Sete

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Eram seis e dez da tarde, quando Cecí saiu da cafeteria, andou um pouco mais rápido que o habitual, o lixo que estava na rua pela havia diminuído, a árvore permanecia caída no parque

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Eram seis e dez da tarde, quando Cecí saiu da cafeteria, andou um pouco mais rápido que o habitual, o lixo que estava na rua pela havia diminuído, a árvore permanecia caída no parque.

Quando chegou em casa, Alice ainda não tinha voltado, ela sempre chegava depois dela, mas iria vir ainda mais tarde e isso preocupava Cecí, não gostava da ideia da sua mãe andando sozinha à noite. Hoje as mulheres são livres para voltarem a hora que decidirem, mas não há segurança.

Cecí ligou para Alice, perguntou que horas ela chegaria, ela avisou que pelas sete horas, e que não era pra se preocupar, Samanta iria com ela - Samanta é a mãe de Sabrina.

Cecí tomou banho ouvindo "Soneto de Santa Cruz, Cícero ", o banho foi breve, elas tinham uma banheira - que pouco usavam - mas foi uma surpresa adorável para Cecí, quando mudaram-se à três anos atrás, ela entrou no banheiro e lá estava a banheira fixada com cimento.

Vestiu-se e decidiu preparar uma térmica com café, poderiam tomar café enquanto conversavam, ela e Davi.

Cecí, leu novamente a carta de Davi, e decidiu deixar-se levar, falar o que viesse na cabeça no momento.

As seis e cinqüenta e nove, Davi chegou, bateu na porta, desceu dois degraus e esperou Cecí abrir. Ela saiu com um sorriso tímido, aqueles sorrisos que damos quando estamos evitando transbordar. Nas mãos estava a térmica e duas xícaras. Os degraus eram iluminados pela lâmpada que havia à cima da porta, qualquer um que passasse na rua naquele momento, iria ver uma cena não muito comum. Dois jovens com xícaras vermelhas nas mãos.

- Cecí!
- Davi!
Abraçaram-se.
Cecí sentou no quinto degrau, perto da porta, pôs a térmica e as xícaras ao seu lado. Davi sentou-se ao seu lado.

- Café ou chá?
Davi falou apontando em direção a térmica.

- Café, quer?

- Por favor.
Sorriam.
Cecí encheu as duas xícaras, e passou uma para Davi.
Não demorou muito para que Alice chegasse, com passos lentos.

- Que bom te ver, Davi!
Alice falava sorrindo.

- Digo o mesmo, tudo bem?
Abraçaram-se.

- Um pouco cansada, mas e você?

- Ah, poxa... estou bem!

- Que ótimo, e vejo que está em ótima companhia!
Alice falava olhando para Cecí.

- Com certeza...
Ele ainda em pé, também olhou sorrindo para Cecí, que sorria pros dois.

- Quer café mãe?

- Não meu amor, vou fazer um chá.

- Certo, e como foi lá?

- Eles estavam quase indo embora quando cheguei, sai um pouco mais tarde do hotel, e ainda tive que passar no mercado, estavam desmontando a barraquinha pras doações, mas deu tempo, até conversamos uns minutos e eles estão precisando muito de roupas.

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