- Ai meu Deus, eu não acredito nisso! – Exclamei assustada e frustrada.
- Eu muito menos. – pela forma que Levi falou percebi que ele estava ofegante.
- Ta tudo bem?
- Não mesmo! – ele respirava MUITO ofegante – Eu sou claustrofóbico, a única razão pelo qual eu uso o elevador aqui é que são muitos andares.
- Ta, eu vou ligar para os bombeiros e tentar entrar em contato com o pessoal da manutenção.
- Eu tenho o número do encarregado da manutenção no meu celular, espero que eles ainda estejam aqui. Toma, usa meu celular mesmo, procura por "Francisco Jornal".
- Ta, você senta aí e tenta controlar sua respiração, não preciso lembrar que estamos em um local fechado e respirar do jeito que você esta não ajuda. Tem água na minha bolsa e tem meu tablet lá também. Ele ta bem carregado, tem uns dez jogos e vários episódios de séries.
- Por qual motivo você tem tudo isso no seu tablet?
- Porque eu pego trem e ônibus, preciso me distrair.
- E os livros?
- E quando eu termino de ler um livro e não tem outro por perto? Vou fazer o que?
- Ta, liga logo.
Fiz as ligações e enquanto esperávamos vi que ele estava tentando se acalmar, mas não estava conseguindo.
- Me devolve esse tablet e para de xingar o Mário, ele não tem culpa se você não sabe jogar Mário Run. Vamos conversar, me conta uma história.
- Que história?
- Qualquer uma, desde que distraia sua cabeça.
- Ta, eu conheci uma garota.
- Hmm, me conta mais sobre ela.
- Ela é incrível, linda, apaixonada pelo que faz. O sorriso dela é incrível, ela basicamente sorri com os olhos. Quando ela sorri, ilumina tudo.
- Caramba! E você já falou com ela?
- Já, lógico.
- Ta, mas você já disse para ela como você se sente em relação a ela?
- Mais ou menos. Eu não sei como ela vai reagir.
- Olha, se ela não disse pelo menos que vai pensar no seu caso, ela é uma idiota. Você é bonito, inteligente, bem humorado. Seja mais direto com ela, você só vai saber se tentar.
- Você acha mesmo que eu devo?
- Com certeza! Vou falar com ela.
- Boa sorte, depois me diz como ela reagiu.
- Vou pensar nisso. Agora me conta você uma história.
- Eu tenho um ex. E existe uma pequena possibilidade de que eu ainda sinta algo por ele, mas mesmo se ele implorasse para voltar, eu não voltaria, porque desde que terminamos minha vida melhorou demais.
- Como assim?
- A gente ia para os lugares que ele gostava, fazia as coisas que ele queria, assistíamos os filmes que ele escolhia. Eu estudei um ano de administração porque ele achava que era uma ótima idéia. Eu estava vivendo a vida a dele e agora eu finalmente to vivendo a minha e isso é muito bom.
- Ele devia ser um babaca.
- Todo mundo fala isso. Foram dois anos com ele, mas eu estou tão melhor sozinha que às vezes eu acho que vai demorar para eu querer namorar de novo.
- Sério?
- É, é tão bom andar pelas próprias pernas, a sensação é boa, é bom estar sozinha.
- Entendi. Mas vai que aparece alguém.
- Acho que o cara vai ter que ser muito bom para eu querer namorar de novo agora.
Nessa hora as luzes voltaram a acender e o elevador voltou a andar.
- Olha só, parece que podemos ir comer nossa comida japonesa!
- Levi, não é melhor você ir para casa? Da para torcer sua camiseta do tanto que você suou lá dentro.
- É, você tem razão. Podemos ir sexta-feira?
- Que tal sábado, você tem compromisso?
- Olivia, eu sou jornalista esportivo, sempre tenho compromisso final de semana.
- Ok, sexta esta ótimo então.
Levi me deu um abraço super apertado e nojento, se considerarmos que ele estava suado.
- Obrigada por hoje, Olivia.
- Não precisa me agradecer, tenho certeza que se fosse comigo você teria feito a mesma coisa.
Nos despedimos e ali eu vi que tinha feito um bom amigo.
Até mais,
Olívia.
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Querido ex
Genç Kız EdebiyatıDepois de dois anos de namoro, Olívia fica solteira e começa a escrever cartas para Cauê, seu ex-namorado onde ela descreve a dor que sentiu e o que fez para conseguir superar.