O PÁSSARO DE OURO

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E como todos haviam previsto, Roberto fracassou.

- Seu incompetente - Grita o rei. Ao lado, Franklin ri. - Do que você está rindo? Não estou vendo o intruso em suas mãos - O rei lhe aponta o cetro.

Espero ele anunciar a minha vez, todavia ele não o faz. Não desejo coroa, riqueza, força. Aspiro honra, dignidade e inteligência. E tenho de provar isso a ele.

- É a minha vez.

Sua face se torna uma careta.

- Nada mais justo - Insisto. - Quer dizer eles tiveram as chances. É a minha vez.

O rei não parece convencido pelas minhas palavras, mas cede.

Sua confiança em mim é completamente nula. O sentimento é puramente recíproco.

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Escolho um arco e flecha na sala de armas antes de adentrar o santuário. Pego uma sacola de comidas e um pouco do forte café para me manter acordado e um livro surrado.

Não demora muito para o intruso voltar. O suave bater das asas anunciam sua chegada, em plena luz da lua cheia suas asas brilham, como se fossem banhadas em ouro... aponto o arco silenciosamente, ele parece muito focado em apanhar a maçã, da qual ele não parece preocupado com o peso.

- Isso... - Escondo-me ainda mais nas sombras das pilastras de pedras, e preparo a flecha, agora ainda mais pesado desacelerou. Com a flecha presa entre meus dedos, eu puxo o elástico. Não parece justo tirar a vida de um ser tão inocente, porém é o que faço. O pássaro desvia da flecha largando a maçã, não escapa tão fácil da segunda flecha, que atinge sua asa esquerda antes de passar pelo muro, tive a chance de mata-lo, e não o quis fazer. Tenho esperança de a sua morte ter sido de forma rápida e indolor.

Sou recebido pelo rei na manhã seguinte e apanho a única evidência de que havia atingido o inimigo. O rei não parece nem um pouco satisfeito.

- Onde ele está?

- Ele foi atingido - Ergo a pena de ouro. Aquilo era diferente de tudo que já vi, porém, decido me manter calado - Caiu para fora do muro, e não levou a maçã - Índico o meio do caminho.

- Bom... - O rei é apaziguado pelas boas noticias. - Parece que temos um premiado. - Vocês dois...

Sua frase paira no ar, todavia todos nós sabíamos o que aquilo significava.

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Estou de volta à sala do trono. O rei deseja me ver. Infelizmente isso não pode significar uma boa coisa.

- Eyden - Fazia muito tempo desde quando ele chamava meu nome, e realmente ele estava realizando um grande esforço. Ali também esta meus dois irmãos insatisfeitos e com caras de poucos amigos.

- Você foi o que chegou mais perto, mas não abateu o inimigo - Ele suspira aliviado. Não me queria como sucessor, e felizmente nem eu queria herdar aquele reino, maculado pelas trevas e poder. - Nenhum dos. – Ele encara cada par de olhos naquele recinto, momento como esse me fazia crer, um dia meu pai tinha sido um homem bom, e um futuro rei prodígio, hoje a ganância e a cegueira o fizeram um homem áspero e desprezível.

Sabia. Por mais que tentasse, sempre, sempre era a mesma coisa.

Só faltavam alguns meses. E nesses pretendia passar o mais distante possível daquele palácio tenebroso.

- Aquele que me trazer o pássaro ou vivo ou morto, herdará o reino de Ourum - Completa o rei, mesmo se essa hipótese fosse real. O rei nunca se deixaria morrer, vencer, vencer e vencer, era disso que se tratava.

O Pássaro de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora