Capítulo 9 - Babi Stanley

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Depois que aceitei o pedido de namoro de Guto, tudo em minha vida havia mudado, nos víamos praticamente todos os dias e quando isso não ocorria me batia um vazio. Eu não estou convicta de que o amo, mas certamente se o perdesse um grande vazio me assolaria.


Mas porquê essa dificuldade de assumir o obvio? Talvez uma boa explicação seja o meu passado... nunca entrei em um relacionamento serio, porém me apaixonei perdidamente por um garoto, isso na época do colegial. ele era lindo, tudo o que eu sonhei, já eu era uma garota estranha de 15 anos, digamos que uma nerd, usava óculos e muitos outros requisitos que me colocavam nesse patamar.

Infelizmente esse jovem que se chamava Renato, descobriu o meu encantamento e decidiu me iludir, começou a puxar conversa e eu dificilmente respondia, por causa da minha vergonha absurda, aos poucos ele foi me conquistando, até que um dia me chamou para tomar um sorvete, ele era um garoto de aproximadamente 20 anos, que estava no ensino médio, porque já havia reprovado várias vezes, sua casa ficava próximo ao centro da minha antiga cidade e lá ele residia sozinho.

Fomos para sorveteria e ele me convenceu a ir em sua casa, assim como com carinho me despiu e tirou minha virgindade, algo normal e natural, não para mim, pois eu só aceitei devido a grande paixão que nutria por ele. Foi só no outro dia que percebi o quanto havia cometido um erro, todos de minha escola me encaravam e zombavam de mim, sem ao menos saber o motivo porquê o faziam, até que uma amiga resolveu me mostrar o vídeo, sim, o vídeo de nossa relação sexual, totalmente explícita, ao qual no final ele soltava um lindo "Eu te Amo". E então foi a partir disso que eu deixei de acreditar no significado do amor, assim como deixei de dizer tais palavras.

***

Acordei cedo para visitar a casa de minha amiga Mel, afinal agora tudo estava correndo muito bem entre nós e em nosso projeto, pois depois de algum tempo de convivência acabamos por criar um grande laço de amizade, mesmo pensando bem diferente muitas das vezes e de considerando-a um pouco sonsa, sentia um carinho enorme por ela. Atualmente compartilhávamos confidências e as vezes eu ficava pasma com as caretas que ela fazia quando sabia de minhas loucuras com meu namorado.

Ela estava em um rolo, mas se dizia solteira, apesar dos seus olhos brilharem quando ela tocava no assunto do tal homem misterioso.

Chego em seu apê e toco a campainha, afinal a minha entrada já estava permitida nesse prédio. Ela abre a porta falando ao telefone.

- Amor vou ter que desligar, minha colega de trabalho chegou aqui - ela diz olhando para mim.

- Valeu pela parte que me toca - falo fazendo drama - achei que éramos amigas.

-Oi Babi - diz sentando no sofá e fazendo uma careta - senta aqui.

- Eu entendi bem? - digo sentando ao seu lado - amor? Mas não era só um peguete? - gargalo alto.

- Nem te conto - diz puxando meu braço - ele me pediu em namoro ontem, estou oficialmente namorando! - concluí extremamente empolgada.

- Nossa que ótimo e quando vou conhecer esse guerreiro - falo gargalhando - afinal te aturar é quase uma guerra.

Ela entra em sintonia comigo e rimos juntas.

- Você tem que conhecê-lo - seus olhos brilham - Ele é tão lindo - abro a boca para falar algo, mas ela me interrompe - Ele me levou no navio Queen Mary ontem a noite - diz empolgada -  Foi tudo tão romântico, eu estava achando ele estranho, parecia um pouco nervoso, então de repente ele me pediu para dança com ele e foi nesse momento sob a luz da lua e um céu  estrelado que ele me pediu em namoro.

As Voltas do Amor #Watts2017Onde histórias criam vida. Descubra agora