Capítulo 28

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O domingo passou sem mais delongas. Blair dormiu o dia todo (o que fez Chuck se preocupar com a dosagem do calmante. Madison não pegava leve com os soníferos), mas a verdade era que seu subconsciente parecia estar puxando-a pra baixo, protegendo-a da realidade. Ela, que sempre acordava cedo, acordou depois do meio dia. Ele já havia pedido almoço e os dois fizeram tudo juntos aquele dia: Almoçaram juntos, tomaram banho juntos e passaram o dia vendo Netflix, aconchegados no sofá. Ela chorou varias vezes, em silencio, mesmo não tendo nada a ver com o que assistiam, e ele deixou, fingindo não ver, mantendo-a firme em seus braços.

A geração mais velha da família Styles se concentrou no hospital, mas Anne foi outra que não acordou. Parecia fraca, frágil na cama de hospital, um soro no braço e um tubinho de oxigênio no rosto. Segundo Liam, o susto e a situação fizeram a pressão dela subir de modo alarmante, arriscando um infarto, mas ele estava lá, logo foi contornado a tempo. Não houve reincidência nas próximas horas, logo não parecia haver motivo pra se preocupar.

Nate e Clair terminaram em um quarto de um dos hotéis dele. Um dos mais antigos, um dos primeiros que construíra. A luxuosa suíte duplex da cobertura era dele desde a inauguração, e ele costumava ir pra lá quando queria esfriar a cabeça da pressão familiar, motivo pelo qual, por sorte, haviam algumas coisas dele esquecidas ali. Os dois dormiram, descansaram e aproveitaram o dia trancados no quarto. No fim terminaram na banheira oval da suíte, ele encostado na banheira e ela entre as pernas dele, brincando com a espuma.



Nate: Você está bem? – Ela assentiu.

Clair: Com os nervos no lugar. – Consentiu, olhando a espuma em sua mão – Vou precisar. Não me sinto nem um pouco a vontade pra voltar pra casa. – Lamentou.

Nate: Houve algo ontem? – Perguntou, espalhando a espuma do ombro dela. Os cabelos dela estavam presos em um coque alto, a pele da nuca exposta, as costas amparadas no peito dele.

Clair: Nah, Cersei já estava muito nervosa, ninguém prolongaria mais aquilo. – Ela parou, pensativa, então escorregou pro lado, se virando e ficando deitada em cima da barriga dele – Não é pela raiva do meu pai que eu hesito. Não é a primeira vez que eu o enfrento. É... É a negligencia da minha mãe. – Ele passou o dedo pela maxilar dela, que olhou pra frente, parecendo pensativa – Eu não sei o que esperava, mas não era isso, não dela.

Nate: Dê tempo. Todos eles precisam de tempo. – Ela assentiu, suspirando. Ele se inclinou, selando o canto da boca dela – Precisamos nos manter, Clair. Eles vão sentir qualquer sinal de fraqueza. – Ela assentiu, e ele a beijou novamente – Isso vai acabar. Tem que acabar.

Clair: O que você vai fazer? – Perguntou, os olhos sondando-o. Nate tinha o cabelo molhado pra trás, os olhos azuis parecendo neutros, resignados.

Nate: Estou improvisando. – Admitiu, e ela riu de leve – E você?

Clair: Cheguei aqui descalça, isso devia te dizer algo. – Ele riu de volta e ela sorriu, balançando a cabeça. Ele a girou, pondo-a debaixo de si e ela deu um gritinho, protegendo o rosto da espuma. Se inclinou na banheira, enchendo a maxilar e orelha dela de chupões mordidos, o que a fez gritar de novo, caindo no riso em seguida. Ele sorriu de canto. Ela o conhecia, era o jeito dele de distrair a mente dela. – Tem que acabar. – Reafirmou, se assegurando, quando ele parou, e ele assentiu, se inclinando para beijá-la (direito dessa vez).



Acabaria... Mas não hoje.

Último Ato - Efeito Borboleta (Livro 5) [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora