Certo dia ChoRong chegou em casa alterada. Bateu a porta com força e entrou no seu quarto gritando e fazendo muita bagunça, revirava tudo dizendo "aish" e "aigoo" a cada cinco segundos. Logo começou a gritar e exagerar no dramalhão e eu até pensei em ajudar, mas sabia que minha irmã fazia drama por tudo, então aquele escândalo podia ser por uma nota zero na escola, um fora de um namoradinho ou por uma unha quebrada.
Claro que eu fiquei alheio por mais um tempo, estava fazendo uma maratona dos filmes de Harry Potter, e me entretia vendo em como Peter Pettigrew era o maior cretino e como Harry era burro de ainda defendê-lo. Apesar de saber as falas de cada personagem de cor, eu gostava muito de fazer maratonas como essa. Bom, até o furacão Cho chegar e extravasar tudo.
Como tudo ficou silencioso, eu abri a porta do meu quarto para observar se minha irmã continuava viva e, com a porta do quarto aberta, vi que estava saindo de lá, parecendo tranquila, mas quando me viu mudou de expressão, como se atuasse, partindo para cima de mim com uma face completamente cansada e exaurida, como se estivesse sofrendo a mais terrível depressão.
– Jaehyune! – ela disse, num aegyo demorado e não-tão-irritante se espreguiçando e cambaleando até a minha cama como se sofresse muito.
– Hum, o que houve? – estava mais preocupado em voltar para os pufes, comer minha pipoca e voltar à atenção para a cena que Sirius Black mostra pra todo mundo que Perebas é, na verdade, Pettigrew e que este é, na verdade, um baita filho da puta.
– Jaehyun! – ela gritou demoradamente, jogando uma almofada em mim. Larguei o balde de pipoca, claro que minha linda irmã não me deixaria terminar a maratona em paz.
Eu estava certo, pois na menor menção de voltar a ver o filme, ela segurou minhas bochechas com as duas mãos, e encarou meus olhos com lágrimas nos seus.
– O quê? O que aconteceu, noona?! – revirei os olhos, sem deixar de ficar preocupado. Vindo de ChoRong, pode-se esperar qualquer coisa.
– Jae, eu... eu tenho a sensação... uma sensação de vazio e preenchimento que nunca tive – falou com uma expressão dolorosa, sem soltar meu rosto e fazendo questão de apertá-lo com a força que tinha.
– Noona... Você está grávida? – ri e ela, ao invés de me estapear, apenas balançou a cabeça e se encolheu em um canto pegando pipoca e jogando muitas delas na boca.
Observei bem, ela parecia ter chorado, fungava muito, parecia estar brava também, estava mudando de humor rapidamente e não negou quando perguntei se estava grávida. Rapidamente congelei. Será que...?
– Noona, re-realmente está...
– Não, não estou! – ela começou um choro exagerado e de boca aberta mostrando toda a pipoca que ela mastigava. – Eu... Eu estou... estou fodida, Jae!
Ela soluçava e tremia copiosamente. Se fosse qualquer outra pessoa eu até pensaria ser fingimento, mas pelo muito que conheço de minha irmã, sei que ela é bem dramática.
– Como assim? Você acha que está grávida ou coisa assim? – logo recebi um tapa forte na cabeça.
– Eu não estou grávida! Quem você acha que eu sou, moleque? – falou sendo a mesma ChoRong de sempre, até que voltou a chorar bem exageradamente de novo como se levasse um tapa da realidade (se bem que o tapa que ela me deu doeu muito mais do que essa tal realidade). – Eu... Eu não sei o que fazer, Jaehyune!
A encarei, ela apertava tanto os olhos que eles poderiam rasgar a qualquer momento. Já havia me chamado de "Jae" umas cinco vezes e aquilo realmente era estranho.
– Me fala, o que você tem? Por que acha que está fodida? – pausei o filme, revirando os olhos e me conformando de que ela não sairia do quarto tão cedo se eu não desse um jeito de dar-lhe atenção.
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(Maldito Seja) O Crush da Minha Irmã
HumorQuando minha irmã chegou chorando pra mim me dizendo que tinha um crush e precisava da minha ajuda eu poderia ter dito várias coisas. Poderia tê-la zoado, rido da cara dela, dado e ombros e voltado a assistir minha maratona dos filmes do Harry Potte...