assim como os amores que tenho

Um para sempre datado ente dedos transpassados...


-Pierrot Ruivo


**Pierrot Ruivo sempre nos surpreendendo com suas obras.**

***Pra quem gostar das obras dele e quiser ler mais: https://inutilidadeaflorada.tumblr.com/***

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