Moonworld, um lugar diferente - Sam

A vida que eu tinha...

Oi, meu nome é Samantha, mas pode me chamar de Sam

Sabe, eu tinha uma vida (até alguns minutos atrás) bom eu moro no Brasil, vou todos os dias para a aula, já que ainda tenho dezesseis anos, mas como estou de férias meus pais deixaram eu viajar para Nova York, eu acho que é porque eles acham que ainda não aceitei muito bem o fato de eu ser adotada, mas eles estão errados, eu já esperava por isso deste pequena, sabe nunca me encaixei, e era como se faltasse algo na minha vida, (tá até hoje eu sinto que tem algo faltando) a alguns meses eu descobri isso, foi estranho tipo nos primeiros segundos e é estranho pensar que os pais que me criaram até hoje não são meus pais biológicos, mas com o tempo você se acostuma com qualquer coisa, até mesmo com as mais estranhas e surreais, bom eu achava isso até hoje, mas o hoje está me provando o contrário...

Eu acordava todo dia umas nove horas, comia um pretzel, saia pra ir no shopping, voltava pra casa da minha amiga Luly, comia um bando de doces e depois a noite ia pra balada ou alguma outra festa, eu admito que fazia tudo isso pra não lembrar da saudade constante que eu sinto do Brasil, (tá a saudade não é só do Brasil, mas também de um certo brasileiro) mas mesmo com toda essa saudade eu ainda estava passando as merolhes férias da minha vida.

Claro que eu queria muito estar agora no Brasil, mas do que tudo nesse mundo, só pra poder ver ELE, mas parece que a vida não quer que eu veja ELE, eu admito que eu não devia ter ido tantas vezes no shopping, ter comido tanto doce e nem ter ido a todas aquelas festas e baladas, mas não deu pra evitar, era tudo tão tentador, será que se eu nunca tivesse ido pra Nova York eu estaria sendo feliz, do lado do amor dá minha vida?

Pronto, era só o que faltava, agora estou ficando louca, mas teria sido melhor ter ficado louca em vez de estar nessa situação, estou longe das minha amigas, de minha família (sei que sou adotada, mas ainda os considero parte da família, sabe eles foram a minha única referência que eu tive de família, então do que mais eu poderia chamar eles?) e do amor da minha vida, mas nem tudo é do jeito que nós queremos, porque se fosse eu não seria tipo a única a saber que ele é o amor dá minha vida, nem ficaria chamando ele de meu amor só na minha cabeça, mas o amor é algo complicado, é um sentimento muito bom, que te deixa muito feliz, mas quando você toma um choque de realidade do tipo "ele mau olha pra você" você fica meio triste, mas depois tudo melhora, e toda aquela felicidade volta, mas como sempre você nunca tem coragem de se declarar e fica só olhando ele de longe, até alguém falar com você e fazer você perder ele de vista, mas eu ainda acredito que um dia ele vai perceber que eu tô ali, só esperando ele me notar e tomar uma atitude, tipo vim e me beijar, mas talvez demore um pouco, ou muito considerando que eu estou aqui nesse lugar estranho, mas não importa onde eu esteja, eu ainda amo ele e sei que não tem como ele arranjar alguém em alguns dias, não tem como né? Aí meu Deus, eu tenho que voltar pró Brasil, ele vai arranjar uma pessoa para amar e vai esquecer totalmente de mim! Esse é o pior dia dá minha vida! Tenho que mandar uma mensagem para Luna e falar pra ela não deixar ninguém se aproximar dele, mas aí ela vai perceber que eu gosto dele, mais ou é isso ou é perder o amor dá minha vida, é, eu vou mandar a mensagem...

O que? como assim aqui não tem WiFi? E nem sinal de celular!? Como esse lugar pode existir sem internet? o que as pessoas fazem para se divertir e se comunicar aqui? Bom pelo menos ainda é melhor não poder me comunicar com ELE e fazer besteira do que poder e fazer uma imensa, terrível e incorrigível besteira.

Mas então, voltando a minha vida... Eu tinha uma vida muito boa, estudo em uma escola como as outras, mas minha sala é muito ruim e legal ao mesmo tempo e estamos tipo "entre tapas e beijos" só que ninguém fica se beijando, então entre tapas e conversas mais ou menos amigáveis...

Eu e minhas amigas já fizemos muitas coisas, algumas não muito boas para nossa reputação e outras mais ou menos, mas deste sempre fomos muito unidas e isso faz de nós amigas deste de tipo quase sempre e isso é bem legal, mas nós ainda temos muitas coisas pra fazer, algumas não muito boas outras boas e as mais dramáticas (tipo as crises de identidade)

Então, eu moro em São Paulo em uma casa amarela, que fica perto de um shopping (acho que é por isso que eu tenho toda essa paixão por shoppings) eu tenho uma gata super fofa, que ganhei quando era pequena, então ela faz parte da minha vida deste de praticamente sempre, temos uma ligação muito forte, ela é como a irmã que eu nunca tive, (mas que não fala minha língua) só que assim como tudo que eu falei ela não está aqui, eu acho que vim parar em um lugar deserto e quase sem vida, com exceção de plantas, já que estou em uma floresta, mas não deve ter seres humanos, nem agora e nem nunca deve ter tido um já que não tem nada que pareça humano, então eu sou a primeira humana a pisar aqui! Deveria ter trazido uma bandeira, para todos que passarem por aqui depois de mim saibam que eu estive aqui, aí meu Deus o que é aquilo se mexendo no meio das plantas? E que barulho foi esse? eu acho que tem algum bicho alí

-- Quem tá aí? -- Gritei com medo

onde é que eu fui parar? Será que é a Luly fazendo uma pegadinha?
Se for a Luly eu vou matar ela, porque isso não tem a menor graça, o que será que a Luly quer de mim? Mas não parece algo que a Luly faria, e nem faz sentido já que eu estava lá em uma balada e do nada uma porta estranha, roxa com uma maçaneta dourada e o desenho de uma lua, apareceu na minha frente, como eu sou muito curiosa, abri a porta, não era possível ver nada, então passei pela porta, que logo depois se fechou atrás de mim e simplesmente sumiu, e então eu vim parar aqui, no meio dessa floresta, mas afinal que lugar é esse?