Vinte e um

34 6 4
                                    

— Nos vemos amanhã, Cecília

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Nos vemos amanhã, Cecília.
Marina falava com lágrimas no rosto.

Era meio dia quando Francisco voltou para casa, e contou que haviam boatos de que um jovem teria morrido afogado no outro lado da praia, então ele foi até lá, desejando que não fosse quem ele achava que era, Davi. Uma pequeno grupo de pessoas fazia um círculo, e no meio estava o corpo de Davi, já haviam chamado a polícia, os bombeiros, mas ele estava sem pulsação há muito tempo.
Francisco vendo o corpo de Davi, caiu de joelhos na areia, as pessoas não entendiam o que estava acontecendo, não conheciam Davi e menos ainda Francisco, mas vendo a reação dele puderam perceber que era alguém próximo. Francisco soluçava de tanto chorar, enquanto tentava contar a Cecília e Marina o quê tinha acontecido. Marina desmaiou, não aguentou a notícia.
Cecília não conseguia acreditar, não conseguia chorar, ou expressar qualquer reação, apenas amparou Marina.

Cecí e Davi, retornariam as sete e meia da noite para casa, agora ela estava sozinha no ônibus. E não conseguia sentir nada.

Quando Marina acordou do desmaio, parecia outra pessoa, ela já sabia o que teria que fazer, ligou para Denise e informou sobre a morte de Davi, perguntou para Cecí se ela gostaria de falar com Denise, mas ela negou. Apenas pediu para que avisasse sua mãe, e que ela estava voltando no horário marcado. Marina insistiu para que Cecí fosse com eles no outro dia, mas ela negou. Ela negou, e não sabia porque, ela só queria sair de lá.

O ônibus parava em rodoviárias, pessoas desciam, pessoas subiam, e Cecí, bom... ela desejava nunca chegar no ponto em que desembarcaria. Simplesmente não queria estar em lugar nenhum. Mas às uma e vinte da madrugada, Cecí chegou na cidade, o motorista avisou que era o destino final. Destino final... Ela sussurrou.

Quando desembarcou, viu Alice andando rapidamente em sua direção, e ela apenas ficou parada.

Meu amor… meu amor…
Alice falava chorando.
Sentir o abraço de Alice, fez com que Cecí sentisse uma dor insuportável em seu peito, tonturas, e ela desmaiou. Quando acordou estava no hospital.
Alice e Carolina estavam sentadas ao seu lado.

Ei, tudo bem? Quero dizer… está se sentindo melhor?
Alice perguntava.

Hum… sim. Podemos ir pra casa?
Cecí falava pausadamente.

Vou chamar a enfermeira.
Carolina falava levantando-se, e indo até a porta.

A enfermeira avisou que poderiam ir, mas que ela precisava tomar alguns calmantes ao longo do dia.
Cecí não falava, apenas respondia o que era perguntado, e foi assim que passou o resto do dia.
Quando encontrou Denise, na porta da igreja, não sabia como reagir, apenas abraçaram-se, e ela ouviu o choro de Denise sobre seu ombro.

Quando se aproximou do caixão, que estava aberto, pousou os olhos sobre o rosto de Davi, sem expressão, pálido, ela tocou com a ponta dos dedos seu rosto, e enfim uma lágrima caiu, uma única lágrima solitária. A pele de Davi estava opaca, gelada, mas Cecí continuava fazendo carinho no rosto dele. Tocou suas pálpebras desejando que elas se abrissem, e que aquilo fosse apenas uma brincadeira, mas não era, era a vida real.
Júnior se aproximou silenciosamente de Cecí, parou do lado dela, abraçou-a de lado, e ficou ali, sem falar nada.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 14, 2017 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Cecília Onde histórias criam vida. Descubra agora