Um Romance policial

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-Eu preciso respirar- estava sem ar, o lugar parecia extremamente pequeno e todos me olhavam como se eu fosse um mostro.

-Henrique calma- Paulo segurava meus ombros e tudo rodava- você precisa se recompor e colocar sua cabeça para pensar, precisamos salvar a Lil.

Eu precisava me acalmar e colocar a cabeça no lugar, mas só de pensar no que eles poderiam fazer com a minha Lil e com meu filho, o filho que eu sempre quis...

-Rafael- eu disse olhando pra Paulo - Chefe da Olivia, ele vai ajudar, ele se mudou pra cá- Paulo afirma com a cabeça e depois vai pro celular conseguir que Rafael o ajude.

-Você precisa me explicar- Marcelo me olha querendo respostas.

-Eu sei Marcelo mas agora não é o momento mesmo, antes precisamos salvar a Lil e então ela conta pra você ta bom?- Marcelo queria gritar e me bater como um dia fez quando éramos "inimigos" mas não agora- Marcelo assim que eu conseguir salvar Lil você pode até me matar- Marcelo me olhou tentando decidir se ia ou não me dar um soco, mas assentiu e ficou calado. Eu precisava pensar, onde ela estaria, eles só queriam me deixar louco, por vingança fria ela já estaria morta.

-Henrique chegou um pacote pra você na delegacia- mais uma vez tudo rodou, fiquei firme mas sabia que não conseguiria dirigir- eu dirijo - fomos até a delegacia, não vi o caminho, só pensava em como ela estava.

Quando chegamos lá eu nem reparei como cheguei até minha sala, minha assistente que está estudando para ser policial, me esperava com um envelope na mão.

-Luvas Henrique- Paulo me deu um par de luvas para poder abrir o pacote, só então reparei que que Carol estava com luvas, dentro do envelope estava uma foto de Lil só de calcinha e sutiã, algumas partes do corpo estavam machucadas, a boca estava inchada e ela dormia, junto da foto estava um bilhete "NÃO QUEREMOS NADA EM TROCA, SÓ VER VOCÊ SOFRER SARGENTO", ali eu vi que precisava agir- alguém... - tudo girava, eu precisava sentar.

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Lil

Abri os olhos com uma dor forte de cabeça, não sabia onde estava, olhei para o lugar que estava, sentia frio, olhei meu corpo e vi que estava de calcinha e sutiã, algumas partes dos meus braços estavam roxas. Lembrei de tudo, dos socos, de ter matado alguém, da maneira nojenta como um deles falou comigo, lembrei do meu filho no ventre e tremi.

-Olha quem acordou- o que falou comigo no me apartamento vinha na minha direção, sentou na cama imunda que eu estava, passou a mão na minha coxa, eu por impulso mexi a perna mas estava dolorida- olha só como você é violenta- ele ri e mostra os dentes brancos, sua pele é branca e seus cabelos era tingidos de vermelho vivo, seus olhos era azuis intensos e me davam calafrios.

-Quem é você?- pergunto.

-Isso não importa minha querida- ele sorri de maneira estranha- vamos brincar? A não se preocupe, ainda não vamos brincar dessa maneira- ele sorri para minha cara de desespero- quero atingir seu namorado, te ameacei por um tempo e então vocês terminaram e eu fui preso agora que escapei meus amigos me falaram que vocês voltaram então decidi brincar um pouco- ele me levanta, vejo minhas mãos amarradas ele prende elas a um gancho que tinha na parede, estou fraca pra reagir como deveria, Marcelo me ensinou a lutar, sou boa nisso mas no momento sentia minhas pernas moles e meu único pensamento é que morrerei sem ter um filho novamente.

O primeiro soco me atinge no rosto, a dor do soco me deixa aérea, quando abro os olhos de novo ele chuta minhas pernas, eu gemo de dor e ele sorri, quando ele chega perto eu reúno forças e atingi seu saco, seus olhos se enchem de lágrimas e eu dou risada.

-Do que está rindo sua vadia?- ele pergunta depois de voltar ao normal.

