Ponto Cego

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— Droga! Eu não aguento mais! – Gritava Thalles após mais um experimento que deu errado. Sua carreira como cientista precisava daquilo para melhorar, ou, ele seria despejado de seu apartamento, não que isso fosse ruim, já que o lugar estava caindo aos pedaços, mas Thalles não se importava, desde que Arthur estivesse ao seu lado.

— Tenta de novo, talvez você consiga. – O outro encorajava o namorado, porque há meses ele tentava fazer a mesma coisa, mas sem sucesso algum. Então, Arthur teve uma ideia. Ele pegou papel e caneta e falou: — Quer que eu seja o seu ajudante? Pode ser isso o que está faltando. – Thalles sorria e concordava. A imagem de Arthur vestindo apenas um moletom largo e um short apertado era realmente fofa e ingenuamente sensual. Ele apenas acenou com a cabeça e os dois começaram a trabalhar.

Após uma hora de tentativas, Thalles finalmente conseguiu fazer o que queria: uma bateria de celular que durava mais do que as normais. Com certeza isso iria ajudar várias pessoas. Ele começou a gritar e sorrir: — Eu consegui, Thur! CARAMBA EU NÃO ACREDITO NISSO! – Ele puxou o garoto um pouco menor do que ele e abraçou. Depois começou a encher o pobre coitado de apertos, abraços, carinhos, beijos, arranhões... Ele não ligava para o que os outros pensavam. Ligava apenas para o que os dois sentiam, e com certeza eles precisavam de ação naquela hora. Arthur afastou seu rosto e falou: — Precisamos ir para o quarto. Agora. – Isso soou tão baixo, como uma súplica, Thalles atendeu no mesmo instante, o levando para o quarto e arrancando o moletom num movimento rápido.

Quando ele ia tirar a sua camiseta, alguém bate a porta.

Arthur começa a xingar baixinho uns palavrões e Thalles apenas suspira e bota a roupa. Ele se surpreende quando abre a porta e vê os pais do seu namorado na porta. A mãe o olha com desprezo, o pai apenas fita o chão com uma expressão que parecia ser vergonha. Ela começou a invadir o apartamento e gritar: — Arthur meu bebê, a mamãe chegou! – Ele põe a cabeça pra fora da porta e cora, como se pedisse para Thalles, que apenas o observa como se implorasse por ajuda. A mãe dele começou a vir pra cima de mim e falou: — Você tem uma alma muito suja! Sua viadagem arrastou o meu bebê pro mau caminho! O quê seus pais pensam disso? – Thalles nada disse, só abaixou a cabeça e começou a ficar o chão, seus pais nunca aceitaram sua orientação sexual, então esse assunto para ele estava proibido, desde sempre.

Arthur achou que aquilo não era certo e enfrentou a mãe: — Mãe, para com isso! Eu escolhi viver com ele, a senhora não pode meter o bico nisso! Você me irritou muito por hoje, se a senhora me ama mesmo, vá para casa, eu não volto pra lá tão cedo. – O garoto maior adorava quando o outro ficava bravo, mandão, brigando... Era a melhor coisa do mundo para os dois  garotos. Eles se entreolharam e voltaram a fazer o quê foi interrompido. Depois de várias horas de sexo/amor/carinhos, eles foram passear na Paulista. Os dois se beijaram e um montão de gente olhou torto, mas como sempre, eles não ligavam. Ligar para o que os outros falavam não era coisa de rotina.

Enfim, após muito tempo fora, eles achavam que era melhor voltar pra casa. Era mais ou menos 2h da madrugada, a rua que eles andavam estava deserta. Os dois sabiam que era perigoso, mas Arthur beijou Thalles por um segundo – que não hesitou –, até ouvir um tiro.

THALLES!

[Continua...]

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⏰ Última atualização: Feb 03, 2017 ⏰

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