Vodka, sangue e morte

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No outro dia acordei cedo e fui ao mercado comprar os ingredientes para o nosso almoço, meu pai ainda dormia e deixei ele assim.

Quando cheguei no mercado fui logo comprar coisas para uma Galinhada(arroz com legumes e frango) o prato preferido do meu pai, passei também no setor de bebidas comprar algumas cervejas e vodka para uma caipirinha, quando estava escolhendo nossas bebidas escuto uma voz familiar.

-Você quer vodka não é Olivia?

-Isso Henrique- respondeu a loira bonita.

Eu paralisei, lá estava meu ex namorado com sua atual lindona e eu ali de shorts e regata super simples e sem maquiagem e pior, Olivia também estava sem maquiagem só que estava mais linda do que no dia que a vi com maquiagem. Tentei pegar a primeira vodka que vi e sair sem ser vista mas minha sorte resolveu ficar em casa dormindo com meu pai e disse para o azar vir comigo.

-Lilian- Henrique disse meu nome mas não me chamando e sim surpreso em me ver, me virei e sorri para ele, um sorriso que todos meus amigos tiravam sarro por ser muito falso mas só meus amigos sabiam disso, e é claro ele também.

-Oi Henrique- sorri para a Olivia que também sorria- Olivia não é?

-Isso- ela sorriu e estendeu a mão para mim enquanto Henrique continuava surpreso- oi - respondeu enquanto eu apertava sua mão.

-Oi- eu respondi enquanto soltava a mão de Olivia.

-Parabéns- ele sorriu para mim e veio ao meu encontro e me abraçou, senti o seu cheiro, ele me abraçou forte e eu fiquei paralisada, não envolvi meus braços nele, e Olivia disfarçou  olhando as bebidas, não  sei quanto tempo ele me abraçou mas meu coração batia forte e a sensação de estar naqueles braços era incrível, a mesma sensação de voltar para casa depois de um dia longo de trabalho ou de uma viagem de 1 mês. Percebi que sofreria depois daquele abraço então decidi me separar e por impulso o empurrei e então fiquei irritada com a ousadia dele.

-Qual é o teu problema?- perguntei em voz alta. Olivia olhou para mim surpresa e não irritada ou com ciumes, olhei para ela e depois para ele que parecia triste - Me esquece ta?  Quando me ver finge que não me conhece, passa reto, não olha na minha cara ok? Cachorro! E você- agora olhei para Olivia- parece ser uma boa mulher então sai dessa- apontei para Henrique que ainda parecia triste- ele não presta! 

-Eu? O que? Henrique!...- ela falou alto mas eu não entendi o resto.

Sai batendo pé, fiquei irritada, ele me da o fora falando que está com outra, mostra para seus amigos que está com ela e quando me vê diz que sente minha falta e agora me abraça? Quem ele pensa que é? Eu queria chorar de raiva, queria bater em alguém.

Fui no caixa pagar tudo nem vendo o dinheiro que eu dava ou recebia de troco, sai do mercado nervosa e quando fui para o carro vi o carro dele não muito longe do meu e fiquei mais irritada. Cheguei em casa e bati a porta com força.

-Eiiiiiiii ta louca?- meu pai disse assustado - filha? O que foi?

Eu estava chorando de raiva, sentei no sofá ao lado do meu pai.

-Aquele filho da puta me abraçou - minha voz saia esganiçada - na frente da gostosa da mulher dele! Ele não decide o que quer e eu estou irritada pai! Quem ele pensa que é ? 

Meu pai entendeu na hora e me deixou falar. Depois de meia hora eu parei de chorar e foi ate a cozinha fazer minha caipirinha e contei tudo para meu pai com detalhes e ele ficou tão puto quanto eu.

-Esse cara é um babaca! Que porra você viu nele?

-Charmoso, gostoso, beija bem e é bom na oral.

Meu pai riu e sua risada me fez rir também e então entramos no assunto sexo sem falar de Henrique ou Jenna e fui fazendo o almoço tomando caipirinha e ele cerveja. Nosso dia foi assim comendo, bebendo e conversando sobre vários assuntos. Fomos dormir cedo e acordamos cedo e fomos para o aeroporto.

-Filha- disse meu pai me abraçando- esse cara pode ser um babaca mas ele te ama, sinto isso e também sei que você ama ele! Mas viva sua vida, você pode encontrar outro amor, não tenha medo! Papai te ama muito e sempre que precisar eu venho te visitar ok?- meu pai beijou minha testa.

-Eu também amo você pai e obrigada- chorei vendo ele ir mas também sabia que mais uma semana e haveria mortes.

O resto da semana passou rápido com muito trabalho. Na outra semana, depois de atender um homem de 25 anos que tinha sofrido um acidente de moto, fui comprar um café e Rick veio assustado falar comigo.

-Lil...- ele não terminou a frase e eu olhei apreensiva para ele.

-Fala logo caralho!

-Não sei como dizer isso... policiais...

-Celo?- minhas mãos ficaram frias e suadas na hora, corri para a emergência e quando cheguei la vi uma maca e em cima do paciente estava o paramédico, olhei para o lado e vi Marcelo de pé cheio de sangue, ele me viu e correu até mim e me abraçou.

-Lil ajuda ele por favor eu sei que você pode- ele me olhou nos olhos, os seus estavam cheios de lágrimas e então eu olhei para a maca e o chão sumiu e eu não ouvia mais nada. Era Henrique que estava na maca, pálido e o paramédico pressionava uma parte do seu abdômen, eu tinha que agir mas não conseguia me mexer e então ouvia alguém falar que o coração dele tinha parado, provavelmente junto com o meu.

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