Droga, mais uma vez eu vou ter que fechar essa bosta de restaurante. O que esses donos tem contra mim? Foram 3 vezes em uma semana.
- (S/n), eu já vou indo, quer ajuda em mais alguma coisa? - Carol apareceu na cozinha.
- Pode deixar comigo. - Olhei para a mais nova - Falta só esses pratos
- Tá bom, então eu tô indo. Até amanhã - Ela veio até mim e deixou um beijo na minha bochecha, colocando seu avental no local apropriado
- Até - Sorri pra ela, que acenou com a mão e saiu
Ouvi o barulho da porta se fechar e fui até lá, para trancar a mesma. Lavei os últimos pratos e fui para o salão, limpei o balcão e as mesas ali. Encostei no balcão e peguei meu celular do bolso, colocando o pano encima do local onde eu estava apoiada.
- Ok. Amanhã o meu expediente é apenas a tarde, então eu posso usar o período da manhã pra ir até a faculdade.. - Resmungava baixinho, olhando na agenda eletrônica no celular. Ouvi o barulho de uma porta sendo aberta e em seguida senti uma brisa fria. Um arrepio percorreu meu corpo, de onde aquele vento saiu? Eu fechei tudo!
Olhei em direção a porta e estava trancada, mas o chaveiro de caveira balançava, como se houvessem usado ele. Desescorei do balcão e andei até a porta da cozinha, olhei para todos os lugares daquele local.
Nada.
Dei alguns passos pra trás, sem desgrudar meus olhos da cozinha. Parei um pouco e suspirei, lembrando que o Vinicius estava com a outra cópia da chave por ter fechado ontem.- Vinícius, se isso for uma brincadeira, saiba que não tem graça. - Chamei pelo meu colega de trabalho, ele adorava pregar peças nas pessoas.
- Quem é Vinicius? - Uma voz masculina soou atrás de mim e eu soltei um pequeno grito pelo susto. Encostando na parede mais próxima com a mão no peito, eu respirava pesadamente.
Que merda de susto.- Quem é você? - Perguntei ainda ofegante
- Não é educado responder uma pergunta com outra pergunta. - O garoto alto se sentou no balcão, seu cabelo loiro estava arrumado em um topete e ele estava completamente de preto, das suas botas ao seu casaco de couro.
- Quem é você? - Perguntei novamente e ele pegou um gurdanapo, dobrando ele até fazer uma flor.
- Quem é Vinicius? - Ele perguntou também
- Não é educado responder uma pergunta com outra pergunta. - Cruzei os braços e fiquei em pé direito, repetindo sua frase.
- Ok. Então vamos fazer assim, a gente fala na mesma hora. - Ele disse e no momento seguinte estava na minha frente. AI MEU DEUS, ELE ERA UM VAMPIRO.
- VOCÊ É UM VAMPIRO - Gritei sorrindo e sua cara de desaprovação apareceu.
- E você mal-educada. Sabe quantos anos eu sou mais velho que você? - Ele tagarelou e eu só conseguia pensar que tinha um vampiro lindo, gato, provavelmente gostoso e sedução na minha frente
- Ai meu Deus. Você é realmente um vampiro. - Pulei encima dele o abraçando.
- Ok. Você é estranha. Muito estranha. - Ele disse sendo esmagado por meus braços
- Claro que não - Soltei ele e voltei pro chão, afinal, pra abraçar ele tive que dar uma "pequena" puladinha.
- É sim, as pessoas geralmente tem.. Sabe.. Medo. - Ele deu ênfase na palavra, gesticulando uma de suas mãos.
- Meu Deus, eu não acredito que vampiros realmente existem, eu tenho tantas perguntas. - Andei de um lado pro outro, e o Sr. Vampiro só me encarava como se eu fosse louca.. Ok, talvez eu fosse um pouco...
- Você sabe que eu vou te matar né? - Ele disse sem interesse me encarando. Parei onde estava e o olhei incredula.
- Credo, para de ser pessimista. Ok, senta aí que você pode me matar depois. Quero te perguntar algumas coisas - Empurrei o Sr. Vampiro pra uma das mesas e sentei ele em uma cadeira.
- Você.. Não tá com medo? - Ele me encarou indignado
- Não - Sorri
- Nem um pouquinho assim? - Ele juntou o dedo com o polegar
- Nem um pouquinho assim!
- Aish. Você é estranha sim. - Ele cruzou os braços e fez biquinho.
- Tá, tá, ouço isso frequentemente. Mas vamos começar, qual o seu nome? - Sentei na cadeira a sua frente
- Eu não vou te dizer - Ele disse com raiva
- Ah, vai sim. Ou nós vamos ver se a madeira realmente te machuca.
- Aiiiish, tá. - Ele bufou - Meu nome é Jackson. Já pode sentir medo agora?
- Hum.. Jackson.. Um nome estranho pra um vampiro. Mas e aí, quantos anos você tem?
- Eu não vou responder.
- Diz
- Não
- Diz
- Não!
- Fala logo Jackson - Disse irritada
- 143 - Ele disse também irritado
- 143 anos?
- É. Mais alguma pergunta? Pode sentir medo agora?
- Tenho. Só tentarei sentir quando responder tudo.
- Pergunta então.
- Ok. Vampiros brilham no Sol?
- O que? Óbvio que não, você tem que parar de assistir crepúsculo. Não, não somos alérgicos a alho. Cruzes são apenas cruzes, água benta é apenas água benta. - Será que ele lê mentes? Fiz menção de falar mas ele interromepeu - E não, eu não leio mentes.
- Mas.. Como..
- Pronto? Acabou? Pode sentir medo agora? Já posso te matar?
- Para de ser insensível que eu tô tentando conversar pacificamente com você. Você tem a noite inteira pra me matar. - Ele colocou as presas para fora e avançou pra cima de mim.
- Nada? - Perguntou ainda próximo.
- Não - Respondi sem interesse
- Nem um pouco? - Ele ainda tinha esperanças
- Nadinha.
- Como você não sente medo? Tem um vampiro encima de você!
- Eu sei lá, agora sai daí que você é pesado. Obrigada. - Dei leves tapinhas em suas costas e o mesmo bufou, sentando na cadeira novamente - Vocês realmente morrem com estacas de madeira no coração?
- Filha, todo mundo morre com uma estaca de madeira no coração - Ele ergueu as sobrancelhas
- Tá, tá.
- Acho que vou te matar agora - Ele falou pensativo
- Jackson!
- (S/n)!
- Como você sabe meu nome? - Perguntei assustada
- Talvez pela plaquinha na sua blusa?
- Ah.. tá.. - Falei baixo. - Eu vou pra casa
- Óbvio que não!
- Eu estou com sono. Existe algo chamado bolsa de sangue. Vai no hospital. - Levantei da cadeira e fui até o balcão, pegando a minha bolsa que estava ali
- Eu não. - Dizendo isso, no segundo seguinte ele estava atrás de mim. - Prefiro sangue fresco... - Uma de suas mãos segurou meu cabelo, tirando ele de cima do pescoço. Senti sua respiração calma na região e em seguida seus lábios tocaram a minha pele. Pela primeira vez na noite eu senti medo.
- Jackson.. Por favor.. - Falei baixo e senti suas presas fincarem em meu pescoço. Soltei um palavrão baixo e a minha visão ficou turva. Sentia todo o meu sangue fazer o caminho contrário que sempre fizera e em alguns segundos, tudo ficou escuro.
...
Continua? Ou não?