Chloé não sabe como e nem porque mereceu ganhar um Miraculous, e isso a fez refletir pois ela sabia que de fato não era uma pessoa boa. Ser lembrada como a filha mimada do prefeito, não era o que a loira queria para o resto da sua vida. Então, cansa...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Assim que entrei na sala de aula pensei que existem muitas pessoas daqui que eu magoei. Mas em especial, existe alguém que precisava conversar o quanto antes.
Acontece que ela normalmente chega atrasada.
*****
— Hey Marinette! Será que posso conversar com você? – alcancei ela no corredor. A garota me olhou surpresa, porém assentiu.
— Ah não, de jeito nenhum! – Alya surgiu – O que você quer com ela, Chloé?
— Só conversar.
— Me engana que eu gosto! Não vou deixar a Mari sozinha. O que tiver que falar vai ter que falar comigo aqui.
— Certo. – respirei fundo – Gostaria me desculpar por todas as vezes que impliquei com você, aliás, com vocês. Eu fui uma pessoa da qual não me orgulho nem um pouco e agora estou tentando mudar de verdade. Claro que isso não vai acontecer de repente, mas estou começando a entender como ser legal.
— Acho difícil! – Alya soltou.
— Alya! – Marinette a repreendeu.
— Tudo bem, acho que eu mereci essa. Mas enfim, aceitam minhas desculpas?
— Olha Chloé, é meio difícil de acreditar que você mudou do nada. Porém se você demonstrar ao longo dos dias que está diferente, nós acreditaremos. E sim, te perdoamos, porque não vale a pena guardar rancor.
— Muito obrigada, Marinette. - sorri e encarei Alya, esperando que ela fosse dizer alguma coisa. Sei que ela provavelmente deve estar mais desconfiada e brava comigo.
— Olha, eu só vou acreditar em você depois que eu ver sua mudança. E como a Mari disse, não vou guardar rancor. Mas se isso for algum tipo de joguinho ou plano, você vai se dar mal garota!
— Alya!
— Não, isso não faz parte de plano ou jogo. Eu só estou tentando mudar, de verdade. Entendo que vocês pensem isso por causa da Chloé de antigamente, mas juro que aquela garota desprezível morreu. Não quero mais ser como ela.
*****
A vista da cidade à noite no topo da Torre Eiffel era maravilhosa. Depois de todas as desculpas que pedi e conversas esclarecedoras que tive com meus colegas, só queria descansar um pouco. E aqui era o lugar perfeito.
— Olá Queen Bee, como vai a mais nova heroína de Paris? - olhei para o lado e vi Ladybug chegando e sentando ao meu lado.
— Cansada. E como vai a mais velha heroína de Paris? - brinquei.
— Ei, isso me ofendeu. - ela colocou a mão sobre o peito, fazendo um gesto engraçado e nós rimos. - Mas enfim, estou bem. Porque está cansada? Felizmente não tivemos um akuma hoje. Hawk Moth deve ter tirados férias.
— Coisas da vida pessoal mesmo.
— Ah, sinto muito!
— Não é nada demais. Como eu disse na batalha contra Hair Style, eu não era uma pessoa tão boa e agora estou tentando consertar as coisas.
— E está dando certo?
— Aparentemente sim, mas é cansativo.
— Sei como se sente. Não no mesmo sentido, no entanto, aceitar a responsabilidade de ser uma heroína foi difícil no começo. Acho que até afastei algumas pessoas, como meus pais e meus amigos, mas agora sei conciliar. Você vai conseguir, não se preocupe.
— Obrigada. - sorrimos e continuamos falando sobre inúmeras coisas.
*****
— Vai! - Ladybug bateu no espelho que a akumatizada segurava com seu ioiô e o eu corri para alcançar o objeto. Havia um carro no caminho então eu apoiei minha mão, pulei e deslizei por cima do capô. Senti como se estivesse em um filme de ação.
Me joguei no chão com as mãos estendidas e com os olhos fixos no objeto.
— Peguei! - segurei o espelho e fiquei de pé. - Ai, se quiser seu espelho, vai ter que vir pegar! - a mulher me encarou furiosa, mas deixou Chat Noir de lado e veio correndo na minha direção.
— Não olha pra dentro do espelho, se não você vai ver seu pior pesadelo! - a joaninha gritou para mim e foi ajudar Chat, que havia caído e olhado o espelho.
— Me devolva isso, garota insolente!
— Vem pegar, senhora rabugenta! - ela grunhiu ainda mais brava enquanto eu corria.
Infelizmente o akuma não estava no espelho e sim na bolsa dela, onde tinham mais itens mágicos. Um deles era um colar de pérolas que quando foi arrebentado e jogado em mim, as pérolas funcionaram como bombinhas. Desviei da maioria, mas uma delas pegou na minha costela e me jogou longe.
Caí no chão e fiquei com o espelho levantado. A mulher se aproximou e eu ia quebrar ele quando ela me interrompeu.
— Quebrar um espelho traz sete anos de azar queridinha, você já deveria saber disso. - a vilã riu e eu permanecia no chão pensando no que fazer. Então ela viu que eu estava distraída e correu na minha direção. Num ato de reflexo, literalmente, virei o espelho para ela mesma, que viu seu pior pesadelo. - NÃO!
Aproveitei, peguei sua bolsa e levei para Ladybug.
— Bom trabalho, Queen Bee!
— É sempre um prazer ajudar. - disse ainda meio ofegante.
*****
Olhei para o meu reflexo no espelho - dessa vez um que não me faça ver meu pior pesadelo -. Eu mudei muito. Não só por fora, mas principalmente por dentro.
Minha aparência estava mais alegre, meu rosto parecia estar com mais vida e eu gostei disso. Também consegui notar minhas mudanças mais significativas. Meu coração parecia satisfeito e leve, já que um peso enorme saiu de cima de mim.
Essa nova Chloé não é só uma novidade para todos à minha volta e sim para mim mesma também. É tão bom ser desse jeito, e o melhor de tudo é que eu sentia que eu era desse jeito. Não havia fingimentos, nem aquele sentimento de estar deslocada que sempre me perseguia.
Estou contente comigo mesma e acho que finalmente posso dizer que mereci o meu Miraculous.
— Vamos Chloé, você vai se atrasar para conhecer o Grande Guardião! - minha kwami me alertou.
— Já estou indo. - arrumei minhas coisas e saí atrás dela.
Ah, antes que eu esqueça. Estava enganada sobre não querer ser Chloé Bourgeois, eu devo ser ela. Queen Bee não existe sem ela.