Já que estou aqui... - Cap.8

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Marinette -on- 

Com o tempo fui me acostumando, com a tripulação e com o jeito que as coisas funcionam na caravela.

Existia o capitão que ao mesmo tempo era o piloto, essa função era do Adrien. Nino era responsável pelos registros, até Alya tomar esse posto, e a cartografia, ou seja, era ele que sabia aonde era mais seguro navegar e para onde deveríamos ir. Os homens que haviam lá eram, em sua maioria, adultos, fortes o suficiente para carregar mantimentos para lá e para cá, isar as velas e mover o leme. Existia também um menino chamado Emit com a função de limpar e cozinhar.

Eu acabei com a função de ajudar Emit, primeiro que não era forte o suficiente para fazer o que os marinheiros fazem, segundo porque não sei ler nem escrever não seria útil para o Nino,  terceiro, fora do mar, sou uma "barata tonta". Se me colocar no meio da caravela e me girar duas vezes já não sei mais onde estou.

Alya, como disse, agora era responsável pelos registros tudo que era necessário na embarcação era ela quem tomava conta e regulava, e quando tinha tempo ia ajudar eu e Emit na cozinha. Foram eles que me ensinaram a fazer essas coisas, limpar e cozinhar, sério porque eles não comem algas? É bem mais fácil.

Quando passou uma semana que eu estava fora da água, eu precisava do contato direto com ela, mas só percebi tarde demais. Naquele dia acordei com uma tremenda dor de cabeça, senti minha pele rachar, quando olhei para um pequeno espelho, vi que parecia mesmo os copos rachados da cozinha. tentei de todas as formas levantar, mas quando coloquei os pés no chão senti uma queimação forte. Não era como fogo, era como pisar em água gelada, a mais gelada dos mares.

-Marinette, acorda, temos coisas a fazer- Alya puxou a cortina que separava a minha cama e a dela. E ao ver o meu estado ela gritou tão alto que era capaz de ter acordado o próprio Kraken. Por fim ela me encarou, sem brilho nos olhos, como se tivesse morrido por dentro. Só foi despertar quando todos os homens entraram arrombando a porta, todos armados com alguma coisa.

Quando perceberam que era eu o motivo do grito de Alya, tiveram a mesma reação que ela, mas sem o grito. O único que parecia não tão abalado, e sim preocupado foi Adrien que correu até onde estava.

-Do que precisa?

-Do...Mar- Quanto mais aquela situação se prolongava mais fraca eu me sentia, iria virar pó.

-Entendi.

Adrien me pega no colo e vai até um uma porta que era discreta do lado a porta dele, lá tinha um pequeno e apertado banheiro, a frente uma divisória que mal escondia a banheira, assim como na estalagem. Enquanto entravamos Adrien gritava para todos pegarem baldes de água do mar e colocar na banheira. Quando estava quase cheia, ele pedi para que todos saiam.

Agora sozinhos o capitão me coloca na banheira. Uma sensação de renovação toma meu corpo, não demora muito para minha cauda aparecer, era um alívio, já estava até respirando melhor.

-O que aconteceu?- Adrien me encara, ele uma mistura de emoções

Suspirei

-O que você realmente sabe sobre as sereias?

-Até te conhecer, só sabia que elas eram capazes de realizar desejos.

-Isso é verdade...mas isso esgota nossas energias, veja, uma sereia é capaz de passar um, no máximo dois dias sem contato direto com o mar, mas graças a esse enfeite de estrela do mar sou capaz de passar uma semana sem água salgada.

Aponto para o enfeite na minha cabeça.

-Foi um presente do meus pais- digo meio triste

-Sei. Bom vou deixar você descansar.

A sereia e o pirataOnde histórias criam vida. Descubra agora