Traços do passado

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A noite passada tinha sido turbulenta com a chegada da grande caçada, perdi todos os que chamava de "Família" só quem me restava era Perrie, nós fomos os únicos metamorfos que sobraram do nosso "clã". Fugimos juntos da chuva de sangue que ganhou Cold Vile e nos escondemos na primeira casa à vista dentro da floresta, eu estava ferido e mal conseguia usar meus poderes, Perrie estava assustada e quase não pregou os olhos essa noite, a casa parecia um local seguro e estávamos nos recuperando da melhor forma que podíamos, mas então o inferno voltou a nós quando a porta da pequena choupana foi ao chão.

- SEBASTIAN! - Eu pude ouvir o grito assustado de Perrie quando a porta caiu e imediatamente eu me levantei alerta, mesmo assustado, mas alerta.

Corri para abraçar Perrie e a proteger de quem quer que tenha nos achado lhe pus atrás de mim, eu podia ouvir pensamentos vindo de fora, mas não conseguia lhes decifrar.

- Tudo vai ficar bem... Tudo vai ficar bem.

Eu repetia para a garota e também buscava acreditar nas minhas próprias palavras.

- QUEM ESTÁ AÍ? - Gritei curioso e repeti mais uma vez e outra, mais uma e mais uma. Nada, não recebi nenhuma resposta, ninguém falava nada, tudo que eu podia ver era uma forte luz vinda de fora.

Observei Perrie mais uma vez e seus olhos fizeram meu coração doer, eu podia sentir a dor dela, o medo da morte nos seus olhos. Nos 45 anos da minha vida eu já vivi muitas batalhas, me feri muitas vezes, mas ela não. Ela era somente uma adolescente ainda, eu iria protegê-la, iria protegê-la de tudo, com toda minha vida.

- Mamãe? - Ouço a voz da garota que sai da minha segurança e corre para fora.

- Mamãe?... - Demoro a assimilar e me mantenho parado por um momento até entender o que tinha acontecido, corri quando entendi. - Pee! NÃO.

Gritei para ela e estendi minha mão lhe fazendo parar antes de seguir para aquela forte luz, e a trouxe de volta para perto de mim com a pouca força que me restava.

- Sebastian, me solta, me solta. É a minha mãe.

A garota se debatia e gritava em meus braços, me afastei mais uma vez e agora um forte zumbido gritava em minha mente.

- Não é sua mãe! São... Droga! - Sou interrompido ao ver alguém surgir do céu e saltar em nossa direção, empurrei Pee para longe e me defendi daquele que veio. - TELEPORTADORES!

Falei para ela assim que o saltador sumiu dos meus olhos, corri mais uma vez para o seu encontro, mas alguém me segurou por trás, me impedindo de protegê-la, gritei furioso e me joguei ao chão com quem quer que esteja me segurando, me virei em seguida e quando fui dar o primeiro soco a pessoa possuía o rosto de Pee, então eu parei e observei por uma fração de segundos, nesse momento o rosto mudou, dando lugar a uma espécie de borrão. Não eram teleportadores, eram camaleões que se adaptam a agilidades, "sugam" o poder do seu oponente e o melhoram para seu próprio propósito, São quase invencíveis.

Aquele ser, que já não tinha mais o rosto de Pee me golpeou e eu cai ao chão sentindo minha cabeça doer como se tivesse partida ao meio, pisquei várias vezes tentando ver o que tinha acontecido e meu cérebro se concentrou em um único som, a voz de Pee, horrorizada e gritando com medo. Pisquei mais vezes buscando ela pelo lugar e pude vê-la brigando com outro deles.

- P-P-P... - Tentei falar, mas era como se minha voz não pudesse me obedecer. Tentei me levantar, mas meu corpo falhava agora eu podia ver outro deles vindo até mim em passos lentos enquanto carregava uma espécie de espada, eu sabia que era meu fim então reuni forças e me concentrei em Pee. - AGORA!

Gritei para ela e a vi virar-se, então ela fez, usou uma recém habilidade e nos tirou dali, eu sabia que aquilo iria machucá-la e ela também sabia, eu nunca pediria para que fizesse se não fosse necessário, ela fez.

Quando abri meus olhos eu estava em um lugar totalmente diferente, Era outra cidade, com pessoas diferentes que andavam de um lado para o outro. Eu ainda estava ferido e quase não conseguia andar, precisava de ajuda, mas quem ajudaria um estranho? Suspirei e reuni forças, praticamente me arrastei pelas ruas e quando não consegui mais eu mudei de forma, uma criança, mudei para um garotinho e continuei a me arrastar, avistei alguém e então caminhei como pude e, na forma de uma criança ferida eu me joguei em seus braços.

- Me ajuda! - Então eu apaguei.

- Sebastian, querido, No que está pensando?

Saio dos meus pensamentos sobre aquela terrível lembrança e me viro a Bella quando pergunta, sorrio para ela e me levanto indo em sua direção, lhe abraçando em seguida.

- Em nada, Tia Bella.

Pura PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora