The Neighbor |H.S|

20 último

1 mês depois...

-Você já poderá ir embora hoje. - o médico diz enquanto olha alguma coisa em sua prancheta. -Seu estado melhorou bastante, mas peço que fique em repouso por algum tempo e se sentir mal venha logo para o hospital.

Espero ele sair da sala e levanto da cama indo até as roupas dobradas em cima do sofá, uma enfermeira havia deixado ali. Caminho até o banheiro e tiro aquele avental que vivia incomodando minha pele e coloco minhas roupas confortáveis. Quando já estou pronta saio do banheiro e encontro o quarto vazio.

Minha mãe ainda não veio, não sei por que ou como irei embora.

Saio do quarto e vejo algumas pessoas caminhando pelo corredor pálido do hospital.
Percorro um caminho que eu acho que dá para a saída e felizmente acerto. Quando chego na frente do hospital vejo que o dia está nublado, e a qualquer momento irá chover.

-Mãe cadê você? - pergunto baixinho.

-Ela não vem. - escuto alguém falar atrás de mim, e eu juro que eu conheço essa voz.

Quando viro meu corpo, eu paraliso. Não, não pode ser!?!

-O-oque v-você está fazendo a-aqui? - pergunto com medo.

-Buscando você. - Harry diz simplesmente como se não fosse nada de mais.

-Eu não vou ir com você. - começo a caminhar para trás. -SOCORRO!! - grito e corro pelo estacionamento do hospital em direção a saída, escuto seus passos atrás de mim.

-O que você está fazendo Samantha? - ele grita atrás de mim.

-SAI DE PERTO DE MIM! - começo a chorar e tudo piora quando sinto suas mãos em meus ombros me impedindo de correr.

-Se não for por bem vai ser por mal. - e dizendo isso ele me coloca em seu ombro e volta para o carro, às pessoas olham como se não fosse nada.

Começo a soluçar e bater em suas costas.

-Me solta. - imploro.

-Nunca. - Harry diz e abre a porta do carro e me joga no banco e fecha a porta, tento abrir mas não consigo.

Harry dá a volta no carro e entrar no Banco do motorista e logo liga o carro e começa a dirigir.

-Sabe, você é uma garota muito difícil de lidar. Sua mãe é totalmente diferente de você. - ele diz com seus olhos focados na estrada. -Ou melhor, era. - ele corrige e eu me apavoro mais.

-O que você fez com a minha mãe? - pergunto e meu choro fica mais forte.

-Antes de te contar o que eu fiz com sua mãe eu irei te contar uma história. - ele desvia seu olhar para mim rapidamente. -A alguns séculos atrás eu matei minha família e desde então eu fiquei preso naquela casa. - ele fala como se fosse uma coisa muito normal. -Mas, eu poderia ser libertado de lá se alguém me visse, mas eu não poderia fazer muito por isso eu fiquei tanto tempo preso lá. Até você me ver na janela, eu me desprendi daquela casa. Mas ainda preciso me desprender da terra.

Harry para o carro em um sinal vermelho e para de falar também, esperando que eu faça alguma pergunta, meu medo é tanto que só consigo pensar em uma.

-E como você faz p-para se d-desprender da t-terra? - pergunto com medo da resposta.

Ele volta a dirigir o carro e sorri de canto como se fosse essa a pergunta que ele estava esperando, mas ele não responde apenas continua seu caminho pelas ruas que por mim são desconhecidas até uma parte.

Quando ele dobra à direita em uma certa rua, percebo que é a rua onde eu moro e logo avisto minha casa, minhas lágrimas aumentaram ao lembrar que minha mãe estava morta. Foi morta por esse monstro.

Ele para o carro enfrente a temida (por mim) casa no final da rua e abre a porta do mesmo me puxando com brutalidade para fora e me arrasta até a entrada da casa e abre a porta.
A casa está escura quando entramos, ele me arrasta até as escadas.

Tento me debater e fugir mas sua força é bem maior que a minha.

Já no segundo andar vamos até um quarto, mas antes dele abrir a porta ele vem por trás de mim e coloca o braço em volta do meu pescoço e a mão em minha boca e abre a porta e me empurra para dentro.

Vejo o corpo ensanguentado da minha mãe no chão e grito na palma de sua mão, meu grito sai abafado e minhas lágrimas molham a mão de Harry.

-Cala a boca. - ele diz com raiva e aproxima seu rosto do meu ouvido. -Agora, respondendo sua pergunta; o único jeito de me desprender da terra é matando quem me viu e prendendo seu espírito na casa, no lugar do meu.

Bom é isso aí. Talvez tenha o Epílogo.

Beijos

Ed. X