A Residência dos Sinclaire

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A sensação de aparartar nunca era agradável quando se era uma menina de 15 anos. Alexia colocou a mão na cabeça, completamente tonta e se apoiou no homem ao seu lado, reclamando de forma inaudível e adentrou novamente a residencia dos Sinclaire, ainda apoiada em seu pai. Assim que abriu a porta da casa, ela se jogou na poltrona, ignorando os protestos de sua mãe sobre amassar as vestes de Hogwarts, enquanto seu pai seguiu para a cozinha para preparar seu famoso e delicioso chá de bombinhas de cereja. A bebida era delicada e transparente como um chá, mas possuia pequenos frutos de cereja que, literalmente, explodiam na boca, liberando todo o sabor da fruta misturada com um toque de pimenta. Alexia odiava quando era criança, mas de uns anos para cá essa tinha se tornado sua bebida favorita em todo o mundo e só seu pai sabia a medida e os encantamentos certos para um chá perfeito.

- Aqui está. Um para minha princesa e um para minha rainha. - Tony falou entregando uma xícara para cada uma e se sentando ao lado da mulher, sendo seguido por uma xícara flutuante que parou em sua mão. - Lexi, querida, vamos aproveitar que estamos aqui em família e me diga, o que vai aprontar esse ano em Hogwarts? - falou sarcástico, rindo. - Não queremos ter nenhuma surpresa esse ano. - Anthony fez um careta enquanto mordia uma cereja que explodiu imediatamente em sua boca, fazendo um pequeno barulinho.

- Muito engraçado. - Alexia disse bebericando o chá que estava quente como fogo e o largando na mesinha da frente para esfriar. - Saiba que minhas detenções começam com os senhores se atrasando para me levar na plataforma. Sou a menos culpada nisso tudo.

Anthony soltou uma gargalhada e tomou mais um gole do chá, fazendo com que mais uma cereja explodisse em sua boca.

- Na minha época, tomar uma detenção era de extrema preocupação para os pais. - Lucy começou a falar, olhando para o marido que concordou com um movimento de cabeça.

- Imagina se a gente fosse se preocupar com cada detenção que essa aí tomasse! - Anthony continuou, brincalhão de modo a irritar a filha.

Teria recebido uma travesseirada na cara se não tivesse tomando um líquido tão quente. Ao contrário, Alexia apenas tomou um gole da bebida e encarou o pai, fingindo uma cara de brava.

- Minha única detenção foi por culpa do seu pai. - Lucy falou deitando sua cabeça no ombro do homem ao seu lado. Seus olhos se fecharam por um segundo e podia se lembrar de tudo exatamente como aconteceu. - Tony marcou de se encontrar comigo nas masmorras à meia-noite, pois era mais fácil para ele. Para mim, foi tudo uma aventura: eu tive que sair da Torre da Corvinal com antecedência, andar escondida pelos corredores e descer as escadarias com todo cuidado até chegar próxima à sala de poções. O seu pai só tinha que sair do salão comunal e andar, no máximo, três passos. E nem para me levar de volta... Ele se despediu de mim na porta do salão dele e eu tive o azar de encontrar com um professor! Mesmo depois de uma noite maravilhosa, em que nos escondemos em uma sala vazia para ficar juntos, beijar e...

- Eca, eca eu não preciso saber disso. - Alexia interrompeu a mãe rindo baixo. - Sempre soube que você não era um cavalheiro, pai. Deixar a mamãe subir as escadarias até a torre da Corvinal? Sozinha? De madrugada? Tsc tsc. - a menina balançou a cabeça em desaprovação, brincando com a situação do casal.

- Na minha defesa, era o começo do relacionamento eu não queria ganhar uma detenção. A Sonserina estava em segundo lugar na taça das casas e eu não ia perder nenhum ponto que ameaçasse essa posição.

- Viu mãe? Ele prefere ganhar a taça das casas do que levar uma detenção por você. - Alexia continuou, soltando uma gargalhada e encarando o pai que tinha uma expressão engraçada no rosto.

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