Star Wars- Ponto de Impacto

Capitulo 1

"Somos os primeiros a entrar. Não paramos até alcançar o objetivo. O exercito imperial percorre o caminho por nós aberto."

TX-5532

O ataque térreo ao plante Hoth fora ordenado pelo General Maximillian Veers, porém havia horas desde que eu ouvira suas ordens pela ultima vez em meu comunicador. A força Blizzard estava dispersa pelo planeta, com membros longe demais do centro da batalha para serem resgatados.

Admito que assim como a maioria dos soldados, eu também hesitei em avançar quando vi AT-ATs sendo derrubados por simples pilotos de A-wings; porém o medo não é desculpa para a covardia, e ver a 501° legião lutando ao lado de Vader havia sido um motivador extremamente eficiente.

Mas agora Vader tinha ido embora, e nós havíamos avançado demais dentro das trincheiras rebeldes para sermos resgatados quando a ultima nave levantou voo. O abandono de tropas de baixa patente não era uma exclusividade imperial, já que batalhões rebeldes inteiros haviam ficado para trás; mas havia uma diferença: haviam ficado para trás por escolha.

Os rebeldes sabiam que se tropas terrestres não ficassem para conter o nosso avanço, as naves de fuga nunca conseguiriam escapar; e mesmo agora, sem ter como escapar daquele inferno gelado, as tropas de ambos os lados ainda se enfrentavam ferozmente.

Meu grupo era pequeno, e com alguns membros muito feridos; eu podia ter certeza de que estávamos em trincheiras inimigas, e que qualquer momento poderia ser o nosso ultimo, já que a fenda sobre nossas cabeças permitia que qualquer um jogasse um detonador térmico em nossa direção. E foi por esse motivo que outros troopers haviam insistido com tanta veemência para que saíssemos de lá.

Nosso sargento havia sido alvejado pelas forças inimigas, e o resto do esquadrão de linha era formado apenas por soldados da mesma patente; ou seja, nenhum de nós estava apto a liderar o grupo.

O esquadrão com antes nove membros, agora só possuía cinco, dos quais apenas dois podiam andar e atirar, enquanto outros dois estavam inconscientes, e outro havia sido atingido varias vezes nas pernas enquanto tentava se esconder após a primeira investida.

Nós havíamos nos afastado de nosso pelotão com o intuito de interceptar tropas terrestres que planejavam cruzar a região montanhosa para atingir os AT-ATs por trás.

Nosso ataque durou apenas cinco minutos, e havíamos sofrido apenas uma baixa, o membro médico do nosso grupo, que havia sido atingido por um T-21B, seus restos foram espalhados em pedaços, manchando o terreno branco com a cor escarlate.

As tropas rebeldes estavam concentradas e aptas a defender o que havia sobrado de sua base; já as tropas imperiais deviam se encontrar, em sua maioria, em uma situação parecida com a minha: impossibilitados de se locomover e com receio de fazê-lo ainda que fosse possível.

AX-1700 estava de pé e visivelmente impaciente, somente nós dois tínhamos plena condição de combate, mas eu não deixaria meus companheiros para trás.

- Nossa única opção é avançar até o que sobrou da base inimiga, e neutraliza-los lá dentro.

Mesmo sob o capacete, eu praticamente podia ver a expressão que ele fazia enquanto falava.

- Não vou deixar nossos companheiros aqui, além disso, dois soldados não conseguirão sequer chegar à base rebelde, toma-la agora está fora de cogitação.

Repeti metodicamente o que já havia dito outras três vezes.

Embora sair da caverna e ir ao encontro de mais forças imperiais para reagrupar fosse a ação mais correta, abandonar homens feridos não estava em meus planos.

- Nossas ultimas ordens foram para eliminar o que sobrou das forças rebeldes ou morrer tentando.

Bradou ele tentando se impor novamente.

- esses homens já cumpriram seus destinos, vamos enquanto ainda há luz no céu.

- Escute, eu não vou abandonar estes homens para que morram de frio, ou pior, moram nas mãos do inimigo. Todos nós compartilharemos o mesmo destino, quer queira, quer não.

Ele se levantou impaciente, já com o E-11 modificado na mão, e pronto para disparar.

-talvez seja mais nobre para eles receberem a morte pelas nossas próprias mãos. Qual a diferença se de todo modo eles estarão mortos?

Levantei-me num sobressalto e derrubei o pequeno motor auxiliar de Y-Wing, que fornecia calor para aquele ambiente; aproximei-me de AX falei já alterado.

- Nós não matamos nossos próprios soldados, se o fizer, será pior do que os traidores contra quem lutamos.

O cano do E-11 apontou fixo e minha direção. Olhei para AX, e novamente era capaz de ler sua expressão, mesmo sob o capacete. Seu dedo tremia próximo ao gatilho; era como se a possibilidade de matar um companheiro fosse interessante apenas quando este era incapaz de se defender.

Se eu tivesse com minha arma na mão, AX já teria certamente levado uma coronhada, e estaria devidamente imobilizado. Porém o liquido que impedia os compartimentos internos do RT-97C de congelarem sob aquela temperatura, havia vazado, e inutilizado totalmente a arma.

AX percebeu o erro em seu julgamento, e ainda com a mão tremulando, ele abaixava o blaster.

Houve então um pequeno barulho fora da caverna, quase impossível de ser percebido, um pequeno detonador térmico fora lançado do topo da fenda, e caiu bem próximos a onde estávamos.

Um zunido percorreu meu capacete, e pude ver as chamas avançando rapidamente pelo interior da caverna.

Consegui rolar para evitar parcialmente a explosão, mas AX fora atingido e arremessado pelo impacto; seu rifle caíra a alguns metros de onde eu estava, e pude ver suas pernas ardendo em chamas, enquanto urrava de dor.

Ignorei a arma, e corri na direção dele, os outros Troopers certamente haviam sido mortos, mas havia uma possibilidade de salvar aquele companheiro.

Porém quando me aproximei um pouco mais, pude ver que soldados rebeldes já estavam dentro da caverna, e que estes já estavam atirando.