Senti um arrepio na nuca e então, houve um estalo. Olhei para cima e algo negro encobria-me, protegendo minha cabeça do objeto fino e brilhante. Era a Sombra. Logo, um frio me percorreu a espinha, aquilo que o ser segurava, era uma "espada". Espadas eram usadas para matar o que estivesse vivo. Esse conhecimento me atingiu de forma misteriosa, mas muito precisa, tanto, que visualizei as diferentes formas de espadas, como foram usadas e os mais diversos movimentos a se realizar. Minhas mãos tocavam a pedra, por isso, tentei conversar com ela, do mesmo jeito que conversava com Sombra. "Pedra" tentei. "Senhora" me respondeu a pedra. "Espada, eu necessito de uma, poderia tu ser uma em minhas mãos?" senti a confusão emanar do solo, antes que ela me perguntasse o que era uma espada, o ser que tentara me atingir agora gritava algo. "Ladra, ela roubou a Nezel, esta devoradora deve ser purificada. Por Nezel!" E então os outros cinco seres gritaram em resposta e vieram em minha direção. Mentalizei o desenho de espada que queria e desenhei-a na pedra, e ela se desprendeu na minha mão.
Agora eu possuía uma arma, que por ter sido desenhada na pedra não possuía fio, ponta ou qualquer coisa que pudesse me livrar de meus visitantes. Mas eu não ia desistir, ouvia o mar esbravejando contra a montanha, fiz da ira dele, a minha ira. Senti uma onda de força me encobrir, a água da chuva me despertara, a pedra sob meus pés clamava por justiça e a sombra dizia-me para vencer. Eu venci.A criatura dourada veio em minha direção, com um movimento rápido, perfurei-o com a haste de pedra, um líquido azul voou do ferimento e de sua boca, seus olhos verdes escureceram e ele caiu no chão, quebrando minha "espada". O objeto em minha mão agora tinha o tamanho do meu antebraço, porém possuía uma ponta. Prateado veio em minha direção, tentei chutá-lo no peito, mas ele agarrou minha perna e lançou-me no ar, quando caí no chão, o ar foi-se de meus pulmões e minha vista escureceu. Momentos depois senti uma pressão em meu ventre e quando a visão voltou, vermelho estava em cima de mim, suas pernas "abraçando" minha cintura com força. Enfiei a estaca de pedra em seu peito, mas foi muito superficial, apenas o arranhou. Ele socou-me no rosto com força e vultos negros dançaram em meus olhos. Desesperada, implorei a sombra que me ajudasse e sua voz fria me veio a mente "claro minha senhora, mas o que devo eu fazer? quase não possuo matéria física, como poderei ser de alguma utilidade para a senhora?" Olhei para a estaca no peito da criatura escarlate em cima de mim e pedi forças. lancei a mão sob o peito do monstro e meu braço se tornou em noite, quando atingi o pedaço de pedra, este perfurou o peito de meu agressor, deixando um círculo vazio no meio da criatura, que caiu para a direita, com os olhos púrpuras apagando-se rapidamente. Vi que quando o projétil atravessou vermelho, perdeu-se montanha abaixo.
Faltavam ainda prateado, branco, amarelo e azul. Ouvi mais uma vez o mar gritar e dessa vez, gritei com toda a força de meus pulmões "Ceda a mim, e nada ficará em nosso caminho. Lhe darei forças para destruir esta montanha, apenas lhe peço que me diga como posso me tornar forte como tu!" As criaturas pararam e me olharam, e na chuva eu senti a voz que sempre gritava contra a montanha a me dizer "Se o que me diz é mesmo possível, dar-lhe-ei uma chance em meio a esta tempestade, eis que sou o Mar, e ati, entrego-te minha chave." Quando ele disse isso, senti uma coisa, como se algo se expandisse em meu peito muito violentamente e me deixasse sem espaço para respirar, mas com toda a dor, veio também um prazer sem igual. E assim, gritei e as gostas de chuva pararam no ar, pus o pé a frente e apontei minhas mãos para os seres a minha frente. As gotas de chuva voaram, abrindo um milhão de furos em amarelo, que caiu no chão em uma poça azul. Infelizmente, parece que não fez efeito contra os demais. Assim virei-me para o penhasco e pulei em direção ao mar. Tudo passava velozmente por meus olhos e a parede negra das águas profundas pareciam-me estar prestes a engolir-me. Caí na água e apesar do impacto ter sido muito forte, eu estava consciente. Meus inimigos não pereceram estarem dispostos a me seguir, embora não soubesse que eles me causariam tantos problemas, considerei-me feliz naquele momento por estar sozinha nas águas revoltas do mar.
Apenas por um momento."Agora, é a minha vez de pedir ajuda" Disse a voz do mar em minha cabeça, tão forte que eu senti meu crânio vibrando. "Eu lhe dei a chave do mar, agora eu quero a sua chave,a chave de Naks, para que eu possa ouvir e controlar todos os que estiverem ao meu redor!" E em minha cabeça, eu vi o plano do mar, tão claro como um cadáver é iluminado por um raio. O mar criaria um corpo para si, um poderoso e cruel, e então dominaria a todos a partir do poder que eu lhe cederia, um poder bobo em minhas mãos, mas que poderia ser devastador se estivesse sob a guarda das grandes águas. Eu entendi isso e portanto, minha resposta foi um "Não!". Senti como se estivesse sendo apertada por uma mão invisível com uma força tão assombrosa que não duvidava que pudesse me destruir. Antes que eu fosse esmagada por uma força sombria, implorei "por favor! Eu não posso! Se eu te desse a minha chave eu mesma morreria e deixaria este plano, tornando-me novamente escrava de Nezel. Então lhe imploro, deixe ficar com a minha chave, ou parte dela. A outra parte, eu lhe concederei."
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A Senhora dos Gigantes.
FantasyNaks acorda acorrentada ao alto de uma torre, onde encara o mar e uma tempestade em um mundo sem sol. Várias perguntas, nenhuma resposta. Quem é ela? Como ela veio parar ali? E quem são seus tão inesperados visitantes? OBS: Ainda está em desenvolvim...