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Hey filhotes!
Não sabia que vocês estavam tão sedentos por essa história, uh? kkk, confesso, estou surpresa!
Mas vamos lá...
Boa leitura ^-^  


A primeira pessoa que Camila viu na escola na manhã seguinte foi Normani. A garota alta estava parada com um grupo na frente da entrada lateral que Camila pensara ser mais reservada.

Estavam no grupo Dinah, a motoqueira, e Jade, a morena arruivada peituda. E também os dois loiros que andaram de patins pelos corredores na véspera. E havia mais dois garotos. Um era musculoso, de olhar hesitante e covarde e um sorriso furtivo. O segundo era alto, tinha cabelo escuro e um rosto bonito e cruel. Vestia camiseta de mangas enroladas e jeans pretos como os de Dinah, e fumava um cigarro. Andy?, pensou Camila, lembrando-se da conversa das meninas na véspera. O réptil?

Camila se espremeu contra a parede de tijolinhos e se retraiu ao máximo. Foi para a entrada principal e correu para a aula de inglês.

Quase se sentindo culpada, verificou o bolso em seu quadril. Era idiotice trazê-la, mas a pedrinha de calcedônia a fazia se sentir melhor. E é claro que era ridículo acreditar que podia lhe trazer sorte – mas ela entrou na escola esta manhã sem esbarrar em Normani, não foi?

Ela achou um lugar vazio no canto do fundo da sala, no lado contrário ao que Normani ocupara na véspera. Não queria Normani perto dela – nem atrás. Ali, ela estava protegida por um monte de gente.

Mas, estranhamente, logo depois de se sentar, houve um arrastar de pés em volta de Camila. Ela levantou a cabeça e viu algumas meninas indo para a frente. O cara ao seu lado também mudava de lugar.

Por um momento ela ficou imóvel, sem nem mesmo respirar.

Não seja paranoica.

Só porque as pessoas mudaram de lugar não quer dizer que têm algo a ver com você. Mas não deixou de perceber que agora existiam vários lugares vazios a seu redor.

Normani entrou apressada, falando com um Jeffrey Lovejoy aparentemente tenso. Camila a olhou de relance e logo virou a cara.

Não conseguia se concentrar na aula do Sr. Humphrey. Como podia pensar com todo esse espaço em volta? Tinha de ser coincidência, mas a abalou da mesma maneira.

No final da aula, ao se levantar, Camila sentiu que estava sendo observada. Virou-se e viu Normani olhando-a e sorrindo.

Devagar, Normani piscou para ela.

Saindo da sala, Camila foi para seu armário. Enquanto girava a combinação do locker, viu alguém parado por perto e com um sobressalto reconheceu o cara musculoso e furtivo que estivera com Normani naquela manhã.

O armário dele estava aberto, e ela via vários anúncios do que pareciam aparelhos de musculação colados na parte interna da porta. Ele sorria forçado para Camila. A fivela do cinto era prateada com pedras brilhantes, como espelhos, e estava gravado Shawn.

Camila olhou para ele sem interesse, o mesmo olhar que reservava para os garotinhos que cuidava como babá na Califórnia; então abriu o armário.

E gritou.

Foi mais um grito sufocado e estrangulado, porque sua garganta se fechou. Pendurada pelo pescoço no alto do armário por um cordão, havia uma boneca. A cabeça da boneca tombava grotescamente de lado – tinha sido arrancada do encaixe. Um olho de vidro azul estava aberto; o outro, bizarramente meio fechado.

Parecia estar piscando para ela.

O musculoso a olhava com uma expressão estranha e ávida. Como se estivesse se embebedando de seu pavor. Como se isso o inebriasse.

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