Allie Traynor

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- Justin? - Sussurrei entre os soluço que vinha constantes entre o choro.
- Allie, o que aconteceu?  Porque está chorando?
- Justin eu preciso de você... eu....eu... Não vou aguentar...
- Me diz, o que aconteceu?
- Meu pai... Justin meu pai morreu. Eu não...
- Eu estou indo pra aí agora. Fica calma por favor. Olha, já tô descendo as escadas.
- Não me deixa aqui, continua no telefone por favor.
- Claro meu amor. - ouvi um barulho forte em seguida um murmúrio do Justin. - Aí merda!
- O que vai ser de mim e da minha mãe agora? - perguntei chorando.
- Ei princesa, eu sempre estarei com você.
- Ver minha mãe chorar está sendo tão doloroso. Eu não queria isso.
   A ligação as vezes falhava mas eu não dava importância pra isso. Toda vez em que eu olhava para a maca e o vi ali, sem vida, a tristeza invadia com força.
  Meu coração está fraco. A dor terrível. Ele não tinha que ter ido agora. Aliás ele nunca teria que ir embora assim, talvez com a velhice, mas não assim.
- Princesa você está aí? - ouvi a voz do Justin do outro lado do telefone.
- Estou. Você já está chegando?
- Ainda não. Mas vai ficar tudo bem.
   Vai ficar tudo bem? Não irá ficar tudo bem, porque eu perdi o meu pai e pensar na possibilidade de ficar tudo bem estava fora de cogitação.
  Comecei a andar de um lado para o outro no quarto enquanto minha mãe chorava no colo do meu pai. As vezes eu preferia não olhar para ele, mas também queria acreditar que isso não tinha acontecido, que era somente uma boa noite de sono pra ele.
- Jorge não me deixe assim. - minha mãe choramingava com o rosto nas mãos do meu pai. - Você me disse que aguentaria até o fim. Esse não é o seu fim, então acorda, por favor!
- Justin cadê você ? - sussurrei.
- Estou estacionando o carro. Vou ter que enfrentar o elevador de novo.
- Corre por favor ! - desliguei a ligação.
  As lágrimas descia uma atrás da outra e todas eu enxugava com a manga da blusa que já estava encharcada. Era três da madrugada, o hospital estava em silêncio, enquanto no meu quarto os gritos saiam pelo o choro.
- Pequena. - a porta foi aberta e pude ver o rosto inchado do Justin. Corri até ele e o abracei. Ele era o meu refúgio, eu precisava do abraço dele.
- Justin... tá doendo demais.
- Shiuu! Acredite que ele está em um lugar melhor agora... sem sofrimento... - sua mão começou a massagear os meus cabelos enquanto eu chorava na curvatura do seu pescoço.
- Não tem como parar essa dor? - perguntei olhando nos seus olhos.- Porque essa dor está sendo insuportável.
- Eu tiraria essa sua dor e colocaria em mim, pequena. Mas você tem que ser forte.
- Eu...
- Justin tem como você levar a Allie lá para a casa. Eu tenho que resolver as coisas e...
- Não se preocupe senhora Traynor, irei cuidar dela. Qualquer coisa que precisarem podem contar comigo. - Justin caminhou até a minha mãe e a abraçou forte por alguns segundos. - Qualquer coisa.
- Obrigada! - ela sorriu para ele e voltou a olhar para o meu pai.
- Se quiser pode passar a noite lá em casa. - Justin perguntou.
- Eu não...
- Vai filha, vai ser bom pra você. Quando eu voltar para a casa eu te ligo.
- Mas a senhora vai ficar sozinha?
- Mas eu preciso ficar sozinha querida. Vá com ele.
- Tudo bem, eu amo a senhora. Vamos seguir firme e forte daqui pra frente. - dei um abraço forte nela.
- Eu também te amo filha.
   Sorri pra ela e em seguida dei uma última olhada na cama antes de sair do quarto com o Justin.
- Obrigada por ter vindo.- Abracei ele por lado enquanto caminhávamos até o elevador.
- Não poderia te deixar nesse momento tão difícil.
- Eu te amo, Justin. - olhei pra ele sorrindo fraco.
- Eu também te amo, pequena.

Mensagem - 2 Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora