Prólogo

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Fazer parte de um grupo da igreja, me encaixar em uma "tribo" sempre fez parte de meus desejos de adolescentes porque eu ainda não tinha os amigos certos para mim, pelo ao menos era o que eu achava. Quando comecei a namorar com Daniel todos esses pensamentos já tinham ido para os ares. Meu mundo se tornou ele. Como ainda era imatura em relação a namoros sérios sofri muito com a cobrança de uma relacionamento, acho que também fiz o Dan sofrer com minha falta de experiência. Passamos por vários perrengues até chegarmos onde estamos. Um totalmente dependente do outro. Quem vê assim nem imagina como éramos há alguns meses atrás.
Daniel sempre foi o líder de sua turma. Estava em todas as festas , na maioria sem mim - confesso que não tinha muito vontade de ir, não sabia dançar, preferia ficar assistindo filmes- , vivia cada momento intensamente. Seu pai tocava em uma banda de rock cultural da cidade o que trazia mais fama ainda para Daniel. Ele sempre demonstrou ser apaixonado pelos seus pais o que me fez tornar-se mais ainda apaixonada por ele mas também sentia inveja pela forma como expressava com tanta facilidade seus sentimentos. 
Eu, bem , posso descrever como tudo ao contrário do Dan. Tinha poucos amigos, não curtia muito ir as festas, era completamente louca pelos meus pais - ainda sou- mas não sabia como demonstrar. Não tinha um bom relacionamento com minha mãe, mesmo vendo tudo que ela fazia por mim.  A gente vivia insultando uma a outra. Tímida, sem graça, mas com uma imaginação tão fértil que os filmes que eu gostava me davam, que eu sabia que mesmo sendo assim,eu era alguém especial, que Deus não tinha me criado a toa.
Então foi quando eu e Dan decidimos frequentar a igreja católica todos os finais de semana. Nesse período nosso namoro já tinha tomado proporções maiores. Já estávamos tendo relação. Era uma sensação inimaginável para nós dois. Nossa dependência um do outro tornou-se mais forte depois da primeira noite de amor. Íamos para a igreja , mas ao sairmos nossa intenção já era ficar juntos novamente. A palavra ministrada pouco era comentada ou em nada servia de ajuda. A igreja era como um descarregar de culpa ou até mesmo um point normal onde decidimos bater ponto todo domingo. Mas de nada tinha influencia sobre nossa vida. Queríamos o intenso. Queríamos mais .
Até que em um certo domingo o padre resolveu comentar sobre uma experiência de uma igreja evangélica e Dan demonstrou vontade em querer visitar. Eu logo fechei minha cara, jamais iria numa igreja evangélica. Era ridícula, as pessoas viviam gritando, expulsando demônios, os pastores só queria saber do dinheiro dos outros. Negativo, não iria.
Até o momento em que dois amigos de faculdade do Daniel o chamam para ir a uma reunião de grupo e lá ele aceita a Jesus. Fiquei sem chão. Resisti a vários convites feitos pelo Dan e por seus novos amigos. Tentava fazê-lo pensar se realmente era uma decisão certa. Porque pra mim, não era aceitar Jesus, mas era sair de uma religião e ir para outra. Até a noite em que tive um sonho muito estranho.

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