Capítulo 2 - Maluquinha

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S A S U K E

A vida sempre está à espreita para nos pregar peças e mudar o rumo do nosso destino quando nós menos esperamos. Digo isso por experiência própria. Perder a minha mãe havia sido uma das piores experiências que a vida pode fazer eu passar. Uma hora eu tinha tudo, um lar harmonioso, uma mãe carinhosa, um pai presente, e um irmão para ser idolatrado. E de uma hora para outra, isso escapou pelas minhas mãos, o pilar que sustentava àquela família - a minha família - não estava mais entre os seres humanos vivos. Sofri muito, me senti sozinho, abandonado, minha família havia desmoronado. Meu pai passou a ser de pai presente para pai ausente, mal o via. E Itachi passou a ser de irmão idolatrado para irmão detestado. Bom, não que eu o odeie agora, mas naquela época eu o odiava, assim como eu odiava o meu pai ausente, como eu odiava o resto do mundo.

Depois de meses de transtornos, desavenças e problemas que surgiam a cada minuto, meu pai tomou uma decisão de nos mudarmos daquela casa que exalava as lembranças de minha mãe, assim como a cidade.

Eu me lembro o dia quando me mudei para a casa amarela de dois andares com uma vizinhança calma. Também lembrava da garotinha tímida de cabelos cor-de-rosa que usava um vestido branco com estampas de cerejinhas que me observava de longe quando eu estava sozinho no final do quintal, corroendo-me por dentro do por que a vida tinha sido cruel em tirar a mãe de um filho. Eu só tinha doze anos!

Foi um momento difícil, mas consegui superar, a dor que eu sentia no peito havia se transformado em saudades, e eu só consegui superar essa nova fase de minha vida por causa dela.

Sakura Haruno, a criatura mais meiga, encantadora e adorável que eu tive a sorte e o prazer de conhecer. Era tímida, sorridente, inteligente e extremamente irritante.

A nossa amizade surgiu no pior momento da minha vida, e com seu jeito tímido e cativante conseguia fazer com que cada dia fosse um dia diferente e com menos dor.

Devo muito a Sakura, adoro sua companhia, eu podia ser eu mesmo e não precisava sempre bancar o cara legal para agradar os outros. Às vezes eu me pergunto, como que ela aguentava os meus dias de rabugice, mas agradecia internamente por ela ter tanta paciência de me aturar. Minha confiança na Sakura é cem por cento, e por me sentir tão a vontade em sua presença, que ela sabia da minha vida toda de trás para frente. Ela era a minha confidente pessoal, minha conselheira, a única que me entende.

Conforme o tempo passava e a gente crescia, eu não era mais o mesmo de antes, havia feito mais amizades, ganhei popularidade, me tornei capitão do time de futebol, minhas notas eram excelentes, e namorava a garota mais linda do colégio. Todo esse status era tudo o que um cara de dezoito anos queira nos seus dias de ensino médio, mas eu não me sentia completo com tudo isso. Eu sentia que faltava algo, uma peça chave importante que deixaria minha vida melhor, mas não conseguia saber o que era. Mas eu tentava ignorar esse detalhe, meus dias de colegial estavam no fim, e em breve iria me tornar um universitário, um caminho a vida adulta.

Esse fim de ano letivo estava bem turbulento e mal tinha tempo para nada, estava bastante ocupado em estudar para as provas finais, estudar para o vestibular, e treinando para o jogo da intercolegial que seria semana que vem. Eram tantas coisas que minha vida social estava zero, mal tinha tempo de conversar com a Sakura, o máximo era um Oi quando a encontrava de vez enquanto. Mas também, pelo jeito que a Sakura era nerd, ela completamente estava sem tempo para as amizades também.

Sentia falta de nossas conversas na frente de casa, sentia falta de zoar um pouco com ela e deixá-la irritada. Às vezes eu me perguntava, por que a Ino não poderia ser que nem a Sakura? Bom, eu gosto da minha namorada, mas tinha horas que ela era insuportável. Aliás, de uns dias para cá, eu não estava a suportando. Suas crises ridículas de ciúmes bobos estava me tirando do sério. Eu não entendia o seu ciúme com a Sakura, não entendia sua implicância com a garota que nunca lhe fez nada. E com isso, Sakura era sempre o motivo de nossas brigas, e a coitada não tinha culpa de nada. Ino que era paranóica e levantava teorias sobre a minha amizade suspeita. E eu não iria acabar com a minha amizade de anos com a Sakura por um ciúme idiota de Ino.

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