Prólogo

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Hey, meus filhotes!
Dessa vez eu resolvi adaptar uma das minhas séries favoritas, tanto de livros quanto de séries televisivas, eu sou totalmente apaixonada por essa história e achei que seria legal.
Mas aconselho vocês a lerem a história aqui comigo e depois assistirem a série, porque os livros e a série são duas histórias diferentes, mas ambas são incríveis... eu não saberia me decidir por uma.
Enfim, eu espero que vocês gostem tanto quanto eu gosto e me acompanhem aqui ;)
Boa leitura ^-^
 

Não deveria ser tão quente e úmido em Cape Cod. Camila vira no guia: tudo deveria ser perfeito aqui, como em Camelot.

Exceto, acrescentava o guia como se fosse um detalhe desimportante, pela hera venenosa, e pelos carrapatos, e pelas moscas-varejeiras, e pelos moluscos tóxicos e pelas correntes submarinas nas águas aparentemente tranquilas.

O guia também alertava para não fazer caminhada pelas penínsulas estreitas porque a maré alta podia surgir e arrastá-lo. Mas neste exato momento Camila teria dado qualquer xoisa para ser levada pelo mar até alguma península que se projetasse bem longe no oceano Atlântico – desde que Marielle Guzman ficasse do outro lado.

Camila nunca se sentiu tão infeliz na vida.

-... e meu outro irmão, aquele da equipe de debates do MIT, o que foi ao Torneio Mundial de Debates na Escócia há dois anos... – dizia Marielle. Camila sentiu os olhos ficando vidrados de novo e voltou ao seu transe miserável.

Os dois irmãos de Marielle foram do MIT e eram bizarramente realizados, não só intelectualmente como também nos esportes. A própria Marielle era bizarramente realizada, embora ainda nem tivesse começado o último ano do ensino médio, como Camila. E como o assunto preferido de Marielle era Marielle, ela passou a maior parte do último mês contando tudo sobre sua vida a Camila.

-... e aí o meu pai disse: "Por que eu não compro para você?" Mas eu disse: "Não... Bom, talvez..."

Camila ficou olhando o mar.

Não que Cape Cod não fosse um lugar bonito. Os pequenos chalés de telhado de cedro, com cercas brancas de ripas cobertas de rosas, cadeiras de balanço de vime na varanda e gerânios pendurados nas vigas, eram lindos como fotos de cartões-postais. E os gramados, as igrejas de torres altas e escolas com arquitetura antiga faziam Camila se sentir como se estivesse entrado numa época diferente.

Mas todo dia precisava aturar Marielle. E embora toda noite Camila pensasse em uma observação espirituosa e inteligente para dizer a Marielle, de algum modo jamais conseguiu realmente verbalizar nenhuma delas. E muito pior que qualquer coisa que Marielle pudesse fazer era a sensação dolorosa de não pertencer àquele lugar. De ser uma estranha ali, uma estranha na praia errada, completamente fora do seu ambiente. O duplex minúsculo na Califórnia começava a parecer o paraíso para Camila.

Mais uma semana, pensou ela. Você só precisa aguentar mais uma semana.

E também havia sua mãe, ultimamente tão pálida e tão calada... Uma pontada de preocupação atingiu Camila, mas ela rapidamente afastou a sensação. Mamãe está bem, disse ela a si mesma com veemência. Provavelmente só está infeliz ali, assim como você, embora este seja seu estado natural. Ela deve estar contando os dias para voltarmos para casa, do mesmo jeito que você.

É, claro que era isso, e esse era o motivo pelo qual sua mãe parecia tão infeliz quando Camila dizia sentir saudades de casa. Sentia-se culpada por ter trazido Camila, por ter feito este lugar soar como se fosse um paraíso de férias. Tudo ficaria bem – para as duas -, quando voltassem para casa.

- Camila! Está me ouvindo? Ou está sonhando acordada de novo?

- Ah, estou ouvindo – disse Camila apressada.

The Secret CircleOnde histórias criam vida. Descubra agora