-Eu apanhei muito e não chorei nenhum pouco e você com um chute ameaça chorar?- eu dou risada e sinto minha boca com gosto de sangue.

-Está achando graça?- ele fecha a mão atinge minha barriga com força, a dor me domina e eu fico cega por um tempo. Quando minha visão volta ao normal, faço força para não chorar- você não viu nada sua vadia.

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Henrique

Todos estão horas trabalhando com ajuda de Rafael para descobrir algo e nada, as horas se passam e eu só imagino se ela está morta ou não.

-Chefe- Carol me chama, olho pra ela- chegou um vídeo para o Senhor- é agora, tento me acalmar mas sem conseguir vou para a sala principal onde todos estão me esperando.

O vídeo se inicia e me assusto, ela está amarrada pelo corda que está no seu pulso em um gancho, o rosto está inchado e machucado, suas pernas estão roxas, sua barriga está roxa mas ela parece firme.

-Então Lilian, quero que você de despeça do seu pai, de sua amiga, do seu ex e é claro do atual- Éder sorri pra ela- se fizer isso prometo não fazer aquilo- ela olha assustada pra ele e concorda com a cabeça.

-Pai- sua voz falha- merda, o que falar pro seu pai quando se está prestes a morrer? Henrique mostre isso a ele não importa o que aconteça. Bom pai você é um grande lazarento quando quer, não é o pai exemplo como o da Gabi, você é pegador, bebe muito, fala de sexo comigo, não só fala, da detalhes e quer detalhes. A gente briga muito por muita coisa- ela para, sorri, sua boca está cheia de sangue- quando a gente fica mais de três meses juntos queremos nos matar, mas a verdade é que amo brigar com você, amo estar com você, amo ver seu cabelo cremoso e o modo como mexe nele quando quer impressionar uma mulher- ela para e começa a chorar- pai você é a melhor parte de mim, a pessoa que eu mais amo com toda certeza- ela respira- você foi um pai ausente sim, mas hoje vejo que você trabalhava para me dar um vida boa, cheia de viagens, faculdade boa pra talvez não sentir falta da mãe e eu amo você- ela sorri com ternura- desculpa ta?

-A amiga?

-Porra Gabi, eu me recuso, eu só amo você de maneira incrível! Não fica triste, eu sempre vou estar com você!- Ela sorri e meu coração treme, ela já deve estar morta e minha mente gira- Marcelo- ela respira- você foi meu primeiro amor, você me fez flutuar e eu amo você! Não sei como estaria nossas vidas se nosso filho estivesse vivo, mas ele seria sua cara e com certeza seu jeitinho, que só pra quem conhece sabe que é doce e puro. Não fica com raiva do Henrique...cara ele me fez tão feliz e eu só penso que a gente poderia ter feito um jantar, os três- ela ri- não soque ele de novo ta? Cuida dele e cuida do meu pai. Eu sempre vou lembrar de você e vou lá contar pro nosso filho o quão maravilhoso você é.

-Henrique?

-Não, ainda não- ela sorri- Paulo- eu olho pro meu amigo que está emocionado- Cuida dele, não deixa nada acontecer com ele, ele precisa de você agora mais do que nunca. Cara você é incrível e eu sei que verei você de novo, te apresento meu filho- ela respira- agora sim- meu coração dispara- Meu amor, sei que te prometi uma família, uma vida inteira comigo mas desculpa não vai dar, vou ver sua mulher e falar de você até cansar, com meu filho no colo. Lembra de mim assim, te amando- ela sorri- mata esse desgraçado e seja feliz por mim meu amor, não vou dizer muito, quando a gente se encontrar lá em cima eu digo tudo- ela sorri e o vídeo é finalizado.

-Henrique, eu consegui- Rafael que estava no computador o tempo todo do vídeo, fala alto comigo- Sei onde eles estão- meu coração dispara, a raiva me domina, pega minha arma e todos da equipe saem correndo.
Deus eu nunca fui tão próximo de você mas agora eu peço, peço a chance de conseguir pegar ela viva.