– Não.
– Como assim? Eu acabei de impedir que a vila fosse invadida por uma dúzia de tigres-de-guerra! – Diz Trevor, agachado, com um joelho no chão e firmando sua espada de pé em sua frente enquanto com seu elmo debaixo do braço, irado por mais uma vez não ter sido nomeado cavaleiro real de Losmord. O suor escorrendo de seus cabelos castanhos e de todo o seu corpo, completamente coberto por sua armadura de guerreiro.
– Está a questionar minhas escolhas? – Indaga Evan enquanto entediado em seu trono. Seus cabelos grisalhos formando uma franja bagunçada na altura de seus olhos em seu rosto levemente enrugado enquanto usava seu exuberante traje real cheio de ornamentos e detalhes prateados. Sua coroa prateada com grandes rubis em seu contorno pendurada no ombro do trono junto à sua capa vermelha. Os anéis em quase todos os dedos, seu cetro e todos os seus acessórios, diferente dos outros reinos, substitui o ouro pela prata, algo que ele pode fazer sem ser questionado por ninguém, pois permanece a possuir possivelmente a maior potência militar de Essen. Sua escolha é questão de gosto.
Trevor permanece em silêncio. Evan apoia sua cabeça com a mão.
– Além do mais, você contou os tigres?
– Não interessa quantos tigres haviam! – Trevor altera-se.
– Claro que interessa! Eram tigres ou tigres-de-guerra? Eram doze ou cinco? É lógico que isto interessa!
– Eu disse a você que eram tigres-de-guerra! – Trevor usa linguagem informal devido à intimidade entre os dois e a estarem apenas os dois e Anne, filha única de Evan, no grande salão. Anne estava a usar um vestido rosa simples em comparação às vestes de seu pai e sua coroa de princesa, que pertencia à sua mãe. Esta coroa é idêntica à de Evan, sendo que mais fina, como uma tiara.
– Sim, mas depois disse apenas tigres!
– Ah, eu sei, mas eram tigres de guerra! E não eram doze, eram quinze ou onze. Eu não contei, eu fiz uma estimativa.
– Tudo bem, acalme-se, Trevor.
– Argh. Porque não me acha digno? O que eu devo fazer para ganhar esta honra?
– Trevor, grandes feitos não surgem em momentos calmos. Se eu pudesse manter Losmord em paz para sempre, eu o faria. E com isto, nunca mais existiria um herói. Entende? Infelizmente, não tenho controle total sobre Losmord. Mas afinal, a vida é feita de aventuras, não?
– Quer dizer que devo tornar-me um aventureiro? Fazer algo grandioso para Losmord?
– Hum... Não necessariamente e sim. Quando eu acreditar que você tornou-se alguém que faria qualquer coisa por Losmord, darei a honra merecida.
– Você... – Trevor ergue-se e embainha sua espada enquanto encarando Evan seriamente – Realmente não sabe nada sobre mim e sobre o que eu faria, não por Losmord, mas por qualquer ser vivo. – Ele pega o saco com moedas de ouro que recebeu e sai do castelo.
Na saída, Philip avista Trevor e logo vai à sua direção.
– Trevor!
– O que você quer Philip? – Pergunta Trevor com uma expressão que traduz "Diga algo errado e eu o mato".
– Parece que não conseguiu o que queria. Ah. Mas que pena Trevor. Mais sorte da próxima vez.
– Ah, sim. A décima quinta vez dá sorte.
– Ei, anime-se! Eu sei que um dia você conseguirá, apenas não compreendo o porquê deste seu desejo. – Diz Philip enquanto coça seu pontudo e estreito nariz.
–Você tem direito a quantos cavalos e lanças de justas quiser. Além do uso da armadura com o emblema real e o treinamento privado! – Diz Trevor enquanto apontando para o emblema real na camisa de Philip.
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Guerreiro Épico
FantasyO sonho de Trevor é tornar-se cavaleiro real, mas ainda há muitos obstáculos à sua frente antes de atingir seu objetivo. E ainda que Losmord seja sua terra natal, ela é vasta e misteriosa, o que apenas alimenta ainda mais seu senso de aventura!