TRÊS

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Pra quem iniciou mais uma leitura deste livro comigo, coloca o nome de um dos quatro filhos + o emoji de um coração colorido nos comentários.

EMILY

Olhei bem para Alan, o qual eu não reconheceria se não fosse Alana à dizer que era seu irmão. Para mim se dissessem que era um novo motorista, eu ia acreditar, sem dúvidas.

- Não sabia que voltaria hoje, e muito menos que viria me buscar. - A fala de Alana era leve, seu sorriso não se desfez - nem por um minuto - desde que percebeu que era seu irmão. Seus olhos então... Não se desgrudaram um minuto se quer dele. - Vou ficar aí na frente com você.

Em poucos segundos ela abriu a porta e desceu para ir ao banco da frente. Alan olhou pelo espelho do painel, e por um reflexo fiz o mesmo. Acho que a intenção dele era saber melhor quem estava no banco de trás - no caso, eu - e só desviou seu olhar quando Alana o abraçou sem aviso prévio. Sustentei meu olhar para o espelho do painel por alguns segundos ainda - mesmo depois dele ter parado de olhar para dar atenção à Alana - e desviei.

Por dentro, algo em mim havia mudado. Eu senti uma sensação diferente. Não saberia explicar! Quando me recostei sobre o banco e relaxei, senti o quanto segundos atrás eu estava tensa. Será seus olhos claros  que me coagiram? ou sua bela aparência que me deixou desconcertada? Para evitar nutrir o sentimento que aflorou em mim, evitei olhar para o banco do motorista. Algumas vezes até olhei para Alana, porque a todo momento ela me incluía em algum assunto, o que me deixou ainda mas sem graça. Pois fiquei com medo de falar abobrinhas, ou algo errado que o fizesse ter um má impressão sobre mim.

- Jesus. - exclamei um pouco mas alto do que imaginei. Meus olhos se arregalaram e meu coração palpitou mais forte. Alana virou seu corpo para me olhar no banco de trás e ele de maneira sutil olhou-me novamente pelo espelho. Não o olhei, mas senti seu olhar, porém evitei contato.

- O que foi, amiga? - seus olhos inocentes esperavam uma resposta. Eu estava amedrontada por este sentimento novo que pulsou aqui dentro do peito. Queria contar o que senti nestes poucos minutos que estamos aqui no carro. Mas como poderia explixar para minha melhor amiga, que eu tô sentindo algo que eu não sei definir? Ou que foi seu irmão que me deixou atordoada?

Então sem saber muito o que dizer,  respondi superficialmente.

- Nada não amiga. - dei um sorriso meia boca.

- Alana, se indireita. - disse ele. - Se um guarda municipal nos vir, pode nos render uma multa. - Alana se virou para frente o obedecendo.

Seu tom de voz forte e imponente fez com que meu sorriso forçado se torna-se um sorriso espontâneo. Tentei me conter, mas voltei à sorrir. Abaixei a cabeça, olhando para um ponto fixo no chão, para que não me vissem sorrir.

...

Fiquei frente à minha casa e então eles seguiram seu caminho. Meu coração aos poucos foi retornando à batida normal. Meu celular vibrou em meu bolso, e eu peguei vendo que era meu pai.

- Alô? - disse depois de ter deslizando sobre a tela. Coloquei no viva-voz em quanto procurava a chave na mochila.

- Chegou bem, filha?

- Sim. - assenti com a cabeça, como se ele fosse ver. Ri de mim mesma. - vim com a Alana.

- Que bom. - senti seu tom de preocupação se amenizar. - Pedro me ligou dizendo que hoje ficaria até mais tarde para cumprir uma programação do conselho estudantil. - bati com a mão na testa e fechei meus olhos, soltando um  resmungo logo em seguida. - O que foi? - meu pai percebeu meu desconforto.

PRECISO SER CRISTÃO?Onde histórias criam vida. Descubra agora